22 de Agosto de 2021 Robert Bibeau
By Pat Buchanan – Agosto 2021 –
Source Unz Review
De repente, no domingo, chegou um relatório fascinante
aos canais de notícias por cabo. A Embaixada dos E.U.A. exortou todos os americanos
a "deixar o Afeganistão o mais rápido possível". Mensagem:
Parta o mais rápido que puder.
A notícia de que três capitais provinciais do norte,
incluindo a cidade de Kunduz, caíram nas mãos dos talibãs, elevando para cinco
o número de capitais provinciais "invadidas" desde sexta-feira,
aumenta a urgência.
O enorme investimento em sangue e dinheiro feito pelos
Estados Unidos ao longo de duas décadas para "remodelar" o
Afeganistão parece estar prestes a ser totalmente eliminado, e estamos à beira
de sofrer a nossa pior derrota militar, diplomática e política desde a queda de
Saigão.
Nem uma vez neste século os EUA venceram decisivamente uma das guerras que lançaram – no Afeganistão, no Iraque, na Síria, no Iémen ou na Líbia. E o estatuto único de superpotência de que desfrutavam no início do século XXI desapareceu.
No entanto, os falcões americanos estão
a pressionar-nos para outra guerra, em Taiwan, caso Pequim exerça a sua pretensão, embora
o ex-Presidente Richard Nixon e o ex-secretário de Estado Henry Kissinger tivessem
afirmado em 1972 que Taiwan "faz parte da China".
Antes de dar a Taipé quaisquer garantias, poderíamos analisar a avaliação
do Pentágono sobre os resultados de uma recente guerra de simulação em que os
Estados Unidos entravam em conflito com a China sobre Taiwan.
O que se teria passado? Segundo o General John Hyten, Vice-Presidente do Estado-Maior, "sem exageros, o exercício falhou miseravelmente".
Uma equipa vermelha agressiva que estudou os Estados Unidos nos últimos 20
anos fez-nos andar em círculos. ... Eles sabiam exactamente o que íamos fazer
antes de o fazermos, e aproveitaram-se disso.
https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2021/08/a-marinha-de-guerra-chinesa-em-2021.html
– Les 7 du Quebec
Estaremos nós, americanos, de qualquer maneira preparados para a guerra aérea, marítima e de mísseis no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental para ilhas que eles reivindicam como seu território nacional histórico e que nós nunca reivindicámos como nossas?
Em casa, a pandemia COVID-19, agora na sua quarta vaga, infecta 100.000 americanos todos os dias, e o número de internamentos está a aumentar proporcionalmente. Para um terço da nação que ainda não está vacinada, a variante delta é uma potencial sentença de morte. Apesar desta crise médica comum, a nossa divisão política manifesta-se em batalhas selvagens sobre vacinações, máscaras e mandatos.
E enquanto o COVID-19 continua a infectar, a hospitalizar e a matar, dezenas de milhares de americanos morrem todos os anos devido a overdoses de drogas e opióides. Em 2020, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, ocorreram 93.000 mortes por overdose no país e 3 em cada 4 overdoses fatais podem ser atribuídas a opióides. Mais americanos morrem todos os anos por overdoses de opióides do que todos os americanos que morreram na Guerra do Vietname.
Os números do défice comercial dos EUA acabaram de ser divulgados em Junho, e o défice, apenas para as mercadorias, subiu para 91 mil milhões de dólares para o mês. São $1.000 biliões por ano. A maior parte deste défice comercial encontra-se na China, o que mostra o extraordinário nível de dependência dos Estados Unidos, para as necessidades vitais da vida nacional, de uma nação estrangeira, para não falar de um adversário como a China.
Na nossa fronteira sul, uma invasão do nosso país está em andamento. Cada mês em que o Presidente Joe Biden esteve no cargo, as passagens fronteiriças ilegais aumentaram. Em Junho, a patrulha fronteiriça registou 178.000 detenções fronteiriças, um salto de 571% a partir de Junho de 2020. As detenções fronteiriças já atingiram o seu nível mais elevado desde 2000 e estão a caminho de atingir os 1,8 milhões este ano.
Biden está a falhar no seu primeiro dever constitucional; defender os Estados Unidos contra invasões estrangeiras. Nós, americanos, já não decidimos quem entra na nossa casa nacional e quem adoptaremos como novos cidadãos. Outros decidem, outros determinam o nosso futuro, para nós. Defendemos as fronteiras de dezenas de nações (sic); não podemos, ou Biden não quer, defender o nosso. E, como nos lembrou o antigo Presidente Ronald Reagan, um país que não pode ou não quer defender as suas fronteiras já não é realmente um país.
Nas nossas grandes cidades, os tiroteios e os assassínios públicos já ultrapassaram
os de anos anteriores. Agentes da polícia, atacados e mal tratados pelas elites
e pelas pessoas que protegem, estão a demitir-se e a retirar-se em número
recorde.
Reflictam.
A América é incapaz de vencer as guerras que escolhe
travar. Não pode ou não controlará e defenderá as suas fronteiras contra uma
invasão maciça de migrantes. Não pode impedir um surto de crime e assassinato
nas suas grandes cidades. Há quatro décadas que não regista um excedente
comercial. A sua dependência dos produtores estrangeiros não tem precedentes. E
os seus défices orçamentais continuam a bater recordes todos os anos, assim
como a sua crescente dívida nacional.
Isto não é a descrição de um estado em falência ou deliquiscência?
Quando questionado por um jovem amigo desencorajado se a derrota de Saratoga e a potencial perda das colónias americanas significavam a ruína da Grã-Bretanha, Adam Smith respondeu: "Há muitas ruínas numa nação"
Após a perda das suas 13 colónias, a Grã-Bretanha criaria o maior império
desde Roma.
No entanto, se há "muitas ruínas numa nação", nós, americanos,
parecemos estar a testar estes limites.
Patrick J. Buchanan
Traduzido por Wayan, revisto por Hervé, para o Saker de língua francesa.
Fonte: L’Amérique est-elle en train de devenir un État failli (un État voyou)? –
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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