sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Nenhum sacrifício para encher os cofres do Estado! Lutemos para nos defender e não para salvar a economia nacional!

 


Nenhum sacrifício para encher os cofres do Estado! Lutemos para nos defender e não para salvar a economia nacional!

Publicamos abaixo o panfleto que distribuiremos nos próximos dias, nomeadamente nos dias 10 e 18 de Setembro.

Segundo Macron, Bayrou e companhia, já não temos meios para ter uma reforma digna e tempo para desfrutar dela, nem para nos tratarmos adequadamente, nem para ter uma educação de qualidade e muito menos para sermos indemnizados em caso de desemprego...

Enquanto há anos que as nossas condições de vida e de trabalho se deterioram, enquanto não temos o menor controlo sobre as decisões políticas e económicas, somos nós que temos de pagar, pagar a dívida DELES. Exigem que trabalhemos mais por menos salário, menos saúde..., menos tempo para viver dignamente, simplesmente.

A saída de Bayrou não significa de forma alguma que a austeridade prometida seja posta em causa.

Desde o anúncio do voto de confiança, os candidatos à sua sucessão disputam-se, rivalizam em demagogia e multiplicam as promessas, cada um anunciando a sua solução para a dívida pública. A extrema direita, sem surpresa, tem como alvo os imigrantes, eternos bodes expiatórios para desviar a ira dos proletários, a União Europeia, o seu habitual bode expiatório, e os «assistidos». Por outras palavras, prometem guerra aos mais frágeis, aos imigrantes, aos mais pobres...

A esquerda (radical e moderada, cuja única diferença é a veemência dos discursos) propõe mais uma vez, pela enésima vez — o que nos leva a questionar por que não o fizeram quando estavam no poder (1) —, que os ricos paguem mais impostos (Tributar os ricos! Tributar os ricos!).

Todos querem fazer-nos acreditar que basta substituir os dirigentes à frente do Estado e, então, prometem solenemente, colocarão o Estado e o capital ao serviço do povo. Apesar de décadas de governos de todas as tendências em todo o mundo terem demonstrado o contrário, o embuste continua a funcionar.

A função essencial do Estado é garantir a reprodução do capital, independentemente do governo em vigor. Não é um instrumento que se possa usar de uma maneira ou de outra. Está fundamentalmente ligado ao capital, cujas leis se impõem a todos. Não são os homens que dirigem o capital, mas sim o contrário!

Para enfrentar a crise estrutural que atravessa o capitalismo, as burguesias de todo o mundo esforçam-se por restaurar a rentabilidade do capital, intensificando o trabalho e reduzindo as despesas sociais. Elas competem entre si de forma cada vez mais acirrada. Procuram apoderar-se dos recursos estratégicos e de uma parte da mais-valia dos outros, ameaçando o mundo com um conflito generalizado. E preparam-se para isso: aumentam os orçamentos militares, abrem novas fábricas para produzir mais armas e munições e realizam campanhas de recrutamento para o exército. Em França, o governo chegou mesmo a pedir aos hospitais que se preparassem para receber vítimas em caso de conflito (2). Na altura certa, desenvolverão as ideologias necessárias para nos recrutar para um ou outro campo, a defesa da democracia, dos mais fracos, dos agredidos contra os agressores. O único agredido nos conflitos imperialistas, e todos os conflitos o são nesta fase do capitalismo, é o proletariado.

Para nos defendermos, não podemos confiar nos sindicatos e nos partidos institucionais, que ao longo dos anos demonstraram suficientemente que são aliados dóceis do capital. Temos de acabar com as greves esporádicas, os dias de acção e as manifestações pacíficas, acabar com o pacifismo e o legalismo. Temos de retomar os nossos métodos de classe. Organizar-nos de forma independente em assembleias ou comités, alargar e generalizar a luta. Não há outro caminho, não há atalhos para impedir a recaída na barbárie que o capitalismo nos promete.

A burguesia prepara a guerra, preparemos a revolução!

GRI

Notas :

(1) A contrario desses mistificadores, não lutamos para diminuir a diferença entre ricos e pobres, para humanizar o capital, mas por uma sociedade sem salários, sem classes e sem Estado.

(2) Ver a este respeito o artigo «A Saúde requisita hospitais para a guerra na Europa», publicado no Canard enchaîné de 27 de Agosto de 2025.

Terça-feira, 9 de Setembro de 2025

 

Fonte: Aucun sacrifice pour renflouer les caisses de l’État ! Luttons pour nous défendre et non pour sauver l’économie nationale ! | Leftcom

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice

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