A cada vez menor influência do PCP revisionista e
social-fascista no movimento operário, sindical e popular, é bem demonstrativo de
que a classe operária e os restantes escravos assalariados já não se deixam
arregimentar pelas suas manobras de manipulação que levam, recorrentemente –
seja no âmbito do autêntico colete de forças da “concertação social”, seja
noutro qualquer – à traição das suas lutas e objectivos revolucionários.
Não deixa de ser preocupante, no entanto, que apesar
desta demonstração daquilo a que não deseja mais aderir, a classe operária e os
seus aliados ainda não tenham conseguido organizar-se em torno de um projecto
político que lhes garanta a vitória do seu devir histórico que é a destruição
do modo de produccção capitalista e imperialista para, em seu lugar, construir
o seu modo de producção comunista, único garante de que se libertará da
exploração do homem pelo homem e, assim, libertará toda a humanidade.
Para a burguesia, o PCP revisionista e
social-fascista é, há mais de um século, o seu maior aliado quando se trata de “arrefecer”
o movimento operário e popular revolucionário. Basta observar a forma como
praticamente todos os agentes da burguesia – no Parlamento e fora dele – tecem rasgados
elogios ao papel “ponderado” do PCP, chegando a concluir que, sem ele,
instalar-se-ia o caos na sociedade.
O elogio ao papel de “bombeiro” do PCP é recorrente.
Quando é necessário extinguir o “fogo contestatário” ou levantamentos operários e
populares revolucionários que se geram na sociedade, apesar do controlo – e contra
ele - que o PCP tenta exercer a todo o custo sobre eles, lá recorre a burguesia
ao serviço dos revisionistas e social-fascistas.
E, claro está, não é por acaso que a burguesia
agradece a protecção que representa o contra-revolucionário PCP ao seu modo de
producção capitalista e imperialista, quando se vê ameaçada por episódios de
grande tensão na luta de classes que domina todas as relações sociais e
humanas, desde que a sociedade se dividiu em classes.
Este papel contra-revolucionário do PCP, tem de ser amplamente
denunciado, manifestou-se muito antes da “revolução dos cravos”, quando os
revisionistas levavam a cabo uma manifesta política reformista de “derrubar” o
sistema fascista através de eleições “democráticas”, traindo miseravelmente a
luta de operários, camponeses, estudantes e soldados, que confluía – já nessa
época – para um rio cujo caudal revolucionário aumentava de dia para dia, muito
antes, sequer, dos “capitães de Abril” implementarem, por motivos meramente
corporativos, o seu golpe de estado.
Sendo que um dos principais objectivos do golpe de
estado era, precisamente, o de conter, com a ajuda prestimosa do PCP, o movimento
revolucionário e popular que progredia como a lava de um vulcão que ninguém
consegue travar.
O sequestro a esta visão reformista, revisionista a
que, quer antes, quer depois do 25 de Abril de 1974, se sujeitou o movimento
operário e sindical, e que tem levado à deserção de milhares de activistas, e
ao recorrente abandono dos sindicatos por parte dos operários e outros escravos
assalariados está aí para comprovar que ao PCP revisionista foi atribuído pela
burguesia o papel de “arrefecimento” e desmantelamento das lutas operárias e
populares.
Porém, a traição dos revisionistas e dos social-fascistas
do PCP não se fica por aqui. Nada disso! Aquando, a seguir às várias tentativas
de golpe de estado para instalarem em Portugal uma ditadura social-fascista, ao
serviço do social-imperialismo e de um modo de producção capitalista de estado,
que protagonizaram a seguir ao golpe militar de 25 de Abril de 1974 e quando, a
golpe, conseguiram impor a sua influência e direcção sobre os famigerados “governos
provisórios” e a superestrutura ideológica da burguesia, que mascararam de “revolucionária”
e de “esquerda”, os revisionistas e social-fascistas propuseram e fizeram
aprovar profusa legislação, sobretudo anti-operária que, ainda hoje, se
encontra em vigor.
Legislação que, como seria de esperar de um partido
reaccionário como o PCP – sem esquecer os diferentes satélites
neo-revisionistas e trotskistas que acabaram por se agregar em torno do BE - ,
visa desarmar o movimento operário, sindical e popular. E, daí, ter sido
mantida – e frequentemente elogiada por
todos os lacaios políticos da burguesia – até aos dias de hoje.
Os operários e os restantes escravos assalariados
não se podem, pois, deixar surpreender quando são confrontados com a realidade
da requisição cívil ou com a partilha de dados pessoais de activistas que, ao
abrigo do seu constitucional direito à manifestação e à liberdade de opinião se
manifestam em Lisboa ou noutras cidades do país, como agora está a ser
denunciado por activistas russos, palestinos, venezuelanos, ucranianos ou movimentos
de cidadania em geral. Devem ter consciência – e os marxistas devem-no denunciar
com eloquência – que tal só foi possível graças a legislação produzida em 1974
pelo PCP e aprovada pela mão de “governos provisórios” enfeudados ao partido
revisionista e social-fascista, mormente dessa eminência parda da
contra-revolução que dava pelo nome de Vasco Gonçalves, o verdadeiro “companheiro”
da burguesia e do seu modo de producção capitalista e imperialista.
Sobre o DECRETO-LEI
N.° 637/74, DE 20 DE NOVEMBRO de 1974, tive a oportunidade de me
debruçar, a 7 de Fevereiro de 2019, sobre o seu conteúdo, em pleno auge da
greve dos motoristas de transportes de matérias perigosas, no meu blogue.
Artigo que poderão reconsultar aqui: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2019/02/quem-foi-o-pai-da-lei-da-requisicao.html
Sobre o diploma legal
que regula manifestações políticas ou de outra natureza, que impliquem ocupação
do espaço público, também foi o PCP revisionista, social-fascista e
contra-revolucionário que, em 1974 – há cerca de 47 anos !!! – redigiu, propôs
e fez aprovar, por um dos “governos provisórios” protagonizado pelo “companheiro”
Vasco Gonçalves – um declarado e chapado lacaio do PCP - , a legislação para o
efeito.
Vertida no
decreto-lei nº 406/74, promulgado em 27 de Agosto de 1974 – quando era o
fascista Spínola presidente da república - , esta lei visou (e ainda visa)
vigiar, censurar, impedir, cercear a liberdade de manifestação e de opinião,
sobretudo quando essas liberdades podiam colocar em causa a ditadura
social-fascista que Barrerinhas Cunhal e o PCP pretendiam impor à classe
operária, aos soldados, camponeses, estudantes e às massas populares, sobretudo
no contexto dos levantamentos populares e operários recorrentes que se seguiram
ao 25 de Abril de 1974.
Uma lei que, ao bom
estilo da bufaria fascista do regime de Salazar e Caetano, como se pode
observar no nº2 do artigo 2º do seu articulado, obriga quem se propõe a
organizar qualquer tipo de manifestação em local público ou privado, a dar o
nome, profissão, morada e contacto. Dados que, também como previsto neste
decreto-lei, serão entregues a todas as “entidades” envolvidas”, desde as “autoridades”
policiais ... até às empresas, instituições, representações diplomáticas, etc., visadas.
Sendo uma lei
fascista é lógico que TODOS os sectores da burguesia a fizeram sua, como se
comprova pelo facto de, ainda hoje, estarem em vigor ... e com os mesmos
propósitos! A defesa dos interesses da burguesia e do seu modo de producção
capitalista e imperialista, a garantia da continuidade da exploração, da
extracção da mais-valia e da acumulação de capital, geradoras de miséria,
guerra, fome, humilhação, desemprego.
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