10 de Agosto de
2021 Robert Bibeau
Por Célestin Bernard Allah.
A política marfinense é feita de negações, alçapões, ingratidão e golpes baixos. Como sob outros céus, a propósito. Mas o caso marfinense é palpável e as alianças anti-naturais e de facto são feitas para ver que o adversário político colapse e tombe. Em 1995, o Partido Republicano (RDR) é aliado da Frente Popular da Costa do Marfim (FPI) contra o Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI). Um golpe de Estado levou finalmente à queda do regime de Henri Konan Bédié, então Presidente da República e Presidente do PDCI em Dezembro de 1999.
Seis anos depois, ou seja, em 2005, o Comício dos Republicanos (Rdr) do
Presidente Alassane Ouattara, convenceu o Partido Democrático da Costa do
Marfim (PDCI) de Henri Konan Bédié, vítima do golpe militar, a uma aliança,
desta vez dirigida contra Laurent Gbagbo da FPI, entretanto eleito Presidente
da República da Costa do Marfim em 2000.
Quando cinco anos mais tarde, uma eleição presidencial é organizada os dois aliados que criaram o comício dos houphouetistas para a paz e a democracia com outros partidos políticos, conseguiram expulsar o Presidente Laurent Gbagbo do poder, após uma crise militar apoiada pela França. No final, o Presidente Laurent Gbagbo da FPI, transferido para Haia após a sua queda, por alegado crime contra a humanidade, mas finalmente absolvido em 31 de Março de 2021, é recebido à beira da lagoa Ebrie, ou seja, em Abidjan, em 17 de Junho de 2021, por muitos activistas e simpatizantes. À chegada à Costa do Marfim, e com uma visita ao Presidente Henri Konan Bédié, vítima de golpe militar em Dezembro de 1999, o Presidente Laurent Gbagbo e o antigo chefe de Estado, Bédié, através do seu respectivo partido político, pretendem unir-se para derrubar este, desta vez , democraticamente, durante a eleição presidencial de 2025, o Presidente Alassane Ouattara, cujo terceiro mandato ferozmente contestado pelos marfinenses, causou mais de oitenta mortes, nos últimos dez meses (Junho de 2020 a Dezembro de 2020).
Estas crises repetidas, com a sua quota-parte de mortes, acabaram por irritar as classes mais baixas que gritam escândalo, forçando estes políticos à paz dos bravos. No dia 6 de Agosto, no seu discurso à nação, nas vésperas da comemoração dos seus 61 anos de independência, e tendo tomado a medida certa de uma paz duradoura para a reconciliação de corações, Alassane Ouattara, o actual Presidente da República, libertou presos políticos não sem prometer um diálogo com os opositores para a construcção concertada do país com vista ao seu desenvolvimento.
Como podemos ver, a voz do povo conta desde que seja audível. Na Costa do Marfim, alguns homens corajosos já não se escondem para denunciar o "sequestro" do país pelos seus três líderes. Sobre isto, as opiniões diferem, uma vez que estamos numa democracia, independentemente da sua cor tropicalizada. Os retiros não são forçados, nem são dirigidos contra as pessoas.
Célestin Bernard Allah
Fonte: Côte d’Ivoire: Quand les populations exigent la paix – les 7 du quebec
Este
artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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