Cortejos esplêndidos. Momento histórico. No sábado, 24 de Julho, contra a ditadura vacinal, alguns contabilizaram 1.247.000 manifestantes em toda a França, através de mais de 200 manifestações. Só para constar, éramos 400.000 na semana passada. Mas, no Ministério do Interior, outro número está a circular: há mais de 2,5 milhões de manifestantes em toda a França: cf Richard BOUTRY no seu minuto de ricardo, domingo, 25 de Julho.
A verdade é que, acima de um milhão de manifestantes, baseados apenas no
exame das fotos, é difícil saber exactamente, a menos que se possua o
dispositivo de medição da polícia. O bloqueio também é psicológico. Nós, os
"nadas", os "sem nome, os sem classificação", os "nojentos",
os "mendigos", tão desprezados, calcados por Macron há quatro anos.
Cujo tamanho das manifestações é tão minimizado pelas televisões a soldo: que nos
auto-censuramos sem o fazer de propósito. Não chegamos a acreditar na escala da
nossa própria vitória nas ruas.
No entanto, as manifestações foram excepcionais. O prémio, sem dúvida, vai
para o povo de Nice, com uma manifestação enorme e interminável, Promenade des
anglais. Idem para as esplêndidas mobilizações de Toulon, Aix-en-Provence e
Paris, Place du Trocadéro: nunca visto há 10 anos que eu cubro as manifs no
Facebook!
Sem mencionar
Bordeaux, Montpellier, Strasbourg, Caen, Rouen, Lille, Limoges, Mulhouse, etc.
Mobilizações mais do que bem sucedidas, ainda mais inesperadas quando
saímos de 18 meses de confinamento severo, onde todos estavam sozinhos.
E isso não é tudo. Os apelos à greve estão a multiplicar-se por parte de
camionistas, enfermeiros e bombeiros. Até se pede uma greve geral para
paralisar o país de funcionários públicos, pessoal médico, indústria hoteleira!
Como escreve Alain Badiou:"Num mundo estruturado pela
exploração e opressão, massas de pessoas não têm, falando de um ponto de vista
estrito, nenhuma existência. Eles não contam para nada (...). Dizemos que essas
pessoas estão presentes no mundo, mas ausentes do seu significado e das suas
decisões sobre o futuro, inexistente do mundo. Diremos então que uma mudança de
mundo é real, quando um mundo inexistente começa a existir neste mundo com
intensidade máxima" (sic) (cf "Le réveil de l'Histoire", edição lignes, 2011).
Com as duas manifestações de 17 e de 24
de julho, o
povo, humilhado, inexistente ontem, existe e ocupa o primeiro escalão do
cenário político, com uma energia nova. O desejo de lutar com Macron vaiado
ontem, na Place du Trocadéro. Para criar algo novo, extraordinário.
Porque estamos a chegar ao fim de uma era. O Povo é novo, as elites estão no final da linha. Como Ernest escreve muito bem o golpe da obrigação de vacinação, era a única maneira, para Macron durar mais alguns meses no Eliseu (sic), fazendo-nos escravos.
Hoje, Macron está muito sozinho, agora que a sua guarda próxima renunciou em
bloco, recusando-se a assegurar a sua defesa. E que a França está nas ruas, contra
o vento, contra o seu projecto de lei de destruição da liberdade.
Claro, a frivolidade e a mentira oficial continuarão. O jornal 'Le Monde' e
o 'France Inter' falavam ontem sobre 160 mil manifestantes, uma forma de encolher
e pisar o nosso belo movimento social. O Senado votou duas ou três emendas, que
foram então desvendadas pela Comissão Mista. As televisões a soldo fazem directos
intermináveis sobre o "acordo alcançado entre o Senado e a Assembleia
Nacional", supostamente um sinal de "unidade nacional
encontrada"(sic), para usar a palavra mentirosa de Véran.
Mas eles não serão capazes de fazer mais nada. A história está escrita noutro
lugar, nas ruas e em greves. Os verdadeiros actores do momento são o exército
(e o seu governo sombra) e as pessoas conscientes na rua. Diante de um Macron
sozinho, enfraquecido, que vai na terceira estalada em poucos meses (Tain,
Regional, Manifs), são eles que tomam as grandes decisões. E quem terá a última
palavra...!
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por
Luis
Júdice
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