20 de Março de
2023 Olivier Cabanel
Por OLIVIER CABANEL — Depois da inflação em que estamos assentes, estamos agora ameaçados pela deflação?
Mas o que é a deflação?
Não deve ser confundida com a
desinflação, que logicamente segue a inflação, e que expressa um retorno ao
"normal". (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2021/06/inflaccao-deflaccao-ou-estagflaccao.html)
Está muito longe.
A deflação é outra coisa completamente
diferente.
"A deflação é um movimento
persistente de queda, ao longo do tempo, do preço médio dos bens e serviços, ou
seja, do custo de vida."
Esta é a definição dada pela Wikipédia.
Sejamos claros, não se trata da queda do
preço de um bem, ou mesmo dos preços de um determinado sector de actividade,
mas sim da queda de todos os preços.
A deflação é muito mais perigosa do que
a inflação, porque pode levar ao que os economistas chamam de "a espiral
deflaccionária"
A economia está a abrandar gradualmente
e a procura dos consumidores é menos premente, apesar da descida constante dos
preços.
À medida que uma conduz à outra, o
crescimento é abrandado em conformidade.
Os períodos de deflação são bem conhecidos
e não esquecemos a grande depressão dos anos 30, período em que o emprego caiu
16% em três anos, fazendo com que os salários caíssem mais de 40%, com
consequências sociais fáceis de imaginar. (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2020/09/desemprego-e-deflacao-depois-colapso-e.html
)
Estávamos então no meio de
uma espiral deflaccionária.
Em suma, a queda dos preços leva a uma
redução geral da produção, provocando uma queda dos salários, uma diminuição do
consumo e, portanto, da procura, aumentando assim a queda dos preços... e assim
por diante...
No entanto, para os economistas,
acabámos de entrar num período de deflação.
A única forma de travar esta espiral
seria baixar as taxas de juro e aumentar a massa monetária.
Porém, é possível que não pare a espiral
na sua corrida louca para a frente.
O que assistimos hoje é à emergência de
uma situação de depressão económica, a uma descida dos preços no consumidor
(??? NDÉ), uma aceleração da queda dos preços dos imóveis de cerca de 20%
dependendo da região, uma continuação da tendência de queda no preço das
matérias-primas.
Em suma, para a maioria dos economistas,
o pior está à nossa frente. (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/03/tempestade-perfeita-de-recessao.html
).
Nenhum dos problemas que causaram a
crise foi resolvido... Pelo contrário
A "bolha de crédito" continuou
a crescer na Europa a uma taxa superior a 10% ao ano, afectando após o consumo
das famílias, o das empresas e das várias instituições financeiras.
Diante dessa situação, podemos nos questionar
sobre o desinteresse despertado em nossos governos pelas novas tendências
desenvolvidas pelos "objectores do crescimento", dos quais Paulo
Áries é um dos porta-vozes (decrescimento, um novo projecto político / edições
Golias). (Veja aqui DEGRESCIMENTO: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/08/o-decrescimento-e-uma-alternativa.html
).
Esta outra forma de construir um futuro
sustentável para as gerações futuras encontra o apoio de muitas correntes de
pensamento, incluindo a dos alter mundialistas e muitas outras.
Numa altura em que a direita e a
esquerda partilham o mesmo historial económico e ecológico catastrófico,
imersos como estavam num produtivismo sem esperança, é tempo de os Chefes de
Estado decidirem mudar a sua forma de imaginar outro futuro. (Ver: Resultados da pesquisa por
"decrescimento" – Le 7 du Quebec ).
Mas como disse um velho amigo africano:
"O pinto que você está a tentar
capturar encontrou o seu espaço sob as minhas axilas."
Fonte: Attention! déflation droit devant! – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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