1 de agosto de 2021 Robert Bibeau
Por William Engdahl - Julho 2021 -
Fonte New
Eastern Outlook
Uma das poucas declarações honestas de Bill Gates foi a sua observação, feita no início de 2021, de que se acha que as medidas covídeas são más, espere para ver quais as medidas que serão tomadas contra o aquecimento global. A União Europeia está a impor, de cima a baixo, as medidas mais draconianas até agora, que destruirão efectivamente a indústria moderna nos 27 Estados da União Europeia. Sob nomes bonitos como "Fit for 55" e European Green Deal, tecnocratas não eleitos estão a finalizar medidas em Bruxelas que causarão o pior desemprego industrial e o colapso económico desde a crise dos anos 30. Indústrias como a automóvel ou a do transporte, geração de energia e aço estão na berlinda, tudo por uma hipótese não comprovada chamada aquecimento global provocado pelo homem.
Enquanto a maioria dos cidadãos da UE estava distraída com as intermináveis restricções impostas devido a uma pandemia semelhante à gripe chamada covid19, os tecnocratas da Comissão Europeia em Bruxelas preparavam um programa para a desintegração planeada da economia industrial da UE. O aspecto prático de um grupo supranacional desigual, localizado em Bruxelas ou Estrasburgo, é que ele não é responsável pelos eleitores reais. Há até um nome para isso: o défice democrático. Se as medidas que estão prestes a ser finalizadas pela Comissão Europeia, sob a liderança da presidente alemã Ursula von der Leyen e do vice-presidente responsável pelo aquecimento global, o tecnocrata holandês Frans Timmermans, forem adoptadas, aqui está um olhar para o que vai acontecer.
" Fit for 55
"
Em 14 de Julho, a Comissão Europeia apresentou o seu programa ecológico chamado "Apto para 55" (“Fit for 55”). Embora o título se assemelhe a um anúncio para um ginásio reservado para cinquentenários, é o programa de desindustrialização mais draconiano e destrutivo já imposto fora de uma guerra.
Fit for 55 é o quadro central das novas leis e regras estabelecidas por Bruxelas para reduzir significativamente as emissões de CO2, utilizando sistemas como impostos sobre o carbono, tectos de emissões e sistemas de capitalização e comércio.
Em Abril de 2021, a Comissão Europeia anunciou uma nova meta climática europeia: até 2030, as emissões devem ser reduzidas em 55% em relação a 1990, em comparação com 40% anteriormente. Daí o belo nome "Fit for 55". Mas a indústria e a força de trabalho nos Estados-Membros da UE serão tudo menos adequados se este plano for implementado. Para dizer claramente, trata-se de um fascismo tecnocrático imposto sem debate público sobre cerca de 455 milhões de cidadãos europeus.
Esta é a primeira vez no mundo que um grupo de países, a UE, impôs oficialmente um programa para impor um absurdo CO2 "zero" até 2050 e uma redução de 55% no CO2 até 2030. O czar do Acordo Verde da UE, o comissário Frans Timmermans, disse em Maio: "Vamos fortalecer o sistema de comércio de emissões da UE, actualizar a Directiva de Tributação energética e propor novos padrões de CO2 para carros, novos padrões de eficiência energética para edifícios, novas metas de energia renovável e novas formas de apoiar combustíveis limpos e infraestrutura para transporte limpo". Na realidade, isso destruirá a indústria de transporte, a siderurgia, cimento e eletricidade a partir do carvão e gás.
Aqui estão os principais sectores afectados por este sinistro Fit For 55.
Carros e caminhões
Um dos principais objectivos do "Acordo Verde" da UE será colocar em prática medidas que forçarão os veículos com motores de combustão interna – a gasolina ou a diesel e camiões – a cumprir os limites de emissão de CO2 tão punitivos que serão forçados a não mais circular até 2030, se não antes. O plano mudará a meta actual de redução de 37,5% nas emissões de CO2 dos veículos até 2030 para uma meta de zero emissões até 2035, segundo rumores.
Em 7 de Julho, uma coligação de sindicatos, empresas de transporte e fornecedores, incluindo a Confederação Sindical Europeia e a Associação dos Fabricantes de Automóveis Europeus, enviou um apelo urgente ao czar da ecologia, Frans Timmermans. Eles afirmaram: "... queremos ver transformação industrial e inovação na Europa, em vez de desindustrialização e ruptura social. A carta ressalta que a UE não tem planos para uma chamada "transicção justa" para a indústria de automóvel europeia, incluindo nenhuma nova formação de competências para trabalhadores contratados: "Actualmente, não há esse quadro para os 16 milhões de trabalhadores no nosso ecossistema de mobilidade, incluindo o sector automóvel europeu que é um motor do emprego industrial".
Este não é um problema menor, pois a transicção de carros e camiões com motores de combustão interna para veículos elétricos resultará numa interrupção sem precedentes nas cadeias de fornecedores automóveis actuais. A carta aponta que, a nível da UE, o sector automóvel é responsável por 8,5% de todos os empregos manufatureiros europeus e, em 2019, produziu quase 10% do PIB apenas para a Alemanha, bem como 40% dos gastos com pesquisa e desenvolvimento do país. A UE é hoje responsável por mais de 50% das exportações mundiais de produtos automóveis. Eles apontam que a transicção para veículos de CO2 zero resultará na perda de pelo menos 2,4 milhões de empregos qualificados e bem remunerados na UE. Regiões inteiras ficarão deprimidas. A carta aponta que Bruxelas nem sequer mapeou as consequências do Acordo Verde para o sector automóvel.
