12 de Julho de
2021 Olivier Cabanel
A Frente Nacional está convencida de que ganhará uma posição de liderança na União Europeia, com base na união dos 12 partidos de extrema direita e nas urnas, mas qual é a situação real?
Devemos primeiro distanciar-nos
um pouco das sondagens, que nos disseram desde o início, através da media
tradicional, que em França trata-se apenas de um duelo entre
os "manifestantes" e os "frentistas"... No entanto, para
surpresa de todos, na Holanda, onde a extrema direita e a direita
foram anunciadas como vencedoras, diz-se que é a esquerda que está a ganhar
com 18%. link
Mas voltemos aos extremistas europeus de direita que ainda convencidos de estar a fazer sucesso.
Para a Áustria, o
caso parece ter sido ouvido, após o escândalo que levou à renúncia do líder de
extrema-direita, apanhado a negociar com um oligarca russo, mesmo que isso
significasse vender a sua alma, o que levou à renúncia de todos os ministros de
extrema-direita austríacos. link
É, portanto, lógico dizer que a direita extremista austríaca não estará do lado do "RN" caro a Marine Le Pen.
Deixemos a Áustria para ir
até Espanha.
O partido de
extrema-direita espanhol está um pouco envergonhado com o apoio amigável
de Manuel Valls, (link) cujas
origens socialistas conhecemos, então aderindo ao movimento de Macron... link
E então, o Vox, que é o nome deste partido, hesita em vincular-se à coligação tentada pelo RN, e vai dar a sua resposta cautelosamente após as eleições. link
A oportunidade de evocar o livro de Joan Cantéro (a marca da bota) ou se trata de uma certa cidade espanhola, Dénia neste caso, que acolheu os nazis no final do 2ª guerra mundial... certifica o autor que durante décadas, todos sabiam da presença dos nazis, mas não puderam agir, já que foi Franco quem lhes havia aberto as portas da cidade.
O autor afirma que a marca nazi persistiu, e que ainda há hoje uma conexão com grupos de extrema-direita espanhóis... link
https://i.f1g.fr/media/figaro/680x/2018/08/24/XVM11f009f4-a7a0-11e8-8783-1d0c50667def-805×500.jpg
Vamos para Itália.
Matteo Salvini, aparentemente próximo
do presidente do RN, na verdade opõe-se a várias questões: a imigração,
por exemplo, para a qual Salvini não quer impedir a imigração,
mas apenas pede que os seus parceiros europeus participem, mesmo que o
MLP tente minimizar as discrepâncias. link
O "Flamengo Vlaams", que defende a independência da Flandres, está em declínio há 10 anos, e logicamente só poedria ter um assento, e, além disso, é desviado pela nova aliança flamenga.
Na Alemanha, oAFD é
mais anti-euro do que anti-Europa... e ela é uma defensora de uma
linha pró-americana...
Na Dinamarca, "O Partido
Popular Dinamarquês" tem a seu crédito com 2 assentos...
assim como "os verdadeiros finlandeses" que poderiam
esperar por 3 deputados...
Vamos para a Estônia, o
"partido estoniano EKRE" é considerado ultra
nacionalista... e anti-russo... não deve sentir-se muito confortável com o
partido de Marine Le Pen, que está em harmonia com Vladimir Putin, especialmente
porque o RN encontrou apoio financeiro significativo da Rússia.
https://cdn-images-1.medium.com/max/2400/1*ADnVeyU1hJmnJ10UzPQARA.jpeg
Com um único representante eleito, o SPD checo é liderado por um empresário japonês, Tokyo Okamura neste caso, que denuncia elites fascistas... isso não facilitará convergências com outros movimentos.
Os eslovacos de Sme Rodina poderiam
ganhar apenas um assento nas eleições europeias.
Vamos terminar com o Volya,
um partido russófilo búlgaro, liderado por Vesin Mareshi, apelidado
de "Trump búlgaro". link
Como podemos ver, a realidade é menos gloriosa do que a esperada pelo chefe frentista, porque no final, poucos deles estão na mesma linha política e a grande aliança da extrema direita europeia tem a aparência de utopia.
Como resumido por Louis Hausalter num
artigo de opinião publicado em "Marianne", e
aprovado por Thierry Mariani,em 3ª posição
na lista rn:"o problema é que todo este pequeno
mundo não concorda em tudo: há uma divisão sobre o assunto da Rússia e outra
sobre a economia. Os polacos não aceitam as inclinações russófilas do duo
Salvini/Le Pen. Quanto à linha intervencionista do RN, já longe das posições da
Liga Italiana, está longe de estar ligada ao forte liberalismo de Victor
Orban". link
Além dessas procrastinações, esses sonhos para alguns e esses pesadelos para outros, não é desinteressante olhar para a análise lúcida de Alain Bauer.
Com as eleições europeias na ponta da
mira, ele imagina a situação que permanecerá insustentável para Macron,
após o placard e discute a
complicada relação entre o chefe de Estado e os GJ (coletes amarelos –
NdT).
Eis a sua reflexão, e merece o
desvio: "os coletes amarelos, ainda são massivamente apoiados
por 60% dos franceses, uma pontuação que agradaria a todos os candidatos para
as eleições europeias"...
« A França é um dos poucos povos regicidas, que
executou o seu soberano (...) onde Emmanuel Macron está errado, é que ele não
entendeu que ele tinha pela sua frente gente de esforço diário, eles são
trabalhadores pobres, ou pensionistas que não aguentam mais, que não podem mais
pagar as suas rendas de casa, eles não são preguiçosos! É exactamente o
oposto..." link
Mas parece que Júpiter ainda está cego e ainda não percebeu a situação dramática.
Como diz o meu velho amigo africano: "O
leopardo nunca se move sem as suas missões".
Fonte: Le naufrage de la Marine? – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua
Portuguesa por Luis Júdice
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