quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

A guerra por procuração de Washington contra a Rússia

 

Mijadela anti-russa
Imperialistas americanos hipócritas

 11 de Janeiro de 2023  Robert Bibeau 

Responsabilidades, consequências – também para a Alemanha

Entrevista de Maïke Hickson (LifeSiteNews) com o Coronel Douglas Macgregor* em Horizontes et Débats.

Douglas Macgregor
(foto realclearpolitics.com)

LifeSiteNews: Na sua opinião, quem é o principal responsável pela escalada do conflito ucraniano?

A guerra por procuração de Washington contra a Rússia é o culminar de uma estratégia cuidadosamente concebida para arrastar a Rússia para o conflito com o seu vizinho ucraniano. Assim que Putin estipulou que o seu governo não toleraria a presença militar da NATO nas fronteiras ucranianas da Rússia, Washington propôs-se transformar aquele país numa potência militar regional hostil à Rússia.

O putsch maidan permitiu que os agentes de Washington em Kiev instalassem um governo pronto para aderir a este projecto. Ao admitir recentemente que ela e os seus amigos europeus procuraram explorar os acordos de Minsk para ganhar tempo para reforçar a postura militar na Ucrânia, a ex-primeira-ministra Angela Merkel confirmou a trágica realidade deste caso.

Como é que o conflito pode ser resolvido pacificamente e diplomaticamente e quais podem ser os elementos de um acordo entre os beligerantes?

Washington e os seus aliados da Europa Ocidental calcularam mal. Acreditavam que a fraqueza económica da Rússia tornaria impossível uma campanha militar russa eficaz para aniquilar as forças armadas ucranianas. A estratégia inicial da Rússia assumiu que Washington e os seus aliados reconheceriam a gravidade da situação e os legítimos interesses de segurança da Rússia na Ucrânia. Assim que o desejo de Washington de preservar o seu controlo estratégico militar da Ucrânia e destruir totalmente a Rússia se tornou claro, Moscovo mudou a sua política e agora trata a Ucrânia como um campo de batalha e já não como um país fraternal eslavo. A guerra só terminará nas condições impostas por Moscovo. Como Putin continua a repetir: "Só Moscovo é o garante do território ucraniano."

Qual é a força motriz por detrás da prevenção de uma resolução pacífica do conflito?

Faça uma lista dos nomes dos membros do Fórum Económico Mundial, e terá um bom ponto de partida.

Parece argumentar que a escalada do conflito na Ucrânia, liderado pelos Estados Unidos, está a prejudicar as relações deste último com a Europa. Pode esclarecer a sua posição?

No que diz respeito às sanções, temos sempre de evitar sancionar-nos a nós próprios. A Rússia não está isolada. Com efeito, ocupa uma posição geográfica inatacável e tem acesso a mercados, bens e serviços sobre os quais os Estados Unidos não têm controlo. Assim, os aliados de Washington, bem como os americanos, são agora vítimas das políticas financeiras e económicas imprudentes e arrogantes de Washington.

Algumas fontes afirmam que a guerra na Ucrânia ajudou efectivamente a economia dos EUA, aumentando a produção de armas e as vendas de combustíveis para a Europa. Concorda com esta análise? Quem acha que é o principal beneficiário desta guerra na Ucrânia?

A venda de armas não contribui para a saúde económica e a prosperidade de uma economia. Os investimentos no poder militar são despesas com pouca utilidade económica ou social. O equipamento deste tipo tem apenas um baixo valor de reutilização. Sempre que um Estado-nação desenvolve mais poder militar do que o necessário para a sua própria defesa, priva outros sectores económicos do capital de que precisam para crescer e prosperar. Foi isso que o Presidente Eisenhower argumentou em 1953 quando disse: "A segurança não pode existir sem prosperidade. Os americanos merecem ter os dois."

Vê a Rússia como uma ameaça militar à Europa, ou acha que a cooperação económica germano-russa tem sido benéfica para a Europa?

No início da guerra na Ucrânia, a Rússia não constituiu uma ameaça para a Europa. A guerra por procuração de Washington forçou Moscovo a reexaminar os seus princípios em matéria de segurança da Rússia. A partir de agora, a Rússia manterá forças armadas convencionais de alto nível maiores e mais resistentes, com o objetivo de se proteger de futuros ataques ocidentais. Durante a maior parte dos últimos 300 anos, Berlim tem sido o parceiro natural de Moscovo para o comércio e a segurança regional. Ambas as guerras mundiais foram episódios destrutivos que nunca deveriam ter acontecido.

Não há razão para repetir os erros do passado. Berlim tem agora de enfrentar a realidade: os interesses estratégicos de Washington e dos da nação alemã não coincidem e tem de adaptar as suas relações com Washington e Moscovo em conformidade. Se Berlim reajustar a sua política externa com isto em mente, poderá restaurar a estabilidade e a prosperidade para a Europa.•

Fontes: https://www.lifesitenews.com/blogs/exclusive-us-colonel-explains-americas-role-in-provoking-russia-ukraine-conflict/ de 19/12/22 (Excertos)

(Tradução horizontes e debates)


*Douglas Macgregor é um coronel aposentado do Exército dos E.U.A., cientista político, teórico militar, consultor, aclamado autor e comentador televisivo, doutorado em Relações Internacionais. Comenta regularmente questões militares na Fox News, CNN, RT e BBC.


Uma "Entreajuda" destrutiva e mortal

O Km. Se se verificar que o governo dos EUA está a travar uma guerra por procuração contra a Rússia com base nos seus próprios interesses políticos na Ucrânia – e há agora amplas provas e testemunhas disso - então a "ajuda" e o "apoio" que este governo está a dar ao presidente ucraniano e aos seus militares aparece de uma forma completamente diferente. Assim, a visita de Volodymyr Zelenskiy a Washington com grande fanfarra há alguns dias resultou num espetáculo grotesco destinado a enganar a opinião pública mais uma vez, pelo menos a da frente doméstica.

Nesta guerra por procuração, o beligerante americano afirma publicamente ser nobre, útil e bom, mas na realidade sacrifica a Ucrânia e os ucranianos – e, em princípio, toda a Europa – aos seus projectos políticos de poder. O Presidente dos EUA, Jo Biden, pode não ter percebido a ambiguidade da sua declaração na conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano Zelenski – os combates na Ucrânia são "parte de algo muito maior". O facto de Volodymyr Zelensky desempenhar até ao fim o papel que lhe foi atribuído e de "agradecer" em voz alta a Washington pelo sacrifício do seu país e do seu povo é particularmente chocante a este respeito.

As "negociações" exigidas por muitos organismos antes do Natal – por razões perfeitamente legítimas – só farão sentido se forem conduzidas de forma honesta. Infelizmente, ainda estamos muito longe disso, pelo menos no lado ocidental.

Coopérative Zeit-Fragen

 

Fonte: La guerre par procuration de Washington contre la Russie – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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