Aos excluídos
François Béranger
Sei
que te estás a passar, meu amigo
Tão só a questionares-te que disparates
podias ter feito para chegares
a este ponto
O
teu patrão despede-te
A tua mulher faz a mala
Os teus fulhos têm verginha
e os teus amigos gozam
Toda
a gente te faz acreditar
Que não serves para nada
Que não és um vencedor
Que não és um lutador
Tens
dificuldade em pensar
Estás à deriva
E por isso pensas no gás
Mas o gás goi cortado
A
tua dignidade, amigo
Tu crês que está a ser desprezada
Porque a tua vida,
Dedicaste-a a falsos valores
A
moral do trabalho
A produtividade
O Estado e os patrões
As suas mentiras e as suas leis
Tu
não és senão a vítima
de uma conspiração bem montada
Aquela da exclusão
Perfeitamente planeada
Para
fazer o mundo funcionar
Ontem explorávamos-te
Hoje deitamos-te fora
A isso se chama progresso
(Solo)
Tu
não és responsável
Por esse apocalipse
Somos apenas responsáveis
Pela nossa cegueira
Os
nossos brilhantes decisores
O que irão fazer connosco ?
Partilhar as riquezas ?
Não sonhes, amigo
Vão-nos
colocar uma estrela
Para melhor nos reconhecer
Rejeitemos a exclusão
E o pensamento único
Libertemos
os nossos cérebros
Acareciemos a utopia
Reinvenntemos o mundo
Reinventemos a vida
Os direitos de autor deste texto pertencem aos organismos em causa. É
publicado aqui, num espaço de cidadão sem proveitos e sem conteúdos
publicitários, para fins estritamente documentais e em total solidariedade com
o seu contributo intelectual, educativo e progressista.
Fonte: Aux exclus (Béranger) – les 7 du quebec
Este poema foi trduzido da Língua Francesa para Português por Luis Júdice
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