Completam-se hoje três semanas sobre a última inserção
de um artigo - “Uma Mudança de Métodos” –
no Órgão Central do Partido Comunista
dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) – o Luta Popular online.
Permanece, ao longo deste período, ao lado de um
Editorial que mais não é do que um vómito reaccionário, pretensamente destinado
ao assassinato de carácter daquele que produziu, pelo menos de há 2 anos a esta
parte, cerca de 100% dos artigos que se publicavam no jornal, então dos
comunistas.
A cobardia política tem destas coisas. Afirmam-se “verdades”,
descontextualizadas, mas não se permite ao visado qualquer tipo de defesa.
Aliás, o visado, até à data, sempre se tem manifestado “internamente” através
da lista de mails dos elementos do Órgão a que pertencia – o Comité Permanente e
o Comité Central do Partido -, pois sempre defendeu que assuntos internos
deveriam ser tratados ... internamente.
Porém, face à constatação de que o Director do Luta
Popular anda “desaparecido em combate” (como vai sendo seu recorrente hábito) e
que os membros do CC e, sobretudo, do CP, aceitam como bons os poucos artigos
que a sós, ou em parceria com a social-fascista Cidália Guerreiro tresandam a
revisionismo e a neo-revisionismo, é tempo de não mais pactuar com esta clique
que se apropriou, a golpe, da direcção do Partido dos Comunistas.
Mas, voltemos ao tema de abertura. A conclusão a que
os operários e demais escravos assalariados podem, desde já, retirar, é que os
comunistas nada têm para lhes dizer sobre eventos de grande relevância para a
sua vida e luta, tais como:
·
O balanço dos seis mêses da presidência de
Portugal da UE
·
Os surtos de infecção de COVID 19 que se
tornaram exponenciais na sequência do acelerar do programa de vacinação, quando
está cada vez mais claro que a vacinação massiva em todo o mundo – e em
Portugal – estão na origem daquilo a que muitos cientistas designam por “vírus recombinantes” – pomposamente descritos
por variantes-, ou um fenómeno de “escape imunológico viral”
·
As diatribes do Cabrita, a última das
quais o grave atropelamento e assassinato de um operário
·
A bazuca gizada pelo imperialismo
germânico e pelo seu valet de chambre
Macron, que visam por os operários e restantes escravos assalariados a pagar a
reinicialização do sistema capitalista e imperialista europeu que eles dominam,
da forma que melhor sirva os seus interesses rapaces, geo-políticos e
geo-estratégicos
·
As lutas operárias e dos restantes
escravos assalariados multiplicam-se e sobre elas os comunistas nada têm a
dizer
·
Como nada têm a dizer sobre a mais do
que provável remodelação governamental ou qual o entendimento político que
fazem dessa eventualidade
·
O desmantelamento e o despedimento em
massa dos operários e restantes trabalhadores da TAP (e, também, da GROUNFORCE)
prossegue a grande velocidade,
·
As eleições autárquicas realizam-se a 26
de Setembro próximo e os comunistas ainda não anunciaram qual vai ser a sua
posição perante estas eleições
·
A ditadura sanitária prossegue e
agrava-se e, uma vez mais, os comunistas nada têm a dizer?!!!
Ou seja, para que serve uma vanguarda política se
ela não indica à classe que representa – a classe operária – quais os caminhos
a seguir, como deve preparar e organizar as suas luta e, sobretudo, como deve
contribuir para a revolução comunista internacional.
Por aqui se pode verificar como é que a estratégia
de provocar fumo a leste para esconder o incêndio que se ateou a oeste,
acredita a actual direcção do Partido, está a funcionar.
Deixem-se
de desculpas! Ao trabalho! Pela Revolução Comunista!
Denunciado, isolado e caracterizado o energúmeno
“sem ética nem moral”, feita a catarse habitual, é tempo de voltar às questões
que a agitação do processo de depuramento e “higienização” realmente
esconderam, em nome da honestidade intelectual e das necessidades da Revolução.
Talvez agora, depois de assente a poeira levantada com a “caça às bruxas”, se
consiga, finalmente, fazer cumprir:
1. As
premissas saídas do I Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP, cujo Plano de
Acção – inteiramente da lavra do camarada Arnaldo Matos – determina que, sendo
o século XXI o século do comunismo, a estratégia dos comunistas é o marxismo e
a sua táctica preparar e organizar os operários para transformar – em solidariedade
com os proletários de todo o mundo – a guerra imperialista iminente em guerra
cívil revolucionária.
