Manifestações espontâneas em Los Angeles contra a
polícia: oposição e luta contra as expulsões e despedimentos em massa de
trabalhadores
As rusgas policiais das
últimas semanas para prender trabalhadores imigrantes e expulsá-los do país fazem
parte de um ataque contra todos os trabalhadores da América. Estes não podem
ficar indiferentes diante das reacções e manifestações espontâneas que a
população, essencialmente proletária, do bairro de Paramount, em Los Angeles,
tem realizado nos últimos dias.
Assim como as demissões
repentinas nos serviços públicos, a burguesia americana, sob a liderança da
equipa Trump que ela mesma escolheu, intensifica os seus ataques abertos contra
toda a classe operária do país. E isso num momento em que a inflação volta a
subir e os salários são reduzidos em todos os sectores. E no momento em que a
desaceleração da economia, agravada pelas políticas anti-operárias do governo
Trump, anuncia demissões em todos os sectores e uma exploração ainda maior para
aqueles que mantêm os seus empregos.
As manifestações espontâneas
de 6 e 7 de Junho em Los Angeles contra a intervenção policial e as detenções
de operários jornaleiros que procuravam emprego numa loja de ferramentas são
uma primeira reacção que todo proletário deve saudar e com a qual deve se
solidarizar. Mas, se permanecerem assim, serão rapidamente derrotadas pela
repressão que a burguesia americana já começou a usar. Apenas dois dias após os
primeiros confrontos com a polícia, o governo decidiu enviar a Guarda Nacional
e os fuzileiros navais contra os
trabalhadores. A repressão estatal é apenas uma faceta do perigo que os ameaça.
A outra faceta é a recuperação da sua luta pelo aparelho do Partido Democrata e
o seu desvio para as urnas e o terreno eleitoral. Sejamos claros: a esquerda
democrata e a direita trumpista trabalham juntas para desviar os trabalhadores
do seu terreno de luta. Uma representa o bigorna e a outra o martelo.
Existem apenas duas vias,
paralelas, para enfrentar eficazmente a repressão e as expulsões: a primeira é
organizar manifestações e comícios tão massivos quanto possível nos bairros e
procurar a solidariedade activa, ou mesmo a participação em massa dos assalariados
das empresas dos bairros, para se oporem à polícia e paralisarem a sua acção. Esta
luta contra a repressão e as deportações será muito mais eficaz se as
manifestações de rua forem reforçadas por acções de greve dos trabalhadores.
Além disso, os trabalhadores e os bairros de outras cidades do país deveriam
empreender acções semelhantes, na medida do possível, pois as deportações em massa
não afectarão apenas os trabalhadores californianos.
Opor-se às expulsões e
deportações de imigrantes, assim como aos despedimentos nos sectores públicos e
outros, pode permitir aos proletários do país reagruparem-se e estabelecerem
uma linha de defesa contra os ataques actuais e os futuros, gravíssimos, devido
ao facto de a classe dominante e o seu Estado quererem preparar uma guerra
generalizada e fazer-nos pagar a conta.
É neste terreno «de classe», o dos trabalhadores e dos seus interesses,
e não o da defesa dos direitos democráticos ou outros, que é possível resistir
à ofensiva da burguesia americana. É também no terreno dos aumentos salariais
em todos os sectores, industriais ou não, sindicalizados ou não, trabalho legal
ou não, que toda a classe operária pode e deve se unir.
Não às detenções e expulsões!
Não aos despedimentos! Aumento geral dos salários face à inflação! Existe
apenas uma «comunidade»: a dos trabalhadores assalariados, independentemente do
seu passaporte, cor da pele, género ou língua.
Para resistir aos ataques e
frustrar a repressão policial e militar:
- não fiquem isolados!
- procurem a solidariedade em
todos os bairros!
- manifestações e comícios em
massa, todos juntos, todos unidos!
O GIGC, 11 de Junho de 2025
Fonte : Révolution ou Guerre
# 31 – Groupe International de la Gauche Communiste (www.igcl.org)
Artigo traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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