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7 de Setembro de
2024 Robert Bibeau
Por Moon
of Alabama – 2 de Setembro de 2024
Michael Kofman e Rob Lee são
especialistas norte-americanos que visitaram repetidamente as linhas da frente
ucranianas e depois escreveram artigos positivos e esperançosos sobre o
conflito de uma perspectiva ocidental.
O seu último artigo, publicado na Foreign
Affairs, afasta-se dos anteriores.
Os riscos e benefícios da ofensiva na região russa do
Kursk
Os autores descrevem longamente a
incursão ucraniana no Oblast de Kursk russo e a consequente falta de tropas na
frente oriental do Donbass.
Parecem, como muitos outros, não saber
do que se trata. Nem a Ucrânia nem os países que a apoiam parecem ter uma
estratégia que conduza à vitória.
É essencial determinar o que esta operação revela sobre a estratégia global da Ucrânia e quais as implicações que tem para o esforço de guerra no seu conjunto. De certa forma, a ofensiva levanta mais questões do que aquelas a que responde.
Durante grande parte de 2024, o Ocidente apoiou uma campanha de ataques ucranianos na Crimeia sem explicar devidamente o que se seguiria. Esta campanha poderia servir como um fim em si mesma, ao degradar a defesa aérea russa e as infra-estruturas de apoio. Mas esta campanha parece agora desligada dos esforços da Ucrânia em Kursk e da sua campanha mais vasta de ataques com drones contra as infra-estruturas económicas da Rússia. Uma série de esforços díspares não constitui uma estratégia.
Desde 2023, Washington não tem tido ideias sobre como acabar com a guerra em termos favoráveis à Ucrânia. Kiev, por seu lado, concentrou-se na estabilização da linha da frente, ao mesmo tempo que se preocupava com a tristeza reinante e com a sensação de que a Ucrânia estava a perder a guerra. A operação Kursk abordou esta última preocupação, correndo o risco de prejudicar a primeira. Quer Kursk tenha sucesso ou não, pelo menos não é uma tentativa de repetir a ofensiva falhada de 2023, uma batalha terrestre em que a Ucrânia não tem uma vantagem decisiva. Dito isto, a actual teoria do sucesso de Kiev continua pouco clara.
Kofman e Lee não estão satisfeitos:
Manter Kursk como moeda
de troca, prolongar os ataques e exercer pressão económica sobre a Rússia
poderá reforçar consideravelmente a posição da Ucrânia, desde que esta consiga
também manter a linha da frente, esgotar o potencial ofensivo da Rússia e
resistir à campanha de ataques russos deste Inverno. Seja como for, a ofensiva
de Kursk deverá dar à Ucrânia e aos seus parceiros o impulso necessário para
chegarem a um acordo e saírem da actual situação.
A frase "desde que a Ucrânia também possa..."
tem demasiado peso nas palavras do fim.
Isso fica evidente
quando s vêem notícias como esta:
A 152.ª Brigada Mecanizada das Forças Terrestres Ucranianas foi reorganizada na Brigada Jager, conforme anunciado nas redes sociais oficiais da brigada.
A brigada jager é uma infantaria ligeira. É especializada em combates em bosques e pântanos. Não dispõe de meios blindados. Não tinha tanques, veículos de combate de infantaria ou artilharia pesada. Tudo o que a 152ª tinha em termos de unidades mecanizadas foi desperdiçado na incursão de Kursk.
A Ucrânia não tem capacidade para realizar nenhuma das três tarefas que Kofman e Lee “presumem” que pode.
A linha da frente do Donbass está a desfazer-se, o potencial ofensivo da Rússia continua a ser muito superior a tudo o que vimos até agora é que a Ucrânia não tem forma de se defender ou de evitar ataques maciços de mísseis contra as suas infra-estruturas e outros alvos militares.
A incursão de Kursk foi uma jogada política com um efeito de propaganda a curto prazo. Custou a vida a muitos soldados ucranianos. Um preço demasiado elevado para um efeito mínimo. A massa de equipamento ucraniano destruído durante a campanha significa que a Ucrânia perdeu agora qualquer potencial de ataque futuro que o seu exército ainda tivesse.
Kofman e Lee sabem-no. Mas ainda são demasiado tímidos para o dizer.
No entanto, parece que estão a atirar a toalha ao chão.
Moon of Alabama
Traduzido por Wayan,
revisto por Hervé, para o Saker Francophone. Sobre a Ucrânia –
"especialistas" dos EUA atiram a toalha ao chão | O Saker francophone
Fonte: Ukraine – Les «experts» étasuniens jettent l’éponge – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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