28 de Junho
de 2021 Robert
Bibeau
Israel realizou quatro eleições legislativas em dois anos, sem resultados conclusivos, sintomáticas da confusão em que mergulhou aquela que os ocidentais descrevem como sendo a única democracia no Médio Oriente."
Este impasse político tem como pano de fundo previsões pessimistas sobre a
viabilidade de Israel.
Um relatório divulgado em Dezembro de 2016 pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) indica que o número de pessoas que vivem em Gaza deve mais do que duplicar nos próximos 30 anos. Intitulado "Palestina 2030 Mudança Demográfica: Oportunidades de Desenvolvimento", o relatório examina mudanças demográficas e oportunidades de desenvolvimento nos Territórios Palestinos Ocupados. O estudo do Fundo mostra que décadas de ocupação e dependência de ajuda externa têm dificultado o crescimento.
16,7
milhões de palestinos que vivem na grande Israel até 2050.
As taxas de fertilidade nos territórios palestinos ocupados são duas vezes
mais altas que as dos países mais avançados da região. Espera-se que essa
tendência aumente a população de 4,7 milhões hoje para 6,9 milhões em 2030 e
9,5 milhões em 2050.
Espera-se que a maior taxa de crescimento populacional ocorra na Faixa de
Gaza, onde o relatório estima que a população atual de 1,85 milhão deve
aumentar para 3,1 milhões em 2030 e 4,7 milhões em 2050.
Em Israel, a população atingiu, em 2019, 9.136.000 habitantes, dos quais
20,6% eram árabes israelitas (1.750.000 habitantes, principalmente muçulmanos,
e uma minoria cristã), de acordo com o Bureau Central de Estatísticas de
Israel. Árabes israelitas são uma flatulência que, na terminologia israelita designa
os palestinos, os habitantes originais do país da Palestina do Mandato
Britânico.
Cisjordânia 9,5 milhões de palestinos de Gaza 4,7 milhões de palestinos do
interior (2,5 milhões de árabes israelitas) isso daria um total de 16,7 milhões
de palestinos a viver em toda a Grande Israel.
Além do crescimento populacional, o número de mulheres que entram na força
de trabalho também tem aumentado constantemente. Hoje, quase um terço das
mulheres palestinas estão empregadas.
"É difícil imaginar como criar actividade económica e empregos
suficientes para manter os serviços sociais e prover uma população crescente,
sem um diálogo sério com a comunidade internacional, incluindo Israel, sobre o
levantamento do bloqueio e o fim da ocupação, a fim de garantir a livre
circulação de pessoas e bens", disse o representante da UNFPA para o
Estado da Palestina. , Anders Thomsen, em entrevista à Rádio das Nações Unidas.
Dadas as tendências demográficas, o relatório estima que 72.000 empregos
precisarão ser criados por ano em 2030, contra 58.000 hoje.
O estudo ressalta que a criação de empregos deve levar em conta não apenas
novos trabalhadores, mas também pessoas desempregadas e subempregadas. Em 2015,
a taxa de desemprego foi de 26%.
O sector educacional também será marcado pela forte procura, pois o número
de pessoas de 4 a 22 anos aumentará 48% até 2050. Essas procuras serão mais
proeminentes em Gaza, onde os residentes já são mais jovens, e as taxas de
fertilidade e outros indicadores relevantes devem apoiar um crescimento
populacional mais rápido. O relatório estima que as taxas de matrícula escolar
em Gaza excederão as da Cisjordânia entre 2025 e 2030.
A visão de Abdel Hay Zalloum sobre a perspectiva demográfica em Israel-Palestina.
A – Demograficamente:
Em 2030, a população palestina total será de 10 milhões, dividida da seguinte forma: 3,9 milhões em Gaza, 6,9 milhões para a Cisjordânia e Jerusalém como um todo.
Mas em 2050, vinte anos depois, o conjunto Cisjordânia-Jerusalém terá 10
milhões de habitantes.
A este número devem ser adicionados 20% dos "árabes israelitas", os
palestinos que permaneceram no Estado hebraico em 1948, bem como 20% do
HARADIM, judeus religiosos que não reconhecem Israel e se recusam a servir no
exército israelita.
B- Ao nível militar:
Desde 1967, Israel nunca mais conquistou uma vitória militar. Até então, Israel travava guerras contra exércitos do governo árabe cujo principal objectivo era defender o regime político do seu país e não a libertação da Palestina.
Desde o início do século XXI, mais precisamente o ano 2000, coincidindo com
a retirada militar israelita do sul do Líbano, sob pressão do Hezbollah, sem
negociações directas ou um tratado de paz, Israel tem sido cercado no norte
pela formação paramilitar xiita libanesa, e no sul de Gaza pelo Hamas e pela
Jihad Islâmica, que estão a travar aí uma guerra assimétrica.
Em sobreposição, ao nível das alianças regionais, os Estados Unidos, maior
aliado de Israel no Médio Oriente, estão numa fase de declínio, enquanto os
principais aliados do eixo da contestação à hegemonia israelo-americana (China,
Rússia, Irão) estão numa fase de ascensão no poder, em paralelo com a vitoriosa
implantação de forças paramilitares na área: os houthis no Iémen contra a
Arábia Saudita; Hached al-Shaabi, no Iraque, face aos Estados Unidos; O
Hezbollah libanês, a enfrentar Israel no sul do Líbano e os grupos terroristas
sunitas na Síria.
Tal quadro sombrio poderia explicar a repentina pressa de quatro países
árabes, incluindo três monarquias (Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos,
Sudão) para normalizar as suas relações com Israel, no Outono de 2020,
provavelmente para afastar um destino fatal.
Se as previsões do FMI forem confirmadas, as petro-monarquias não escaparão
de uma dolorosa explicação das gravações sobre as suas responsabilidades na
decadência do mundo árabe.
2035... Será dentro de 14 anos. Paciência. Vemo-nos daqui a 14 anos.
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por
Luis
Júdice
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