E, no início, era o
verbo. E o verbo germânico foi sempre o do domínio da Alemanha, para já sobre a
Europa – depois sobre o mundo –, para satisfação do princípio ungido pelos
deuses do “espaço vital alemão”, como Hitler
- e outros antes dele – já haviam reclamado.
A ditadura sanitária que o Covid 19 proporciona-lhe maior garantia de sucesso para este projecto, que passa a funcionar como o novo garrote, desta feita para fazer ajoelhar, não só os restantes países e governos que compõem os países que formam a UE, mas as suas populações. O medo, o terror, a manipulação, a intimidação, surtem – para já – um muito melhor e eficaz meio, relativamente aos critérios anteriormente ao seu dispor de contenção dos défices orçamentais e regulação das dívidas soberanas.
O New Green Deal é o novo graal do imperialismo germânico. Permite que o sector do capital e do imperialismo mais ligado à área financeira, digital da informação, farmacêutica, consiga, de forma mais consistente e prolongada, um controlo total sobre a classe operária e os restantes escravos assalariados e sobre o sector mais ligado às indústrias ditas tradicionais. Os confinamentos, a ditadura vacinal, o passaporte sanitário, a par das bazucas financeiras que agravam o défice e as dívidas soberanas e a digitalização da ordem social e política, acredita o imperialismo germânico, terão melhor efeito do que todos os anteriores projectos europeus para assegurar o tão desejado “espaço vital alemão”.
E, as tentativas de chantagem exercidas pela chefe do IV Reich, já nem sequer precisam de parecer tão desesperadas como no passado. O eixo Paris-Berlim está bem e recomenda-se, com Emanuel Macron a servir de novo valet de chambre do imperialismo germânico. Merkel, para além do euro como moeda única – de facto o marco sob novas vestes – sabe, de há muito, que o projecto europeu só servirá efectivamente os seus interesses de dominação sobre os restantes países europeus, se conseguir impor a moeda única.
E, agora, o Green Deal com os seus apêndices, o passaporte vacinal, a ditadura sanitária e o controle mais apertado – em nome da saúde pública – de todo e qualquer movimento de contestação ou levantamento popular contra o capital e o imperialismo.
Paulatinamente, foi convencendo vários países a aderir a esta ideia,
prometendo-lhes o paraíso do leite e do mel em abundância, conseguindo que as burguesias
vendidas de 19 dos 27 países que integram a União Europeia ao euro aderissem.
Paulatinamente, força-os agora, a aderirem ao New Green Deal e à ditadura
sanitária.
De cimeira em cimeira – a dois ou com os seus serventuários do norte da Europa – vai acrescentando novos patamares para desferir novos golpes, encarregando a sua tróica germano-imperialista de ir impondo memorandos e programas que visam, tão só, dominar e espezinhar os restantes países capitalistas da Europa, arrogando-se tomar medidas absolutamente fascistas e antidemocráticas que podem levar, como no passado recente, à deposição de governos, para à frente deles colocar, em sua substituição, os seus homens e mulheres de confiança.
O euro foi desenhado, desde a sua génese, como o novo marco ou o marco travestido de euro! Como a única entidade com capacidade e autoridade para emitir esta moeda e controlar os seus fluxos é o BCE, um banco privado onde os principais accionistas são bancos e grandes grupos financeiros germânicos, melhor se entenderá a teia que a Alemanha teceu para vir a manietar e dominar os restantes países europeus. Como melhor se compreenderá que o ciclo de dominação sobre a Europa se fecha com um New Green Deal que possibilita um controlo político, financeiro, social, muito mais apertado por parte do imperialismo germânico.
É importante recordar que, muito antes de sugerir o euro, o imperialismo germânico foi impondo a destruição da capacidade produtiva e do tecido produtivo, sobretudo industrial, da esmagadora maioria dos países europeus, sobretudo aqueles que são considerados os elos fracos da cadeia capitalista, salvaguardando essa capacidade para a Alemanha, onde esta não só foi mantida como cresceu e se fortaleceu. Com tal manobra a Alemanha consegue ter superavits importantes, dominar em termos de capacidade industrial e financeira todos os outros países que, entretanto, aderiram ao euro, por virtude de terem passado a depender daquilo que importam para poder fazer funcionar as suas economias, levando-os a graus de endividamento nunca antes atingidos.
Os factores combinados das crises orçamentais com a crise do sub-prime americano, criaram as condições ideais para que uma entidade como o BCE, cujo capital social é inteiramente privado, e em que os grupos financeiros e bancários alemães, como já havíamos referido, predominam, mercê da taxa de participação de cada país em função do seu PIB, se transformasse no principal instrumento da dominação germano-imperialista. Desde logo porque foi imposto que os estados não poderiam recorrer directamente a crédito nessa instituição, a um juro abaixo de 1%, mas tão só os bancos que, depois, o emprestariam aos estados a taxas de juro muito mais elevadas, o triplo e mais do que aquelas que o BCE pratica com os bancos agregados ao sistema monetário e financeiro do euro!
