quarta-feira, 2 de junho de 2021

Desintegração Catastrófica da América

 


 2 de Junho de 2021  Robert Bibeau 

Por Paul Craig Roberts

Podemos observar a desintegração dos Estados Unidos no julgamento que os democratas estão a fazer a Donald Trump à maneira dos julgamentos estalinistas dos anos trinta. Os republicanos forneceram ao Senado evidências em vídeo de que os democratas reagiram à derrota em 2016 por insurgência, enquanto Trump não reagiu dessa forma à eleição roubada de 2020.

Mas no julgamento montado pelos democratas, as evidências não são mais importantes do que nos julgamentos estalinistas:

§  https://www.theepochtimes.com/hypocrisy-trump-team-uses-videos-of-democrat-lawmakers-during-impeachment-trial_3694901.html

§  https://thefederalist.com/2021/02/12/watch-trump-legal-team-obliterates-dems-impeachment-case-with-videos-of-their-violent-rhetoric

Os republicanos falam de hipocrisia quanto aos dois pesos e duas medidas dos democratas, mas é muito pior do que isso. Esta é a prova de que o descuido do povo americano levou à perda dos critérios da verdade, da liberdade civil e da democracia. O padrão dos dois pesos duas medidas predominante e a indiferença às evidências – na verdade, as mentiras são preferidas aos factos – mostram que as instituições sociais e governamentais da América são totalmente corruptas. Como Andrei Martyanov mostra no seu último livro, a América está a desintegrar-se diante dos nossos olhos. 

Os Estados Unidos não são mais uma nação. Eles são apenas uma pluralidade de povos que não têm mais um país. É uma unidade espiritual que faz um povo, e os Estados Unidos não têm mais esse espírito unitário. Martyanov observa que não há nada em comum entre um fazendeiro WASP do Iowa, um advogado judeu de Manhattan, e um rapper negro do Bronx. Eles não vêem o mundo, a América, e a sua própria situação da mesma forma, e essas visões são irreconciliáveis.

Martyanov escreve que "hoje, os Estados Unidos não são uma nação, certamente não no sentido tradicional segundo o qual um grupo étnico domina nacionalmente, enquanto a divisa e o mito americano fundador do "caldeirão de culturas", são apenas isso mesmo: um mito. Os muitos grupos étnicos americanos não se assimilaram a uma única nação, mas são mais precisamente percebidos como uma "tigela" de interesses divergentes. A América é uma Torre de Babel erguida sobre as areias movediças da "política de identidade". Um país com tamanha diversidade cultural não tem mais um interesse nacional comum porque não tem mais unidade. Uma casa dividida contra si mesma não se pode manter.

Não há mais uma identidade americana unitária. Na realidade, a etnia e as ideias fundadoras incorporadas na Constituição são atacadas como factores de racismo e exploração. Este ataque foi institucionalizado no "Projeto 1619" do New York Times, no sistema escolar e na política racial do Partido Democrata. O mito de uma América branca racista serviu para fornecer ao Partido Democrata uma narrativa histórica que legitima os seus esforços para construir um eleitorado baseado na política racial. Assim, a fragmentação do país está institucionalizada na política do Partido Democrata. Noutras palavras, a desintegração torna-se o ingrediente básico desta receita.

A falta de unidade torna os Estados Unidos fracos diante da Rússia. A Federação Russa também é marcada pela diversidade. No entanto, o Estado reconhece o grupo étnico russo como a base do país. A Constituição russa afirma: "A língua oficial em todo o território da Federação Russa é a língua russa, a língua do povo fundador do Estado." Tal acto unificador é impossível nos Estados Unidos. Todos os esforços para fazer do inglês a língua nacional falharam. Nos Estados Unidos, as pessoas fundadoras são denegridas como racistas. Os Estados Unidos são, portanto, privados de fundações. Podemos imaginar uma condição mais frágil?

Um país sem unidade linguística não se pode unificar de outra forma. Nos Estados Unidos, as pessoas fundadoras são demonizadas e transformadas em cidadãos de segunda classe condenados a desaparecer porque o seu DNA contém racismo sistémico. Os americanos brancos são denunciados como "deploráveis de Trump", "fascistas maga" e "inimigos da democracia". Eles nem sequer podem protestar contra uma eleição roubada.