2. Que
floresçam em todo o Partido e por todo o país, centenas de grupos e núcleos de
estudo do marxismo já que é cada vez mais claro que, sem o estudo do marxismo –
e, sobretudo, da visão materialista dialéctica da economia e da política – a
classe operária terá sérias dificuldades em cumprir o seu papel histórico de se
libertar da escravatura assalariada e, ao fazê-lo, libertar toda a humanidade.
3. Que
seja reforçada, a nível concelhio, distrital e nacional – o que inclui as
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira – a organização do Partido, sempre na
base de uma forte ligação às massas, suas lutas e objectivos revolucionários.
4. Indispensável
à influência que o marxismo deve ter junto das massas como motor das suas lutas
e, sobretudo, como guia orientador para a sua acção, de forma a transformar a
classe operária de classe em si, em classe para si.
5. Que
o Órgão Central do Partido – o Luta
Popular online – tenha uma dinâmica revolucionária, pelo que se espera que
tenha uma maior ligação às massas e às realidades das suas lutas e, assim,
sirva de aglutinador, de organizador, de vector essencial de unidade da classe cujos
interesses é suposto representar– a classe operária e os seus aliados, os
restantes escravos assalariados.
6. Que
a Linha Sindical Luta, Unidade, Vitória,
se constitua um verdadeiro veículo e instrumento da luta operária e popular,
sob a direcção de um verdadeiro Partido Comunista Operário.
7. Que
a actual direcção do Partido consiga implementar e organizar a sua participação
nos actos eleitorais que a burguesia agendou – autárquicas este ano e para a Assembleia
da República em 2023 -, conforme se comprometeu no supracitado I Congresso Extraordinário,
ocorrido a 18 e 19 de Setembro de 2020, em Lisboa.
8. Assim
como assegure as condições para a realização do VII Congresso do Partido que
deveria ocorrer um ano após o I Congresso Extraordinário atrás mencionado.
9. Que
não tenha receio de organizar massivas Campanhas de Fundos para assegurar os
meios financeiros de que necessita um verdadeiro Partido Comunista Operário
para levar a cabo as suas tarefas e não estar dependente da chantagem da
burguesia e das suas migalhas retiradas dos Orçamentos de Estado que roubam os
operários e os escravos assalariados em geral.
10. Na
certeza de que, se falhar, a classe operária se encarregará – porque necessita
do seu Partido Comunista Operário como o pão para a boca – de o constituir a
contento das suas necessidades históricas.
Assim, ficaria evidenciado, finalmente, que o
objectivo da direcção do Partido não é eleger “bodes expiatórios” para
“justificar” a eventual falência da sua acção, ou operar mais uma catarse, mas
sim implementar um Plano comunista de acção que dê um impulso vital à sua
ligação às massas e, com isso, sirva o propósito com que foi fundado, a 18 de
Setembro de 1970 – a Revolução Comunista, a destruição do modo de producção
capitalista e imperialista e a construcção do modo de producção comunista e de
uma sociedade liberta, finalmente, de classes e de luta de classes, e da
exploração do homem pelo homem.
Assim evidenciaria a direcção do PCTP/MRPP que se
empenha activamente na luta contra o boicote ao estudo do marxismo, que tem
sido uma realidade recorrente e paralisadora.
As revoluções não se fazem com o ruído das canetas
ou dos teclados dos computadores, nem com a gritaria histérica daqueles que por
berrarem nas redes sociais ou no éter da internet que o “rei vai nú” estão na realidade,
eles sim, completamente despidos – sobretudo de ideias, de ideais e de acções.
Não tendo eu outro meio de fazer chegar os meus
pontos de vista aos meus camaradas e apoiantes – que expressaram a sua
solidariedade para comigo – faço uso do meu blogue “Que o Silêncio dos Justos Não
Mate Inocentes” que, por mais de uma vez foi mencionado pelo camarada
Arnaldo Matos nas páginas do Luta Popular online, como foi o caso,
entre outros, de um artigo publicado pelo Órgão Central do Partido, em 28 de
Junho de 2016, sobre a táctica marxista de transformar a guerra imperialista em
guerra cívil revolucionária, com uma introducção reveladora e relevante do
camarada.
Blogue onde foram publicados milhares de artigos da
minha autoria exclusiva – que mereceram centenas de milhar de visualizações (e
continuam a merecer) -, bem como outros que, devidamente identificados,
expressavam pontos de vista com os quais estou de acordo ou informações
importantes para a análise marxista dos fenómenos políticos, económicos e
sociais.
Luis
Júdice
Julho de 2021
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