As dívidas soberanas passaram a ser, por um lado, um excelente negócio, pois proporcionam taxas de juro faraónicas e, por outro, um factor poderosíssimo de chantagem sobre governos e governantes que ficam satisfeitos com as migalhas que a chefe do IV Reich lhes reserva a troco de submeterem a classe operária e os restantes trabalhadores assalariados dos seus países à miséria, à fome, ao desemprego e precariedade e os seus países ao esbulho dos seus activos e empresas estratégicas por parte do imperialismo germânico. Isto é, traidores que se vendem por trinta moedas a troco de submeter os operários e outros trabalhadores assalariados de países europeus à condição de colónia ou protectorado da poderosa Alemanha!
O New Green Deal representa, ademais, a forma encontrada pelo imperialismo mundial em geral – e pelo germânico em particular – de tirar o melhor proveito da divisão interancional do trabalho. Com a projectada “bazuca” europeia – inteiramente desenhada pela Alemanha – que lhe deu vida através de Ursula Von der Leyen, pode ditar a cada um dos países que a ela recorra quais os quadros orçamentais a que pode aderir, de forma a melhor servir os interesses da indústria e do imperialismo germânico no teatro da divisão dos despojos que os blocos imperialistas disputam de forma cada vez mais sangrenta e mortal.
A bascularização da economia mundial, que se caracteriza, por um lado, pela estranha inexistência de crises das dívidas soberanas em países do chamado 3º Mundo – como é o exemplo do que se passa em quase todo o continente africano – e, por outro, num processo de acumulação primitiva capitalista nos países emergentes, como a China, a Índia e o Brasil, entre outros, que passam neste momento por um processo histórico muito idêntico ao que se vivia na Manchester do sec.XIX, explicam o resto do quadro em que, a nível global, hoje nos encontramos e de como ele influencia e condiciona a situação política e económica da velha Europa e da burguesia europeia.
Com este processo de crescimento, fundamentalmente alimentado pela migração massiva de agricultores e artesãos arruinados para os grandes centros urbanos e encafuados em grandes unidades fabris, aceitando condições desumanas de vida, ritmos de trabalho intensos e salários miseráveis, começa-se a compreender como é que a bascularização da economia influencia a estratégia da Alemanha e de outros países do dito 1º mundo.
Países com uma indústria avançada, com alto desenvolvimento tecnológico e que apostam fortemente na investigação cientifica e que tendo sagazmente levado as outras nações do continente europeu à desindustrialização e à liquidação da sua agricultura e pescas, têm por objectivo, agora, remeter esses países para a terceirização da economia ou para fornecedores de mão-de-obra-barata, ao nível dos praticados na Malásia ou no Bangladesh, para se tornar competitivos, isto é, alinhando por baixo as políticas assistencialistas e salariais até agora praticadas e que tinham sido fruto de intensas e duras lutas de operários, camponeses e outros trabalhadores, na Europa dos séculos XIX e XX.
Se é certo que a forma como hoje se organiza o trabalho nos países mais desenvolvidos não é a mesma dos séculos XIX e XX, até porque existem cada vez menos grandes unidades industriais – sobretudo naqueles países que aceitaram liquidar o seu tecido produtivo, como foi o caso de Portugal -, não menos certo é que a classe operária aliada a uma intelligentsia cada vez mais lançada para a precarização e para a prática de baixos salários, aos assalariados rurais cada vez mais empobrecidos, são a força motriz que tem, cada vez mais, condições para derrubar todo e qualquer governo reaccionário - mesmo que ponha uma máscara socialista para melhor enganar os trabalhadores - que continue a aceitar o garrote do euro, a chantagem da dívida e, agora, a cortina de fumo do Green Deal. E para destruir o modo de producção capitalista e imperialista e impor um novo modo de producção – comunista - que cumpra o paradigma histórico da classe operária revolucionária – o de acabar com a sociedade de classes, a sociedade de exploração do homem pelo homem e que, ao fazê-lo, liberte toda a humanidade.
E se, aparentemente, parece que as condições para a revolução, quer no nosso país, quer a nível mundial, são mais diminutas, o que se passa é exactamente o contrário. No nosso país, bem como noutros países europeus e à escala mundial – mesmo na China onde impera uma feroz ditadura social-fascista -, as medidas terroristas e fascistas que têm sido impostas pelo capitalismo e pelo imperialismo, através dos governos serventuários dos seus interesses, encontram cada vez maior capacidade de organização, mobilização e combatividade por parte dos operários e restantes escravos assalariados desses países.
Nos chamados países emergentes, as condições em que a classe operária é alocada à producção, em grandes unidades fabris, facilita a sua organização revolucionária e a elevação da sua consciência de classe. O processo histórico é imparável, a contradição antagónica entre burguesia e proletariado, entre natureza social do trabalho e apropriação privada da riqueza gerada por ele, será resolvida a favor de quem produz toda a riqueza. E o ciclo da revolução comunista mundial do futuro será não só uma realidade, como uma inevitabilidade histórica.
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