Ilustração da inauguração do Rond-Point
Aimé Césaire em Istres em
18 de Outubro de 2008
Digo isso porque a ilustração antiga foi
apagada, então vamos apostar que os Coletes
Amarelos , 10 anos depois, terão conseguido
aquecer a alma de Aimé Césaire...
Imagem modificada em 9 de Janeiro de 2019
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Discurso sobre o colonialismo de Aimé Césaire, 1950
numa nova versão em PDF nº
78 de 38 páginas
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As palavras, nada mais do que as palavras
de Aimé Césaire…
As palavras são uma extensão do seu
pensamento visionário, forte, poderoso, necessário e útil mais do que nunca num
momento em que o mal reinante está
a preparar-se para fechar a grade totalitária da NWO (New World Order/Nova
Ordem Mundial – NdT) na nossa cara...
Tinha lido este texto aos bocadinhos,
nunca na íntegra, e a sua força fez-me cair como uma panqueca do princípio ao
fim.
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Seguindo
a sugestão da Résistance 71 ,
podemos propor-lhe um dos grandes clássicos da análise
crítica do colonialismo, publicado em 1955 por Aimé Césaire: “Discours sur le
colonialisme”. E porquê? Porque não vivemos, de forma alguma, num mundo
“pós-colonial”, como a actual oligarquia nos quer fazer crer. Continentes
inteiros (Américas, Oceânia) ainda estão sob o jugo do colonialismo, oprimindo
permanentemente os povos originários. Os antigos povos colonizados continuam a
ser oprimidos por regimes nascidos de um neo-colonialismo comprovado, cujas
elites corruptas continuam a alimentar-se dos antigos senhores coloniais...
Acabem
com a hipocrisia, deixem a mentalidade colonial, a relação opressor/oprimido é
parte integrante da nossa futura emancipação. É uma missão educativa que
implica aprender e descartar a dissonância cognitiva que
muitos ocidentais demonstram.
Como prova, nas páginas 4 e 5:
A
Europa é indefensável.
Parece que é isto que os estrategas americanos
estão a dizer a si próprios.
Em si mesmo, isto não é grave.
O que é grave é o facto de a “Europa” ser moral e
espiritualmente indefensável.
E hoje não são apenas as massas da Europa que se
incriminam, mas a acusação é feita a nível mundial por dezenas e dezenas de
milhões de homens que, das profundezas da escravatura, se arvoram em juízes.
É possível matar na Indochina, torturar em
Madagáscar, encarcerar na África Negra e castigar nas Antilhas. Os colonizados
sabem agora que têm uma vantagem sobre os colonialistas. Sabem que os seus
“senhores” provisórios estão a mentir.
Por isso, os seus senhores são fracos.
E como hoje me pediram para falar de colonização e
civilização, vamos directamente à mentira principal de onde proliferam todas as
outras.
Colonização e civilização?
A maldição mais comum neste domínio é deixarmo-nos
enganar de boa fé por uma hipocrisia colectiva, hábil em deturpar os problemas
para melhor legitimar as soluções odiosas que encontramos.
Isto equivale a dizer que o essencial aqui é ver
claramente, pensar claramente, ouvir perigosamente, dar uma resposta clara à
inocente pergunta inicial: o que é, em princípio, a colonização? Concordar que
não é nem : nem evangelização, nem empreendimento filantrópico, nem desejo de
alargar as fronteiras da ignorância, da doença e da tirania, nem extensão de Deus,
nem extensão do Direito ; admitir, de uma vez por todas, sem querer
recuar perante as consequências, que o gesto decisivo é o do aventureiro e do
pirata, do grande merceeiro e do armador, do garimpeiro e do comerciante, do
apetite e da força, tendo por detrás a sombra nefasta de uma forma de
civilização que, num dado momento da sua história, se vê internamente obrigada
a alargar à escala mundial a
concorrência das suas economias antagónicas.
Prosseguindo a minha análise, verifico que a
hipocrisia é recente; que nem Cortez descobrindo a Cidade do México do alto do
grande teocalli, nem Pizarro diante de Cuzco (e muito menos Marco Polo diante
de Cambaluc), protestam por serem os portadores de uma ordem superior;
que matam; que saqueiam; que têm capacetes, lanças e ganância; que os babosos
vieram depois; que o grande culpado
nesta área é o pedantismo cristão, por ter colocado as equações desonestas:
Cristianismo = civilização; paganismo
= selvajaria, de onde só podiam resultar consequências abomináveis de
carácter colonialista e racista, cujas
vítimas tinham de ser os índios, os negros, os de cor.
Este não é apenas mais um PDF, nem mesmo
apenas mais uma leitura, este discurso sobre o colonialismo de Aimé Césaire permite-nos
entender que se o Ocidente se tornar, diante dos nossos olhos, o
arquipélago do Gulag do Levante, a sua salvação só virá das pessoas
que quebrarem as correntes do
colonialismo, juntas! Quanto ao futuro da humanidade, ele passa
inevitavelmente pelos povos ocidentais emancipados da ideologia e da acção
colonial, que se levantam, de mãos dadas com os povos indígenas de
todos os continentes, para estabelecer a harmonia da sociedade das sociedades na
Terra.
AQUI
& AGORA & DE ONDE VIEMOS!
Por exemplo ; Respondendo activamente ao apelo
do EZLN PARA a
formação de uma REDE
INTERNACIONAL DE RESISTÊNCIA E REBELIÃO CONTRA a sociedade de mercado ► Uma quinta, um mundo, uma guerra,
poucas probabilidades – EZLN 4 de Outubro de 2018
Em coordenação com os povos Kanak
► NÃO, Sr. MACRON, Kanaky não é posse do império colonial francês ... e para que isso não permaneça como
palavras/males vazias...
LEITURA
ADICIONAL RELACIONADA:
Anarquismo Africano, História de um Movimento por Sam Mbah e IE
Igariwey ► África ? A solução é África !
Pagãos na Terra Prometida: Decodificando a Doutrina Cristã da
Descoberta , por Steven Newcomb ;
Compreendendo o sistema legal da opressão colonial para melhor
desmantelá-lo com Steven Newcomb (e Peter d'Errico ,
vinculado)
ANTROPOLOGIA POLÍTICA: ORIGEM E CRÍTICA DO ESTADO; COM …
Pierre Clastres , Marshall Sahlins , David Graeber ,
James C. Scott; A Arte de Não Ser Governado e Contra a Corrente, uma história profunda dos primeiros Estados ;
Jean-Paul Demoule , Alain Guillerm , Marylène Patou-Mathis ;
Dr. Ashraf Ezzat ;
Todas as outras versões em PDF (geo-política,
antropologia política, história e socio-biologia); Nesta página especial do meu
blogue ► PDFs JBL 1960 ;
Para que
todos nós possamos DERRUBAR O IMPÉRIO sem
armas, ódio ou violência...
Fonte: https://les7duquebec.net/archives/298702?jetpack_skip_subscription_popup
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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