11 de Novembro de
2023 Robert Bibeau
Por Boris.
O fracasso definitivo da grande ofensiva ucraniana de 2023 foi finalmente
constatado por todos os analistas da NATO, obviamente apoiantes da Ucrânia, mas
obrigados a encarar os factos em meados de Outubro de 2023. Esta ofensiva foi
levada a cabo pelo exército ucraniano desde o início de Junho até meados de Outubro
de 2023, com o objectivo de cortar em dois o território ucraniano ocupado e
anexado (em Setembro de 2022) pela Rússia, juntando-se ao Mar de Azov, com um
movimento secundário significativo para retomar Bakhmout, no Donbass. Se os
soldados ucranianos tivessem entrado no Mar de Azov, teríamos sabido, e essa vitória
teria sido obviamente amplamente filmada e transmitida. Mas nada disso
aconteceu. Da mesma forma, Bakhmut não foi retomada, nem sequer cercada.
No eixo ofensivo principal, nem sequer o primeiro objectivo militar
significativo em direcção ao Mar de Azov, a cidade de Tokmak, efectivamente
designada como tal pelos peritos e conselheiros militares da OTAN, cuja
captura, se não fosse uma grande derrota, teria enfraquecido o sistema
defensivo russo, foi atingido. O resultado neste sector, após quatro meses de
intensos e contínuos esforços ucranianos, foi apenas a modesta captura da
aldeia de Robotyne, insignificante em si mesma, formando uma pequena saliência
na linha da frente russa. A exploração tão anunciada durante os últimos dois
meses desta modesta conquista não chegou a ter lugar. Era inegável a coragem
dos soldados ucranianos e a preparação material que tinham efectuado, mas as
defesas russas, bem organizadas em profundidade, aguentaram. Solidamente. As
perdas materiais e humanas foram pesadas para ambos os lados. Pelo menos a
maior parte delas foram militares, ao contrário de outras guerras em curso actualmente,
na Palestina e no Sudão.
O Outono está a chegar. Isto significa que a estação das lamas está a
decorrer e está a impedir materialmente a circulação de veículos pesados,
normalmente tanques, ou mesmo, muitas vezes, veículos blindados de transporte
de infantaria. Como ainda não houve um avanço ucraniano significativo no final
de Outubro, não haverá nenhum durante muito tempo, se é que haverá. A partir de
agora, só os propagandistas mais zelosos de Kiev podem garantir a existência ou
a iminência de grandes avanços do exército ucraniano na frente russo-ucraniana,
e já não conseguem convencer ninguém disso.
Pequenas ofensivas ucranianas, muito locais, foram lançadas no final de Outubro
na margem oriental do Dnieper, como tem sido habitual desde Junho; são
provavelmente pouco significativas e arriscadas, uma vez que é perigoso lutar
de costas para o rio, com abastecimentos necessariamente precários devido à
falta de pontes seguras. Estão a ser apregoadas como grandes vitórias, pela
enésima vez, pelos meios de comunicação ucranianos. Mas este entusiasmo de
comando tem cada vez menos eco no Ocidente, o que não se deve apenas ao desvio
maciço da atenção dos media para a Palestina.
Actualmente, na frente de quase mil quilómetros que vai da foz do Dnieper
até à fronteira russa, a nordeste de Kharkov (Kharkiv), a actividade ofensiva
de ambos os lados é reduzida. Os movimentos agressivos mais notáveis são agora
os russos, com um longo movimento que tenta cercar Avdiivka, a última cidade
nos arredores de Donetsk, a capital do Donbass russo, ainda detida pelo
exército ucraniano. Da mesma forma, o exército russo mantém a pressão sobre
Kupiansk, uma pequena cidade fronteiriça na província de Kharkov que foi retomada
pela Ucrânia no Outono de 2022. A tomada iminente destas duas cidades não será
necessariamente anunciada. Mesmo que o fizéssemos, não seriam grandes vitórias
em si mesmas, como poderia ser a captura de Kramatorsk, Kharkov ou Kherson.
Assim, esta guerra fratricida entre os povos europeus, eslavos e cristãos,
que já dura há demasiado tempo, vai provavelmente continuar por muito tempo,
até 2024 ou mesmo 2025. Cada um dos lados está confiante na guerra de atrito em
curso. No entanto, a Ucrânia está a sofrer de uma completa inclinação dos meios
de comunicação social a favor da entidade sionista, do cansaço das populações
ocidentais e até dos decisores políticos, particularmente após o óbvio fracasso
da ofensiva ucraniana em 2023.
O fluxo de ajuda financeira e de munições vai agora também cada vez mais na
direcção da entidade sionista. Sem tirar conclusões definitivas, esta mudança
no contexto internacional favorece claramente a Rússia. A Ucrânia já não é uma
prioridade para Washington; a oposição republicana, que tem a maioria na câmara
baixa, está a pedir investigações sobre esta ajuda, que de facto permitiu à
Ucrânia resistir à Rússia, mas com fortes suspeitas de desvio de armas e
fundos, e tende, portanto, a recusar os novos pedidos do governo Biden. Este
último encontrou um truque para os fazer aprovar apesar de tudo, ligando-os num
capítulo orçamental conjunto para a "ajuda externa de emergência" com
os pedidos a favor da entidade sionista, que foram, evidentemente, aprovados
com entusiasmo pelos republicanos. Esta manobra política poderá não ser sempre
bem sucedida no futuro.
Existe, no entanto, uma pequena esperança de um cessar-fogo dentro de alguns meses, se a situação na linha da frente estiver realmente estacionária, e a possibilidade de cada lado reivindicar a vitória: a Ucrânia continua a existir como um Estado independente, com as três principais cidades de Kiev, Kharkov e Odessa, e a Rússia mantém a maioria das regiões anexadas em Setembro de 2022, garantindo a continuidade territorial terrestre entre o coração da Rússia e a Crimeia. Esta esperança depende sobretudo do estado de exaustão da Rússia. É difícil imaginar a Ucrânia a levar a cabo uma grande ofensiva terrestre em 2024, após o fracasso total de 2023. Mas e a Rússia? Estará também exausta, apenas salva pela sua vitória defensiva em 2023, ou terá finalmente organizado uma economia de guerra, produzindo tanques em grande escala para substituir os mais de 2.000 que perdeu desde Fevereiro de 2022? Não sabemos. Se a resposta fosse positiva, Putin procuraria provavelmente continuar a guerra para, se não conquistar toda a Ucrânia, pelo menos obter novos ganhos territoriais significativos a leste e a sul do país. Para aumentar a sua vantagem.
Fonte: L’échec confirmé de l’offensive ukrainienne de 2023 – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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