Relatório sobre a guerra na Ucrânia (Moon of Alabama)

 

Relatório sobre a guerra na Ucrânia (Moon of Alabama)

9 de Novembro de 2025 Robert Bibeau

Por  Moon of Alabama – 7 de Novembro de 2025. Este relatório sobre a guerra na Ucrânia é único | The Saker Francophone

Este relatório sobre a linha da frente e os mapas que apresenta são únicos:

Relatório da linha de frente: Drones ucranianos equipados com alto-falantes transmitem instruções de rendição enquanto o contra-ataque em Pokrovsk obtém sucesso  –  Euromaidan , 7 de Novembro de 2025

O general Oleksandr Syrskyi lançou um contra-ataque ucraniano direccionado, perto de Dobropillia, para desviar os russos da sua ofensiva brutal contra Pokrovsk. Usando altifalantes montados em drones para transmitir instruções de rendição e aproveitando a lama do outono, as forças ucranianas limparam os bolsões russos cercados e forçaram rendições em massa, enquanto os reforços russos ficavam atolados ao tentar responder.

O relatório afirma que a frente russa que cercava Pokrovsk e Myrnograd pelo norte foi desmantelada por uma contra-ofensiva. O reabastecimento das forças ucranianas em ambas as cidades agora parece possível.

Este relatório é único porque ninguém mais relata tais absurdos.

O contra-ataque ucraniano ao norte de Pokrovsk, lançado há uma semana, fracassou. O cerco foi fechado. Pokrovsk está 90% sob controle russo. As forças ucranianas restantes em Myrnograd não têm como escapar.

Pelo menos é o que afirmam outros observadores do conflito, incluindo a media ocidental:

Gradualmente, e depois repentinamente, a valente defesa ucraniana de Pokrovsk está a chegar ao fim  – ( arquivo )  – The Economist,  6 de Novembro de 2025

Vinte e um meses após o seu início, o ataque de Vladimir Putin à pequena cidade de Pokrovsk, no Donbass (com uma população de 60.000 habitantes antes da guerra), está a chegar ao fim. Uma vaga sangrenta de ataques no final de Outubro tornou a situação na cidade e em Myrnograd, uma cidade satélite, irreversível para os ucranianos. Agora, eles lutam para estabelecer posições a fim de retirar as suas forças, algumas das quais estão encurraladas em focos de resistência. A perda de Pokrovsk, embora já esperada, será um golpe significativo. O pior ainda pode vir: a cidade é um entroncamento rodoviário que oferece à Rússia uma base para novos avanços.

O  Washington Post , o  New York Times ,  o Le Monde  e outros concordam.

O governo ucraniano havia ordenado que Pokrovsk fosse mantida a todo custo. O comandante-em-chefe, General Syrsky, teve que enviar todas as unidades que conseguiu reunir para a batalha, apenas para ver o seu contra-ataque fracassar. O tempo para recuar de Pokrovsk e Myrnograd acabou. As tropas ucranianas restantes terão que se render ou morrer.

Esse padrão repete-se, com os ucranianos a perder diversas cidades ao longo do tempo. Por alguma razão política, a ordem é dada para resistir  até que seja tarde demais  para se reagrupar. Como resultado, muitos soldados morrem em vão.

Além da importância política que Kiev atribui à manutenção de Pokrovsk, a relutância em salvar vidas ordenando uma retirada rápida está ligada à cultura sistémica de " nem um passo atrás ", comumente associada à liderança do Comandante-em-Chefe Oleksandr Syrskyi.

Isso, juntamente com o problema associado de desinformação sobre os desenvolvimentos tácticos na cadeia de comando, ameaça facilitar uma retórica optimista entre os líderes militares e políticos, enquanto a situação continua a deteriorar-se no terreno.

“ Os relatórios do Estado-Maior enviados aos superiores são compostos por cada vez mais mentiras ”, escreveu [o jornalista e voluntário Vitalii] Deineha.

“ Na verdade, praticamente perdemos Pokrovsk, o que significa que também não faz sentido manter Myrnograd. Precisamos reconhecer isso e trabalhar para salvar aqueles que se recusam a sair sem ordens .”

Não é de surpreender, portanto, que  muitos decidam abandonar o exército  antes que chegue a sua vez de serem sacrificados sem nenhum ganho.

Em Outubro, foi estabelecido um recorde de deserção não autorizada de unidades (SOC) nas forças armadas ucranianas: 21.602 pessoas desertaram.

A informação foi anunciada no Facebook por Igor Lutsenko, ex-deputado e actual comandante de uma empresa de drones de ataque.

“  A cada dois minutos, um homem deserta do nosso exército. Esses são apenas os números oficiais. Mas, na realidade, muitos casos de saída não autorizada da unidade ou deserção não são registados. Esse é o principal problema do exército. Um exército em retirada ainda é capaz de vencer. Um exército em retirada, que perde cada vez mais homens mês após mês devido à deserção e à fuga de unidades, representa um perigo real para a existência da Ucrânia ”, escreveu Lutsenko.

O exército ucraniano está acabado. Não tem mais reservas. Faltam-lhe armas, munições e soldados. Tudo o que resta são numerosas unidades dispersas e apenas algumas competentes. Depois de Prokov, a sua retirada só irá acelerar.

Moon of Alabama

Traduzido por Wayan, revisto por Hervé, para o The Saker Francophone. Esta reportagem sobre a guerra na Ucrânia é única | The Saker Francophone

 

Fonte: Rapport sur la guerre en Ukraine (Moon of Alabama) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice