6 de Novembro
de 2023 Robert Bibeau
Por
Discurso do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, na cerimónia de homenagem aos mártires na estrada de Al-Quds (nota incompleta ao ouvir a tradução em directo da Al Jazeera):
Parabéns aos que, no Líbano, em Gaza e na Cisjordânia,
caíram em combate desde 7 de Outubro.
Condolências e bênçãos para os seus entes queridos,
condolências para o povo de Gaza e da Cisjordânia.
Quatro problemas foram causados pelo estúpido governo
israelita:
§ Milhares de palestinianos são prisioneiros de Israel.
§ Al Aqsa e o que lá aconteceu antes de 7 de Outubro.
§ O cerco injusto de 2 milhões de pessoas durante mais de 17 anos num campo
de concentração ao ar livre em Gaza.
§ A expansão dos colonatos na Cisjordânia.
O mundo e as suas organizações mantiveram o
silêncio sobre estas questões. E isto numa altura em que o inimigo se tornou
mais feroz e mais extremista.
Era necessário um acontecimento importante para
recentrar o mundo: o glorioso dilúvio de al-Aqsa, a 7 de Outubro.
Foi uma operação 100% palestiniana. Os
palestinianos mantiveram-se em silêncio e não disseram nada a ninguém, nem
mesmo aos seus aliados.
Esta operação prova que as decisões das facções
da resistência estão nas mãos dos seus respectivos líderes. A República
Islâmica do Irão não teve voto na matéria.
Seja o que for que o inimigo tenha feito e venha
a fazer, não pode influenciar o futuro e a história do que aconteceu e do que
virá a acontecer. Estas operações demonstraram a fragilidade do inimigo.
Os governos e os meios de comunicação social dos
Estados Unidos e da União Europeia correram em socorro dos israelitas. Será que
Israel é realmente um Estado forte, com um exército invencível, se precisa de
tal apoio?
Isto mostra que a operação foi sensata, prudente
e bem sucedida.
Os políticos e militares israelitas foram lentos
a reagir. Mataram o seu próprio povo no processo. As provas dos meios de
comunicação social inimigos mostram que aqueles que afirmam que o Hamas matou
civis durante a operação estão errados.
Agora querem aniquilar o Hamas. Isso é
impossível. Eles querem os reféns de volta. Isso nunca acontecerá sem
negociações.
A guerra de 2006 no Líbano provou-o. O mesmo
acontecerá em Gaza. Vai acontecer o mesmo em Gaza.
O exército israelita está a provar a sua
incapacidade. Está a destruir milhares de casas e a matar milhares de civis. É
isto que um exército invencível faria?
Ao matar civis inocentes, não se ganha nada. Isto
só prova a natureza brutal do regime sionista.
Os media ocidentais dizem mentiras sobre crianças
decapitadas. Não foram apresentadas quaisquer provas. Mas não dizem nada sobre
o que está a acontecer em Gaza.
São os Estados Unidos que estão a impedir um
cessar-fogo em Gaza. Como disse Khomeni, são o maior dos demónios - de
Hiroshima ao Vietname e agora a Gaza. Têm de ser responsabilizados e pagar o
preço.
Todos (na resistência) e em todos os países
vizinhos devem estar à altura das suas responsabilidades (e atacar os Estados
Unidos).
A guerra em Gaza não é apenas uma batalha. É um
acontecimento decisivo que vai mudar a história. Todos temos de cumprir o nosso
dever.
Os objectivos são os seguintes:
§ acabar com a guerra em Gaza
§ apoiar o Hamas na sua vitória.
Deve ser um triunfo para todos os povos da
região. É do interesse do Egipto, da Jordânia, da Síria e do Líbano.
Os Estados árabes e muçulmanos devem trabalhar em
prol do objectivo principal. As declarações de condenação não são suficientes.
Boicotem-nos (Israel e Estados Unidos), recusem todas as relações. Cortar o
fornecimento de petróleo e gás a Israel.
Nenhum Estado árabe pode entregar um único camião
de mercadorias a Gaza. Serão eles incapazes de agir? Não, deviam ouvir o seu
povo e acordar.
Não sabíamos do dilúvio de Al-Aqsa. Mas, logo no
dia seguinte, começámos as nossas operações diárias contra Israel. O que está a
acontecer na nossa frente é importante.
Aqueles que pensam que o Hezbollah deveria travar
uma guerra total contra Israel deveriam olhar para o que está a acontecer na
frente libanesa. É uma situação sem precedentes. Vai intensificar-se. Todas as
posições de Israel estão cercadas. A batalha é diferente da de 2006 em termos
de táctica e de armamento.
Na linha de fronteira, desde 7 de Outubro, o
exército israelita retirou-se. Retirou todas as suas tropas da frente de Gaza.
Convocou os reservistas. As nossas operações estão a manter o exército
israelita na nossa linha da frente e longe de Gaza. Um terço do exército
israelita está agora na nossa linha de demarcação. Metade da sua marinha está
afectada à nossa frente. O mesmo acontece com um quarto da sua força aérea.
Metade dos seus mísseis Iron Dome. Quarenta e três colonatos foram evacuados.
Se o inimigo começar a actuar contra o Líbano,
será o seu maior erro.
Embora os civis tenham tido de ser evacuados, os nossos melhores
combatentes permanecerão no sul.
Disseram-nos que os Estados Unidos nos iriam bombardear. Posso garantir-vos
que isso não vai alterar a nossa determinação. A operação na nossa frente vai
continuar. Qualquer escalada dependerá da evolução da situação em Gaza.
Qualquer ataque preventivo ao Líbano será objecto de retaliação. Um civil
morto no Líbano significa que um civil será morto em Israel. Todas as opções
estão em cima da mesa. Podem ser levadas
a cabo em qualquer altura.
Para os americanos: não vale a pena ameaçar-nos. A vossa frota no
Mediterrâneo não nos assusta. Lembrem-se da vossa derrota no Líbano, no Iraque
e no Afeganistão.
Ao mundo inteiro: em nome dos civis, em nome das igrejas e mesquitas
bombardeadas, devem intervir para pôr fim à guerra em Gaza.
Sejam quais forem os nossos sacrifícios, temos de permanecer firmes. A
Palestina vencerá.
Celebramos os nossos combatentes mortos. Celebramos a vitória de Gaza.
-Fim do discurso de Nazrallah
O blogue em direto do L'Orient é provavelmente melhor do que o anterior.
Pode também ler a antevisão do discurso, analisada hoje por Elijah Magnier :
Qual é o papel esperado do Hezbollah na guerra de Gaza?
Moon of Alabama
Traduzido por Wayan, revisto por Hervé, para o Saker Francophone.
Fonte: Le discours de Nasrallah à propos de Gaza – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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