"A economia alemã está em queda livre":
empregadores alertam para a dimensão do colapso industrial.
3 de Dezembro
de 2025 Robert Bibeau
Por Emmanuel Grasland . Publicado em 2 de Dezembro de 2025. Sobre "A economia alemã está em queda livre": líderes
empresariais alertam para a dimensão do colapso industrial na Alemanha | Les
Echos
Com
palavras dramáticas e um tom catastrofista, a Federação da Indústria Alemã (BDI) divulgou as suas previsões para 2025. A
organização estima que a produção industrial alemã deverá cair 2% este ano, em comparação com a estimativa
anterior de -0,5%.
Este
será o quarto ano consecutivo de declínio. Esses números contrastam fortemente
com os da produção industrial europeia, que a Federação das Indústrias Alemãs
prevê que crescerá 1% em 2025. "A economia alemã está em queda
livre", declarou Peter Leibinger, seu presidente.
A
organização patronal decidiu exercer pressão máxima sobre o governo de
Friedrich Merz. Em comunicado divulgado nesta terça-feira, Peter Leibinger
afirma que "a Alemanha, como centro económico, atravessa a crise mais
grave da sua história" desde o período pós-guerra, e considera que "o
governo federal não está a reagir com a determinação necessária".
"Não se trata de uma desaceleração cíclica, mas de um declínio
estrutural ", insiste o líder.
A criticada "bazuca orçamental"
A
organização exige que o governo priorize o "investimento em detrimento do
consumo" e pede que o fundo de 500 mil milhões de euros seja usado
"de forma transparente para investimentos adicionais". Essas
declarações vêm na sequência de críticas
recentes de economistas em relação à "bazuca fiscal" anunciada pelo chanceler Merz e à gestão dos
milhares de milhões arrecadados pelo governo federal.
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ANÁLISE – Na Alemanha,
cresce a frustração com as políticas de Friedrich Merz.
Até
2030, menos de 50% dos gastos planeados pelo governo serão destinados a
investimentos adicionais, segundo cinco especialistas que assessoram o governo.
O excesso de burocracia também é denunciado pelo BDI, que o considera um
obstáculo ao crescimento. Com a
extrema-direita a ultrapassar
os conservadores nas pesquisas, a organização patronal exige cortes e destaca
que já apresentou 250 propostas nesse sentido.
Diminuição dos pedidos
Segundo
a BDI, a produção industrial alemã voltou a cair no terceiro trimestre, 0,9% em
comparação com o trimestre anterior e 1,2% no acumulado do ano. "A
indústria alemã está a perder a sua essência continuamente", afirma Peter
Leibinger. Considerados por muito tempo os "senhores da indústria",
os gigantes do sector
químico encontram-se numa situação
muito difícil.
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EM NÚMEROS –
Porque é que a economia alemã permanece estagnada
Segundo
o relatório da BDI, a taxa de utilização da capacidade das fábricas de produtos
químicos caiu para apenas 70%, e as novas encomendas diminuíram 5% entre
Janeiro e Setembro. Os sectores de engenharia mecânica e siderurgia também
estão sob pressão. Em contrapartida, a situação está a estabilizar-se no sector
da construção civil, e espera-se um aumento na produção da indústria automóvel.
A
indústria prevê a produção de 4,15 milhões de carros em 2025, representando um
aumento de 2%, e a taxa actual de utilização da capacidade das fábricas é de
83,5%. No entanto, a perda de
empregos no sector automóvel deverá continuar. Em Setembro, aproximadamente 721.000
pessoas estavam empregadas no sector, uma redução de 48.770 em comparação com o
ano anterior.
Emmanuel
Grasland (Gabinete de Berlim)
Este
artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice

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