Isso faz dos Estados Unidos uma mera entidade geográfica na qual vários povos veem as suas divisões agravadas pelo ensino do ódio. A solução necessária é que o grupo étnico fundador reconheça a sua perversidade e aceite ser derrubado pelas raças oprimidas. Aqueles que fazem essas exigências são eles mesmos membros do grupo étnico fundador. São brancos de esquerda, brancos no sistema escolar, brancos no Partido Democrata, e aqueles na media que estão a atacar americanos brancos como racistas sistémicos deploráveis. Não poderia haver mais desunião radical.

"brancura" rejeitada diz respeito não só à comunidade étnica, mas a todos os valores e conquistas que compõem a civilização ocidental. O pensamento racional e a liberdade de pesquisa científica estão a ser os alvos. A matemática em si foi racializada. Martyanov relata que a matemática foi declarada racista "pelo Comité Consultivo de Estudos Étnicos da Educação Pública de Seattle (ESAC), que publicou um primeiro conjunto de notas como parte dos seus estudos étnicos sobre matemática no final de Setembro; análises pelas quais ele tenta ligar a matemática à história da opressão. O comité argumenta que a matemática é subjectiva e racista, perguntando: "Quem pode dizer que uma resposta está certa?" ou "Como é que a matemática é manipulada para permitir que a desigualdade e a opressão persistam?" Para não ser superado no denegrir racial, um artigo recente na revista "The nation" propôs duplicar os votos dos negros americanos no que foram apresentadas como "reparações eleitorais". O facto de que essa ideia ridícula – sem mencionar a sua natureza discriminatória em relação aos brancos e outras minorias nos Estados Unidos – tem sido considerada digna de inclusão no que é o órgão de esquerda do Partido Democrata, é um sinal preocupante que mostra até onde essa radicalização racialista diletante pode ir."

A destruição da unidade americana e crenças fundadoras é apenas uma das razões para a desintegração dos Estados Unidos. Martyanov revela várias outras causas. Uma delas é a incapacidade, não só dos Estados Unidos, mas de todo o mundo ocidental, de ter líderes competentes. Esta falha é generalizada e não se limita aos governos. Martyanov compara o mundo ocidental a uma lata da sopa Campbell de Warhol, sendo este mundo nada mais do que uma "escola de simulacro". Cabe ao Ocidente ter o seu quarto de hora de fama.

Políticos ocidentais são vítimas da sua pretensão. Eles realmente imaginam-se a ter poder geo-político quando, na verdade, são totalmente superados por Putin e Xi. A cegueira ocidental coloca em risco a sobrevivência física do Ocidente, porque "a esmagadora maioria da classe política americana desconhece as forças em jogo e as suas possíveis consequências". ("classe política" que não pode fazer de outro modo ... característica de uma civilização decadente – de um modo de producção - em processo de colapso. NDE)

A classe dominante da América é tão estúpida que, por um lado, proclama o carácter excepcional da América, pelo qual significa o direito moral de Washington de governar o mundo, enquanto, por outro, desconstrói a América acusando o povo fundador e os seus valores de serem "racistas sistémicos". Se os Estados Unidos são baseados no racismo branco, como proclamado pelas universidades, pelo sistema escolar, pelos políticos democratas e pelo Projecto 1619 do New York Times,o que é que existe de indispensável num país cujo carácter excepcional é o racismo? O facto de que essa extraordinária contradição nem sequer ser observada, quando, enquanto isso, Washington justifica o bombardeamento e a espoliação de milhões de pessoas em oito países porque "lhes traz democracia", e a elite dominante rouba eleições nos Estados Unidos, tudo mostra que a dissonância cognitiva desta elite excedeu todas as medidas.

O regime ilegítimo de Biden não tem escrúpulos em declarar a sua hostilidade ao grupo étnico americano fundador. Este regime está cheio de depravados sexuais, extremistas negros e judeus hostis aos "deploráveis de Trump". Ele conduziu um expurgo contra as forças armadas que o sistema escolar não tinha doutrinado. A Primeira Emenda é apresentada como uma "ameaça". Uma lei sobre "terrorismo doméstico" está a ser preparada. (Eis o estado totalitário que prepara essas elocubrações da esquerda e da direita americanas cúmplices. NDÉ). Servirá para colocar o rótulo de "terrorista interno" naqueles que não estão em sintonia com o discurso oficial. A guerra foi declarada sobre os americanos brancos tradicionais, cristãos e heterossexuais.

E os líderes deste país em decomposição estão a fomentar o conflito com a China, a Rússia e o Irão. A questão é: os EUA desintegrar-se-ão antes de ser militarmente destruídos?

Paul Craig Roberts

Traduzido por J.A., revisão por Hervé para o Saker de língua francesa

 

Fonte: La catastrophique désintégration de l’Amérique – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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