22 de Março de
2023 Robert Bibeau
Por Vincent Gouysse, em www.marxisme.fr
Numa altura em que o
Presidente chinês, que acaba de ser reeleito por unanimidade para um invulgar
terceiro mandato, faz uma visita histórica de três dias
à Rússia, enquanto esta continua a esmagar metodicamente os úteis banderistas do Ocidente no Donbass ocupado,
a China está repetidamente a desferir golpes na ridícula propaganda atlantista
dos "direitos do homem".
Os chineses denunciam agora publicamente, sem a menor contenção, a
instrumentalização da questão dos direitos do homem pelas potências
imperialistas colonialistas do Ocidente com o objectivo de desestabilizar os
seus rivais e salvaguardar a sua posição hegemónica mundial.
Há alguns dias,
o Global
Times publicou um artigo intitulado "A natureza ilegal dos actos malignos
da América não pode ser ocultada, mesmo sob a bandeira dos 'direitos do homem'
". Ontem, o Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou denunciando
"relatórios americanos sobre direitos do homem cheios de mentiras e
preconceitos ideológicos". Numa
altura em que os presidentes russo e chinês se congratulam por conduzirem juntos uma secular convulsão mundial, o fim da
hegemonia colonial mundial atlantista, a destruição dos mitos propagados pelo
Ocidente revestem-se de particular importância para acompanhar a emancipação
ideológica dos povos do mundo da sua secular tutela colonial ocidental e uma
renovação internacional do soberanismo burguês e da ideologia não alinhada.
Se as limitadas capacidades de acumulação demográfica das potências
imperialistas do Ocidente as obrigaram a utilizar métodos por vezes
"suaves" (ideológicos, sociais e culturais), mas muitas vezes
musculadas (embargos tecnológicos, sanções económicas, "revoluções
coloridas", agressões militares), os chineses, cuja indústria já é mais
pesada (às taxas de câmbio actuais) do que a dos EUA e da UE em conjunto, não
têm, por enquanto, este problema, e podem apresentar-se de forma credível como
defensores dos princípios democráticos burgueses da soberania e da não
ingerência nos assuntos dos outros...
A dinâmica do seu soft
power económico é de facto suficiente para conquistar quotas de mercado e
acelerar o deslocamento da esfera de influência das potências colonialistas
ocidentais... O tempo funciona assim espontaneamente para a China e seus
aliados quando tende a agravar a situação das potências imperialistas
ocidentais no processo de rebaixamento.
É, portanto, neste contexto de colapso acelerado da hegemonia atlantista mundial, enfraquecida em frentes cada vez mais múltiplas, a ponto de abalar o coração do seu capital financeiro e ser forçada a abandonar a sua máscara "democrática" em casa (49/3 em cascata para forçar através de uma lei de pensões eminentemente impopular), que os chineses estão hoje a apresentar repetidas acusações contra a mistificação ocidental servindo de garantia moral ao intervencionismo atlantista. Abaixo está uma seleção inequívoca de cartoons sarcásticos recentemente publicados pelo Global Times...
Vincent Gouysse, o 22/03/2023 para www.marxisme.fr
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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