Brigitte Macron absorta nos seus devaneios burgueses e
mundanos.
11
de Dezembro de 2025 Robert Bibeau
Brigitte Macron parece ter sido
dominada pelo seu falocentrismo instintivo, uma característica compartilhada
por muitos homens. Tê-la-ia traído o seu inconsciente masculino? Tudo indica
que sim. Pois, espontaneamente, num reflexo de solidariedade masculina,
Brigitte ofereceu o seu apoio irrestricto ao actor Ary Abittan, que foi acusado
de estupro.
Um vídeo mostra a esposa do Presidente da
República a chamar as activistas feministas que interromperam o show do
humorista Ary Abittan de "vadias imundas".
#TodasNós
De facto, neste vídeo, Brigitte Macron
declara sobre as activistas feministas do colectivo #NousToutes que entraram no salão do Folies Bergère
mascaradas com o rosto de Ary Abittan e a palavra
"estuprador", para protestar contra a sua presença no palco:
" Essas vadias imundas, vamos expulsá-las ".
No sábado, 6 de Dezembro, essas feministas
lembraram que o humorista havia sido alvo de uma denúncia de estupro no final
de 2021, antes de ser expulso do local pela segurança e por alguns
espectadores.
Vale a pena lembrar que, embora o caso
contra Ary Abittan tenha sido arquivado em Janeiro de 2025, o seu regresso aos
palcos permanece altamente controverso, e activistas mobilizam-se regularmente
para denunciar o que consideram impunidade persistente na luta contra a
violência sexual. Como relatam diversas fontes, apesar do arquivamento (que
feministas consideram não uma prova de inocência, mas uma decisão judicial
tendenciosa), a investigação revelou evidências particularmente incriminatórias
contra Ary Abittan, incluindo "lesões clinicamente documentadas compatíveis
com relação sexual forçada".
Conforme explicou o colectivo #NousToutes,
as declarações de Brigitte Macron constituem um verdadeiro "insulto a
todas as vítimas de violência sexista e sexual".
Para a advogada e candidata às eleições
municipais de Saint-Denis, Elsa Marcel, essa sequência revela a verdadeira
posição patriarcal e reaccionária do macronismo, que, embora afirme fazer da
violência sexista e sexual "a grande causa do mandato de cinco anos",
dá o seu apoio incondicional a personalidades como Ary Abittan.
Por sua vez, a organização feminista
sediada em Reunião (Ile de la Réunion - UFR) denunciou no seu comunicado à
imprensa "um desprezo estarrecedor" e um "descompasso com a
realidade das lutas que as mulheres enfrentam diariamente para serem livres,
iguais e respeitadas". Segundo a UFR, as declarações atribuídas a Brigitte
Macron ilustram "uma visão de feminismo digna de outro século, onde
insultar e silenciar as mulheres era a táctica preferida".
A UFR ( União das Mulheres Francesas)
enfatiza que nenhuma esposa de presidente da Quinta República jamais havia se
expressado com tamanha grosseria e vulgaridade, considerando esse desabafo
"uma vergonha para o cargo que ocupa". A organização vê-o como um
sinal de "uma postura reaccionária e pueril que, com condescendência,
despreza o feminismo". Em conclusão, a UFR dirige-se directamente ao casal
presidencial: "Se insultar activistas é a única resposta da primeira-dama
à persistência do sexismo e às aspirações das mulheres por igualdade e
respeito, então devemos destituir Macron e a sua primeira-dama do poder".
Se Brigitte Macron quisesse reforçar o
rumor sobre sua suposta identidade masculina, ou seja, que ela é um homem, não
poderia tê-lo feito melhor.
Os mexicanos admiram o homem que "tem
colhões", como se diz no país de Pancho Villa. Brigitte Macron, ou
Jean-Michel Trogneux, como os seus detractores a chamam, parece simpatizar
instintivamente com homens que estupram mulheres. Especialmente com homens da
sua própria classe social. Da sua classe burguesa.
O ódio às mulheres transcende o género. É,
no entanto, principalmente obra dos homens. Curiosamente, na França, nos
últimos meses, o termo "masculinismo" tem sido um dos mais procurados
no diccionário online Le Robert. As procuras por esse termo no site do diccionário
Le Robert dispararam em 2025. Como aponta a historiadora Christine Bard,
professora universitária em Angers e especialista em feminismo, o masculinismo
abrange "correntes muito diferentes que compartilham o anti-feminismo e a
vitimização dos homens em sociedades supostamente dominadas por mulheres".
Segundo essa académica, as redes sociais e os vídeos de influenciadores
desempenham um papel significativo na disseminação de mensagens que promovem o
ódio às mulheres e a misoginia.
Agora, podemos acrescentar o Palácio do
Eliseu, que, diante da controvérsia gerada pelas declarações misóginas de
Brigitte Macron, finalmente assumiu a responsabilidade. O desprezo do Eliseu
pela luta contra a violência sexual é absoluto. Assim como o seu apoio
incondicional a Ary Abittan, acusado de estupro.
Brigitte Macron, que parece não ter grande
consideração pelas mulheres (eu ia escrever corpo), não será a primeira mulher
a ser imbuída de uma visão misógina do mundo, ou seja, uma que internaliza a
desvalorização das mulheres, chamada misoginia internalizada.
Apesar da sua imagem masculinizada,
Brigitte Macron está a amplificar discursos de ódio contra mulheres,
particularmente vítimas de agressão sexual. É evidente para todos que o
masculinismo se enraizou no Palácio do Eliseu. Vale a pena lembrar que o
masculinismo abrange uma série de movimentos reaccionários, misóginos e anti-feministas
que visam promover os interesses dos homens em detrimento das mulheres.
Sabíamos
que o ocupante do Palácio do Eliseu chegou ao poder para promover e apoiar os
interesses dos seus mestres capitalistas; agora descobrimos que a sua colega de
quarto, Brigitte Macron, trabalha nos bastidores para defender e proteger activistas
dos direitos dos homens. De qualquer forma, com as suas declarações
ultrajantes, impróprias para a esposa do presidente, a Primeira-Dama de Sião
está a ultrapassar os limites da vulgaridade.
"Nenhum crime é vulgar, mas a
vulgaridade é um crime." Especialmente quando essa vulgaridade é cometida
pela Primeira-Dama da França.
Arezki Belkacimi
P.S.: A revista online Les7duquebec.net
não endossa necessariamente as opiniões dos autores que publicam nas suas
páginas. (NDE)
Fonte: Brigitte
Macron rattrapée par ses élucubrations bourgeoises et mondaines – les 7 du
quebec
Este artigo foi traduzido para Língua
Portuguesa por Luis Júdice

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