Em Abril, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou que o projeto "Fit for 55" poderia estender o draconiano regime de Comércio de Emissões de Carbono (QEC) para além das centrais ou indústrias para cobrir o transporte rodoviário e a construcção como parte de uma adição de "poluidores pagadores". O vínculo com o QEC imporá automaticamente sanções financeiras aos motoristas ou proprietários, além dos impostos actuais sobre o carbono, apesar de um impacto muito limitado de cerca de 3% sobre as emissões. Esta medida, além de endurecer as normas de emissão de carros, dará um golpe fatal para os consumidores e a indústria. Quando o governo francês impôs tal imposto sobre o carbono em 2018, desencadeou os protestos nacionais dos Coletes Amarelos e forçou Paris a retirá-lo.
aço
O plano drástico da UE contém novas disposições que trarão mudanças radicais para as indústrias de aço e cimento, grandes consumidoras de energia da Europa. O aço é a segunda maior indústria do mundo, depois do petróleo e gás. Actualmente, a UE é o segundo maior produtor de aço do mundo, depois da China. A sua producção equivale a mais de 177 milhões de toneladas de aço por ano, ou 11% da produção mundial. O plano Timmermans introduzirá novas medidas que penalizarão ostensivamente as importações de aço de produtores "sujos", mas que também tornarão o aço europeu menos competitivo a nível mundial. Fugas do plano da UE indicam que planeia remover as licenças poluidoras actualmente livres do QEC para indústrias de forte intensidade energética, como as do aço ou do cimento. Isso vai dar um golpe devastador nessas duas indústrias essenciais. Eles designam por mecanismo de ajuste de carbono. Como aponta o Centro para a Rede Europeia de Políticas, os exportadores de aço da UE "não receberão qualquer compensação pela remoção do subsídio livre. Como resultado, sofrerão consideráveis desvantagens competitivas em comparação com os seus concorrentes em países terceiros. »
Impostos sobre o
carbono para o carvão
A nova meta ambiental de 55% da UE para 2030 significa quase uma eliminação completa do carvão até 2030 em toda a UE. A Alemanha, que é de longe o maior consumidor de electricidade a carvão da UE, será afectada. O governo alemão, cuja electricidade já é a mais cara do mundo devido à transicção de Merkel para energia solar e eólica não confiável e o encerramento da última central nuclear em 2022, acaba de abandonar o seu plano de eliminar gradualmente o carvão até 2038. Abandonará o carvão muito mais cedo, mas por razões políticas óbvias neste ano eleitoral, não revelou a sua nova data de "carvão zero".
O absurdo de acreditar que a UE, especialmente a Alemanha, será capaz de alcançar carvão zero até 2030, não o substituindo mesmo pelo gás natural, mas sim pela energia solar e eólica não confiáveis, já é evidente. No 1º de Janeiro de 2021, como parte do mandato do governo para reduzir a energia a carvão, 11 centrais a carvão com capacidade total de 4,7 GW foram fechadas. A paralisação durou apenas oito dias, já que várias das centrais a carvão tiveram que ser reconectadas à rede para evitar paralisações devido a um período prolongado de ventos baixos. Centrais a carvão fechadas foram ordenadas a operar no modo de reserva, à custa dos consumidores. A comissão governamental em Berlim que elaborou o plano de eliminação do carvão não incluiu nenhum representante da indústria eléctrica ou quaisquer especialistas em redes eléctricas.
Com este novo plano destrutivo Fit for 55 da Comissão Europeia, o coração da indústria europeia, a Alemanha, está pré-programado não apenas para o severo desemprego industrial nos sectores siderúrgico, cimenteiro e automóvel. Também está pré-programado para quedas de energia como a que devastou o Texas no início de 2021, quando as turbinas eólicas congelaram. Em 2022, na Alemanha, como indicámos, a última central nuclear e outras centrais a carvão serão fechadas, resultando na perda de ainda mais 3% da electricidade. Além disso, 6.000 turbinas eólicas também serão desligadas por causa da sua idade, uma redução total de 7%. No entanto, a adição planeada de novas turbinas eólicas e painéis solares está longe de substituir esse declínio, de modo que até 2022 a Alemanha possa experimentar um défice de capacidade de geração de 10 a 15%.
Grande Reset e Acordo
Verde da União Europeia
O que é difícil para os cidadãos comuns e sãos entenderem é que este é um plano tecnocrático deliberado para provocar a desintegração da economia, sob a desculpa fraudulenta de um risco não comprovado de aquecimento global que afirma – baseado em modelos de computador duvidosos que ignoram a influência do nosso sol nos ciclos climáticos da Terra – que veremos uma catástrofe até 2030 se o mundo não reduzir as emissões de CO2, que são inofensivas e essenciais à vida.
O Fórum Económico Mundial em Davos, ainda activo, também desempenha um papel importante na elaboração deste "Acordo Verde" elaborado pela Comissão Europeia, como parte do seu Grande Reset. Em Janeiro de 2020, o Fórum Económico Mundial, na sua reunião anual em Davos, reuniu líderes da indústria e dos negócios com o vice-presidente executivo Frans Timmermans para explorar como catalisar o Acordo Verde Europeu. O que foi anunciado por Bruxelas em 14 de Julho é o resultado disso. O Fórum Económico Mundial apoia o grupo Action Group de CEO’s para o Acordo Verde Europeu para que as grandes empresas apoiem o plano distópico de Bruxelas.
William Engdahl
Traduzido por Wayan, revisto por Hervé, para o
Saker de língua francesa
Fonte: Le Green Deal européen et l’effondrement industriel de l’Europe – les 7 du
quebec
Este
artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário