16 de Dezembro de
2022 Robert Bibeau
Por Brigitte Bouzonnie.
A ideologia mundialista é a continuação
da ideologia nazi, derrotada em 1945, por outros meios. Esta tese é apoiada
há muito tempo: nomeadamente no meu artigo: "os crimes do campo mundialista".
Mas não somos os únicos a sugerir uma tal ligação entre, por um lado, os
crimes de massa nazis. Por outro lado, os crimes de massa cometidos pelo Estado
profundo americano e os seus cúmplices europeus, nomeadamente a CIA, desde 1947:
o uso da tortura. Guerra no Vietname. Guerra na Argélia. Guerra no Iraque,
Líbia, Síria, Jugoslávia, hoje guerra na Ucrânia...
Quando li o livro escrito por John Prados, intitulado "História da
CIA", colecção de bolso, Tempus, 2017, em particular as condições sociais
e políticas, que presidiram à criação da CIA em 1947: descobri qual a crítica
do momento, e quando a CIA ainda nem sequer tinha sido criada. Assim, a crítica
foi, para os parlamentares de ambas as câmaras, de não provocar "uma
Gestapo americana" (sic).
É portanto apropriado regressar à génese da CIA, que estava repleta de
dificuldades. Em particular no capítulo 2: "a casa que Allen (Dulles)
criou". No início, existe o OSS, o antepassado da CIA. Allen Dulles é um
espião quintessencial, mesmo que comece a sua carreira como advogado em Wall
Street.
Allen, um jovem diplomata em Versalhes em 1918, já estava envolvido em
espionagem e recolha de intrigas. Frequentou depois a faculdade de direito e
formou-se em 1926. O seu irmão Foster tornou-se sócio da Sullivan e Cromwell,
uma firma de advocacia empresarial, e recrutou o seu irmão. Durante quase 20
anos, Allen trabalhou como advogado corporativo em direito internacional ao
lado do seu irmão. A firma de Allen supervisionou a venda de bilhetes do
tesouro. Depois foi recrutado para o OSS.
Depois tornou-se quase naturalmente chefe do OSS na Suíça, em Berna. Ele é
a personalidade mais conhecida no OSS. Na Suíça, estava em contacto com membros
do Alto Comando alemão, alguns dos quais tinham conspirado contra Hitler. Um
primeiro trunfo. Entre os seus contactos encontrava-se um agente do chefe das
SS Heinrich Himmler. Entre os seus contactos encontravam-se frequentemente
também agentes alemães anti-nazis. No início de 1944, fornecia regularmente
informações à Casa Branca de Roosevelt. O fluxo era ininterrupto.
O outro grande sucesso de Dulles foi a Operação Sunrise, que levou à
rendição das forças germano-italianas no norte de Itália. Dulles conseguiu
obter uma cópia do diário do Conde Ciano, genro de Mussolini. Depois da guerra,
os soviéticos estavam nas fronteiras da Europa Ocidental. A eliminação dos
espiões soviéticos tornou-se uma prioridade. A desnazificação também se torna
um assunto delicado. Os aliados prenderam proeminentes oficiais nazis e
processaram-nos por crimes de guerra. Mas os serviços de inteligência também
querem recrutar pessoas "competentes", o que é contraditório.
Demonstrar que alguns engenheiros e nazis não cometeram crimes de guerra
tornar-se-á outro objetivo importante. Os programas de mísseis americanos e
soviéticos serão realizados, graças aos cientistas alemães.
Dulles está em Berlim, numa casa requisitada, onde Franck Wisner,
responsável pelas operações especiais, também está localizado. A OSS elabora
uma lista de nazis procurados por crimes de guerra puros. E outra lista de
alemães que podem ser usados por americanos. E reserva um tratamento amigável
para este último? A desnazificação deixa de ser uma prioridade.
Mas o Presidente Harry
Truman desmantelou o OSS como desnecessário em tempo de paz. O OSS tinha muitos
inimigos. A morte de Roosevelt, que apoiava o OSS, substituído por um Truman
mais desconfiado, alterou a situação. Foi criada uma primeira estrutura de
substituição: o CIG (Conselho Nacional de Segurança) com 55 empregados.
Donovan, antigo chefe do OSS, organizou reuniões de antigos oficiais do OSS e
exerceu pressão sobre as autoridades para recriar um novo serviço de
informações. Vandenberg prepara a criação desta nova estrutura. Comunicou a sua
proposta aos membros do Congresso em Janeiro de 1947. Dulles juntou-se ao
pequeno grupo à volta de Vandenberg.
A questão é evitar a criação de uma
"NOVA GESTAPO" (sic). Opõe-se à nomeação de membros das
forças armadas para a CIA. Dulles opõe-se à divulgação não autorizada de
"segredos oficiais" da CIA, que ainda nem sequer foram criados!
A Lei de Segurança Nacional do Verão de 1947 levou à maior reorganização da
história da inteligência dos EUA. E dá origem à Agência Central de
Inteligência: a CIA.
Uma pergunta recorrente em todos os debates
parlamentares é o medo de criar uma nova GESTAPO" (i), que não hesitaria
em usar a tortura para obter uma confissão. Medo expresso por parlamentares de
ambas as câmaras (Senado, Câmara dos Deputados). É por isso que a lei, expressa
e exaustivamente, prevê que "a CIA não terá poderes de polícia, justiça e
segurança interna" (sic).
Esta passagem do livro de John Passos é muito interessante. As
circunstâncias em torno da criação da CIA ilustram a desconfiança e os receios
que acompanharam o seu nascimento em 1947. Era um medo legítimo de produzir uma
estrutura nazi, dentro do próprio governo dos EUA, num país então comprometido
com os direitos humanos.
Este medo foi bem
fundamentado, uma vez que a CIA mais tarde se tornou uma organização
nazi. Portanto,
a relação entre a ideologia nazi e a ideologia da CIA não é acidental. Foi até de grande
preocupação para o legislador americano quando autorizou a sua criação.
Este artigo
foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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