segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

As Pedras da Vida

 


10 de Fevereiro de 2025 Olivier Cabanel

OLIVIER CABANEL — Todos os dias surgem novos dados sobre as origens da vida, e um relatório recente faz recuar em 200 000 anos os primeiros vestígios da actividade humana.

Uma equipa conjunta do Muséum National d'Histoire Naturelle e do CNRS acaba de descobrir a existência de uma nova fauna do Pleistoceno Inferior em Lézignan-la-Cèbe, no departamento de Hérault.link

Esta descoberta foi feita numa pedreira de basalto, comprovando a existência de uma fauna que viveu entre 1,8 milhões e 780.000 anos atrás.

Na mesma altura, foram também descobertos numerosos objectos feitos pelo homem.

Há todos os motivos para crer que as descobertas continuarão a multiplicar-se nos próximos meses e anos.

Não soubemos recentemente que, contrariamente à crença popular, foi o macaco que descendeu do homem e não o contrário, como referi num artigo recente?Link

Acabam de ser abertas novas pistas sobre as origens da vida.

É o trabalho sobre uma pedra específica, a hematite, que está na origem de tudo isto.link

Esta pedra é um sinal da presença de água.

Os “Mármores de Moquis” são encontrados regularmente em certas zonas do Utah, nos Estados Unidos.

Estas estranhas pedras têm diferentes formas, discos ou esferas, por vezes aglomeradas como berlindes.

A sua superfície pode ser macia e lisa ou rugosa.

É a estrutura da pedra e a sua composição que a tornam tão especial.

No seu interior, há arenito ou areia antiga aglomerada, e o conjunto é envolvido por uma camada de hematite.link

No entanto, uma equipa de investigadores liderada por Marjorie Chan acaba de demonstrar que estas pedras têm uma ligação com a origem da vida.

Há muitos anos que ela e a sua equipa trabalham sobre a hematite.

É professora de geofísica e geologia na Universidade de Utah.

Trabalhou sobre o fenómeno da formação destas bolas e explicou as principais etapas.

Uma coisa é certa: a formação da hematite implica sempre a presença de água.

Inicialmente, a água dissolvia os minerais, nomeadamente o ferro.

A água subterrânea, circulando entre fendas e fissuras, precipita o ferro presente no solo sob a forma de hematite.

É esta precipitação, em camadas, que forma as esferas (ou discos) dos Mármores de Moquis.

Milhões de anos mais tarde, a erosão pôs a descoberto estas esferas que, consoante o declive do terreno, se agrupavam em cavidades.

Em 2003, este grupo de investigadores expressou a certeza de que em Marte se encontrariam os mesmos mármores de Moquis que na Terra.

Os acontecimentos actuais deram-lhes razão.

No final de Janeiro de 2004, o robô explorador Opportunity aterrou em Marte, numa planície chamada “Meridian Planum”.

5 dias após a sua chegada, descobriu mármores Moquis no solo marciano, o que prova a presença de água neste planeta.

Os robots continuam a explorar a superfície de Marte em busca de água.

Já se sabe que existe gelo nos pólos de Marte.link

Como a temperatura mínima neste planeta é de -140° e a máxima de +20°, é concebível que se encontre em breve água em estado líquido.

Já em 1996, o presidente da NASA, Daniel Goldin, o geoquímico David McKay e o especialista em meteoritos Evrett Gibon fizeram uma descoberta: o meteorito ALH84001 de Marte, que caiu na Terra há 13.000 anos, continha vestígios de vida bacteriológica.

Há ainda algumas dúvidas sobre se bactérias fossilizadas de origem terrestre se instalaram neste meteorito quando este entrou em contacto com o nosso solo. link

Este cenário é contestado, porque estes compostos orgânicos também foram descobertos no interior de rochas, o que contestaria a possibilidade de a poluição ter origem na Terra.

Haverá vida na Terra?

Só o tempo o dirá.

Tanto mais que se coloca agora uma questão subsidiária.

Serão os vaivéns e outros robots que aterram em Marte totalmente estéreis?

Os cientistas não têm a certeza e acreditam que é possível que tenhamos depositado milhares de bactérias no solo do planeta, apesar de todas as precauções que tomámos.

A história espera-nos em 2010, porque, como dizia um velho amigo africano:

É tentando uma e outra vez que o macaco aprende a saltar”.

 

Fonte: https://les7duquebec.net/archives/297582?jetpack_skip_subscription_popup

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




Sem comentários:

Enviar um comentário