7 de Fevereiro de 2025 Robert Bibeau
Andrew Korybko , 07 de Fevereiro 2025.
O regresso de Trump ao poder anuncia uma
nova era nas relações internacionais, pelo que poderá querer substituir líderes
liberais-mundialistas como Zelensky por líderes populistas-nacionalistas com a
mesma mentalidade para o ajudar a implementar a sua agenda.
A agência de espionagem estrangeira da Rússia
(SVR) disse na
semana passada que recebeu informações de inteligência alegando que a NATO
queria remover Zelensky através de novas eleições, após um apelo do enviado
especial dos EUA para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, para que o
país finalmente realizasse as
suas eleições presidenciais e parlamentares, há muito adiadas. O SVR
acrescentou que o bloco lançaria uma campanha de informação em larga escala
para desacreditar Zelensky, expondo a sua corrupção, como os fundos que ele e a
sua equipa supostamente roubaram através de vários meios.
Esta não é a primeira vez que o SVR afirma saber sobre
conspirações ocidentais para substituir Zelensky, algumas das quais foram
citadas e analisadas aqui ao
avaliar a veracidade daquela que foi relatada em Agosto passado, mas nada
parecido aconteceu até agora. Isso não significa, no entanto, que as suas
últimas alegações não devam ser levadas a sério. Os observadores também devem
lembrar que o próprio Putin previu em
Junho passado que o Ocidente agiria no primeiro semestre de 2025 para
substituir Zelensky.
Os comentários de Kellogg citados anteriormente e o
artigo subsequente do Politico sobre como " a Ucrânia entra em pânico enquanto os EUA e a Rússia
pressionam por eleições "
sugerem que há alguma verdade na última alegação do SVR, embora ainda não se
saiba se a Ucrânia realizará eleições ainda este ano e se Zelensky concorrerá
nesse caso. Ainda assim, pode-se argumentar que Trump preferiria livrar-se de
Zelensky, já que ele era o principal trunfo da política externa do governo
Biden, e os dois não gostam muito um do outro.
A substituição democrática de Zelensky, mesmo que o
processo não seja livre e justo se os EUA se intrometerem para garantir que ele
não se candidate ou perca se o fizer, é o meio mais “salvador da face” para
esse fim, uma vez que o Ocidente pode então apresentá-lo como prova presuntiva
de que a Ucrânia é uma “verdadeira democracia”. O regresso de Trump ao poder
anuncia uma nova era nas relações internacionais, pelo que poderá querer
substituir líderes liberais-mundialistas como Zelensky por líderes
populistas-nacionalistas com a mesma mentalidade para o ajudar a implementar a
sua agenda.
Zelensky é um dos vestígios mais simbólicos da era liberal-mundialista que está finalmente a chegar ao fim. A sua permanência no poder pode, por isso, dificultar a nova era populista-nacionalista iniciada por Trump, tornando necessária a sua substituição por alguém mais alinhado com a sua visão do mundo. Embora haja muita especulação sobre quem poderia ser hipoteticamente, pode argumentar-se que o antigo conselheiro de Zelensky, Alexey Arestovich, seria um candidato privilegiado devido ao facto das políticas pragmáticas que adoptou.
De qualquer forma, tudo deve ficar mais claro após a
viagem de Kellogg a Kiev em meados deste mês, que, segundo fontes , ocorrerá após a sua participação na
Conferência de Segurança de Munique, de 14 a 16 de Fevereiro. Fugas sobre as suas
conversas com Zelensky e outros líderes europeus provavelmente surgirão. Isso
permitirá que os observadores tenham uma ideia melhor da veracidade do último
relatório do SVR. Se houver credibilidade, mesmo que parcial, num sentido objectivo,
mais pessoas levarão os seus próximos relatórios ainda mais a sério.
Fonte: https://les7duquebec.net/archives/297794?jetpack_skip_subscription_popup
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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