sexta-feira, 4 de abril de 2025

Panfletos e comunicados de imprensa anteriores


 



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França: Aceitar o terreno eleitoral a favor ou contra a extrema-direita? Lutar contra o “fascismo”? Ou escolher o terreno da luta de classes e da defesa dos interesses do proletariado?

 

Publicamos aqui a posição do Partido Comunista Internacional [1], que publica O Proletário em França, na sequência da dissolução surpresa do Parlamento pelo Presidente Macron, após a vitória eleitoral da extrema-direita nas eleições europeias. As novas eleições que terão lugar muito em breve, a 30 de Junho e 7 de Julho, parecem abrir caminho a um governo do Rassemblement national de Marine Le Pen. Imediatamente, todas as forças de esquerda criaram uma “nova frente popular”, com referências explícitas a 1936 e ao período anterior à guerra. Voltaremos a abordar o significado e as consequências políticas desta dissolução para a posição do capital francês no palco imperialista. Não enfraquece a batalha pela liderança europeia travada pelo capital francês nos últimos meses, e levada por diante por Macron, face à marcha para a guerra imperialista generalizada? É claro que um governo do Rassemblement National ou mesmo de uma “frente popular” estaria igualmente empenhado em defender os interesses do imperialismo francês. Mas terá a mesma capacidade para o fazer?

Por outro lado, não pode haver dúvidas a nível nacional, ou seja, perante o proletariado. Os ataques redobrarão, quer o governo seja de extrema-direita, de centro-direita macronista - pouco provável - ou eventualmente de esquerda. Os proletários têm muito a perder se se aliarem a um ou a outro campo. Em particular, a armadilha da luta “anti-fascista” é susceptível não só de trazer de volta ao campo eleitoral uma grande parte dos 50% de abstencionistas, na sua maioria operários e assalariados, mas sobretudo de bloquear qualquer inclinação e dinâmica de luta no terreno da defesa dos interesses proletários. É aí que reside a armadilha. Em que medida é que vai atrair as forças mais militantes do proletariado, aquelas que estão destinadas a atrair o conjunto da classe operária? É esta a questão imediata. É por isso que, independentemente das nossas divergências políticas, adoptamos o folheto do PCI.

 

GIGC, 17 de Junho de 2024

 

Panfleto do PCI : Sucesso eleitoral da RN e novas eleições: não é uma frente popular eleitoral que se pode opor aos ataques burgueses, mas a luta de classes anti-capitalista!

Na sequência do sucesso eleitoral do RN e do mau resultado da lista governamental nas eleições europeias, Macron decidiu dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas. À esquerda, os partidos que se tinham digladiado no dia anterior voltaram a juntar-se num piscar de olhos, não só para defenderem os seus lugares de deputados, mas também para se oporem à ameaça da extrema-direita e defenderem a “democracia”. Escolheram o nome “Front Populaire” para baptizar esta aliança, não só porque o nome “União de Esquerda” teria sido demasiado reminiscente da acção da esquerda ao serviço da ordem burguesa, mas sobretudo porque evocava vagas memórias da luta anti-fascista dos anos 30 - enquanto o Front Populaire tinha servido essencialmente para conter a gigantesca vaga de greves de 1936.

Este novo Front Populaire viu a reunião implícita ou explícita da maior parte dos sindicatos (CGT, CFDT, Solidaires, FSU, UNSA) e dos grupos ditos de “extrema-esquerda”.

Mais uma vez, como acontece há décadas, um suposto perigo fascista, encarnado pela FN ou pelo seu actual herdeiro, o RN, é agitado para mobilizar a população em geral e os proletários em particular em apoio à ordem estabelecida e às instituições da república burguesa que estão supostamente ameaçadas.

A RN é, sem dúvida, uma força política fundamentalmente reaccionária e anti-proletária, apesar da sua propaganda demagógica, e a sua chegada ao poder só poderia ser sinónimo de ataques capitalistas redobrados. Mas todos sabemos que esses ataques não esperaram pela vitória da RN: seguindo os passos do governo Hollande, o governo Macron continuou ao longo dos anos a multiplicar as medidas anti-operárias (mais recentemente a lei que endurece as medidas contra os desempregados) e a intensificar a repressão das mais diversas lutas e protestos sociais. A sua lei da imigração foi mesmo aprovada pelo RN no final do ano passado! A ascensão da extrema-direita em França e noutras partes da Europa reflecte a necessidade do capitalismo de aumentar a exploração, a opressão e a repressão, incluindo através da alteração do equilíbrio político existente. Não anuncia a chegada de uma forma de fascismo, uma vez que a democracia permite esta deterioração das condições económicas e sociais dos proletários, desviando o inevitável descontentamento para o inofensivo terreno eleitoral.

Uma vitória eleitoral dos partidos reformistas de esquerda, que sempre foram os servos zelosos do capitalismo, com o apoio dos sindicatos que sabotaram todas as grandes lutas dos últimos anos, seria incapaz de conduzir a uma oposição aos ataques capitalistas.

Seja qual for o resultado das próximas eleições, os proletários só podem contar com as suas próprias forças, com as suas próprias lutas para se defenderem: é para isso que têm de se preparar, sem se deixarem enganar pelos ilusionistas de uma nova Frente Popular tão condenável como a anterior.

Abaixo a República burguesa e todas as suas instituições!

Pela união dos proletários de todas as nacionalidades, idades e sexos, desempregados ou activos!

Pela retoma da luta de classes independente contra o capitalismo e o imperialismo!

Pela revolução comunista internacional!

O Partido Comunista Internacional-Le prolétaire, 16 de Junho de 2024

 

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Notas:

[1] . http://www.pcint.org/

 

 

Fonte: France : Accepter le terrain électoral pour ou contre l’extrême droite ? (...) - Révolution ou Guerre

Este comunicado e folheto  foram traduzidos para Língua Portuguesa por Luis Júdice

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