13 de Dezembro de
2022 Robert Bibeau
Guerra do petróleo e do gás: a Rússia está a
desenvolver-se em direcção ao Leste, o que restará da Europa?
Posted by Jean-Pierre on Gas
war: Russia is developing towards the East, what will remain of Europe? –
Palestina Solidariedade (palestine-solidarite.fr).
A sexta ronda de medidas de boicote ocidental contra a
Rússia acaba de ser anunciada no meio de uma cacofonia em Bruxelas e a Aliança
do Pacífico já está a responder, consolidando a sua colaboração energética.
Por Karine
Bechet-Golovko
Enquanto a UE conduz
os países europeus para o caminho da recessão e do empobrecimento, nomeadamente
ao tentar impor um preço máximo de importação ao gás russo de acordo com as
exigências do Tesouro dos EUA, a Rússia está a desenvolver as suas parcerias
estratégicas em termos energéticos com a China e o Cazaquistão. É urgente que
os nossos países ponham fim a esta política atlântica suicida!
Já aqui tínhamos
escrito sobre o fanatismo atlântico das autoridades europeias para impor um
preço-limite à importação de gás e petróleo russo e à divisão de países membros,
incluindo a Alemanha e os Países Baixos, que compreendem plenamente as
consequências que essa decisão teria na sua segurança energética, tendo a
Rússia avisado claramente que não venderia gás a países que praticassem limites
de preços unilaterais (ver o nosso texto aqui).
Alguns acreditam que as consequências também serão importantes para a
própria Rússia, dada a interdependência entre países que existem numa economia mundializada
como a nossa. A fim de sair desta dependência do Ocidente Atlântico e,
portanto, pouco fiável, a Rússia fez ontem dois anúncios interessantes, que
poderiam alterar a situação e reduzir para ela o impacto desta decisão
europeia, se alguma vez for adoptada.
Por um lado, a Rússia e a China anunciaram
que estão a desenvolver a cooperação no domínio da energia, como disse o
Ministro russo da Energia Novak:
«Em especial, estão previstos equipamentos comuns para
a indústria energética. Além disso, disse ele (Novak), Moscovo aumentou as suas
vendas de GNL para a China em 32% nos 10 meses deste ano, enquanto a Rússia
continua a ocupar o segundo lugar em termos de petróleo.«
A China confirmou
esta vontade política:
«A cooperação energética entre a China e a Rússia é a pedra angular da cooperação
prática entre os nossos dois países e também serve como uma força eficaz para
proteger a segurança energética mundial", refere a mensagem de Xi.
Por outro lado, a
Rússia está a reforçar os seus laços com os países do espaço pós-soviético, que
é verdadeiramente um espaço a reconquistar, tendo sido, com raras excepções,
literalmente ocupado (politica, legal e economicamente) por forças mundialistas
na queda da URSS. Neste caso, Tokaev, o reeleito Presidente do Cazaquistão,
veio numa visita oficial a Moscovo assim que foi reeleito. Isto, por si só, já
é um sinal político,
como o próprio Presidente cazaque reconhece. Além disso, como disse o porta-voz
de Tokaev, a Rússia e o Cazaquistão discutiram a criação de uma união de gás a três:
«Durante as conversações no Kremlin entre os
presidentes do Cazaquistão e da Rússia, tratava-se de criar uma "união
tripartida de gás" composta pela Rússia, Cazaquistão e Usbequistão, a fim
de coordenar as acções de transporte de gás russo através dos territórios do
Cazaquistão e do Usbequistão.«
Embora a Rússia continue a ser um país fundamentalmente europeu do ponto de
vista cultural, está a afastar-se estrategicamente da Europa. E porque se
comportaria de outra forma, se os nossos líderes apenas discutem a exclusão e
as sanções? Esquecem simplesmente que enquanto a atracção cultural da Europa
permanece, não por causa das suas maravilhas pós-modernas mas devido à sua
história, está a perder muito da sua atracção noutras áreas ao enfraquecer-se a
si própria.
Karine Bechet-Golovko
Fonte: Política russa
https://russiepolitics.com/...
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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