domingo, 14 de setembro de 2025

Além de perder a guerra por procuração na Ucrânia, a NATO está a perder a guerra económica com os BRICS (Johnson)

 


Além de perder a guerra por procuração na Ucrânia, a NATO está a perder a guerra económica com os BRICS (Johnson)

14 de Setembro de 2025 Robert Bibeau

Por Larry C Johnson – 27 de Agosto de 2025 – Fonte Son of a new American revolution



A Operação Militar Especial (OMS) da Rússia causou um desgaste maciço das capacidades militares da Ucrânia e também revelou a fraqueza e as limitações dos países da OTAN no fornecimento de armas de substituição, munições e veículos de combate. A OMS também demonstrou a superioridade das armas russas em relação às da OTAN. A Rússia, por exemplo, utilizou com sucesso pelo menos quatro tipos de mísseis hipersónicos, enquanto a OTAN nem sequer destacou um único.

Mas a OTAN não se contenta em lutar para se manter relevante no campo de batalha, ela também está a perder na frente económica para os países do BRICS. Vejamos a relação dívida/PIB actual dos membros da OTAN. Não é uma imagem bonita.


O rácio dívida/PIB dos países da OTAN em 2025 varia consideravelmente entre os 32 Estados-Membros, reflectindo a diversidade das políticas orçamentais, das condições económicas e dos compromissos em matéria de despesas militares. Abaixo encontra-se uma visão geral completa com base nos dados disponíveis em fontes da Web, com especial destaque para as estimativas mais recentes para 2025. Note que os números exactos para alguns países podem ser projecções ou ligeiramente desactualizados (por exemplo, dados de 2024), uma vez que nem todos os países publicam estatísticas sobre a dívida em tempo real. Priorizei as fontes mais fiáveis e recentes, incluindo os resultados da Web do SIPRI e da Revista da População Mundial, e complementei com estimativas do FMI e da OCDE, quando aplicável. Nos casos em que não há dados precisos para 2025, anotei os números e tendências mais recentes.

Por que é que esta é uma medida relevante? O rácio dívida/PIB mede a dívida pública geral de um país (incluindo as obrigações das administrações centrais, estaduais e locais) em percentagem do seu produto interno bruto (PIB). Rácios elevados indicam um encargo da dívida mais significativo em relação à produção económica, o que pode limitar a flexibilidade orçamental, enquanto rácios baixos sugerem uma margem de endividamento. Abaixo encontra-se um quadro que resume os rácios dívida/PIB dos países da OTAN, com base nas projecções disponíveis para 2025 ou nos dados mais recentes (principalmente 2024, ajustados para ter em conta as tendências). Os países estão classificados por ordem alfabética, com notas sobre as fontes e o contexto.


Em geral, os países da OTAN com as economias mais importantes são também os mais endividados, ou seja, os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Espanha, a Itália e o Canadá. O número para a Alemanha é enganador, pois a dívida da Alemanha está a aumentar rapidamente — o seu rácio em 2021 era de apenas 50% — devido à estagnação da sua economia. Em comparação com os países da OTAN, é importante notar que o rácio dívida/PIB da Rússia em 2025 está estimado em cerca de 19%, significativamente inferior ao da maioria dos países da OTAN. Este rácio baixo oferece à Rússia flexibilidade orçamental para gerir o seu défice orçamental (2,2% do PIB em 2025) e apoiar as despesas relacionadas com a guerra, ao contrário dos membros da NATO altamente endividados, como a França ou a Itália, que enfrentam restricções mais rigorosas.

Mas a Rússia não luta sozinha contra o Ocidente. Examinemos o rácio dívida/PIB dos países do BRICS. Tal como fiz com os países da OTAN, apresento uma repartição detalhada dos rácios dívida pública/PIB dos países do BRICS, com base nos dados e projecções mais recentes disponíveis em fontes como o FMI, a Revista da População Mundial e a Economia Comercial, conforme indicado nos resultados da Web. Nos casos em que os números exactos para 2025 não estão disponíveis, utilizei os dados de 2024 com as tendências observadas para 2025. Os rácios referem-se à dívida pública geral (incluindo obrigações centrais, estaduais e locais), salvo indicação em contrário.

Além de terem um rácio dívida/PIB mais saudável do que o conjunto dos países da OTAN, o crescimento económico previsto para os países BRICS em 2025 também é melhor – cerca de 3,4% como grupo –, superando a média mundial dos países da OTAN, que é de 2,8%, e a do G7, que é de 1,2%. Aqui estão as estatísticas para as nações BRICS individuais e os novos membros:


·         Índia: 6,2% (crescimento mais rápido entre as principais economias)

·         China: 4,8%

·         Brasil: 2,3%

·          Rússia: 1,4% (após 4,3% em 2024)

·         África do Sul: 1,0%

·         Etiópia (novo membro do BRICS): 6,6%

·         Outros novos membros, como Indonésia e Emirados Árabes Unidos, também apresentam bons números (4,7% e 4%, respectivamente).


Os BRICS lideram actualmente o crescimento mundial, respondendo por mais de 40% do PIB mundial, de acordo com o FMI (termos PPA), com a Índia e a China como os principais impulsionadores.

Alguns membros da OTAN continuam a emitir ameaças beligerantes contra a Rússia, mas, como revelam os números acima, a OTAN é economicamente impotente para confrontar verdadeiramente a Rússia. Vários membros importantes da OTAN — Alemanha, Reino Unido e França — estão em recessão, enquanto enfrentam fortes ventos económicos contrários que aumentarão a pressão sobre as suas já frágeis economias. O que é que isso significa na prática? Nenhum desses países tem recursos financeiros para construir novas instalações de produção militar; não têm dinheiro de sobra para comprar novos sistemas de armas dos Estados Unidos e enviá-los para a Ucrânia; e não têm os meios para fortalecer as suas forças armadas e equipá-las com os equipamentos e munições modernos necessários para apoiar as operações no campo de batalha do século XXI.

Para os meus amigos na Europa, tenho más notícias: vocês não são mais relevantes como força militar. Após 15 séculos a dominar os eventos mundiais, vocês estão a entrar na era da impotência. Mas vocês não estão sozinhos... os Estados Unidos estão a seguir-vos neste caminho para a irrelevância.

Larry C Johnson

Traduzido por Wayan, revisto por Hervé, para o Saker Francophone.   https://lesakerfrancophone.fr/en-plus-de-perdre-la-guerre-par-pruration-en-ukraine-lotan-perd-egalement-la-guerre-economique-avec-les-brics

 

Fonte: En plus de perdre la guerre par procuration en Ukraine, l’OTAN perd la guerre économique avec les BRICS (Johnson) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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