quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Comunicado de imprensa sobre a greve do sector público no Quebec (Canadá). Não alinhe com as palavras de ordem divisionistas dos sindicatos!

 


 8 de Novembro de 2023  Robert Bibeau  

Comunicado de imprensa sobre a greve do setor público no Quebec (Canadá):
Não alinhe com as palavras de ordem divisionistas dos sindicatos.
Todos em greve sem demora e todos os ofícios e sectores unidos ao mesmo tempo

Por GIGC (Montreal), sobre Revolução ou Guerra.

Poucas informações são dadas a nível internacional sobre o início da "greve por tempo indeterminado" no sector público convocada pelos sindicatos da província canadense do Quebec. Mais de 420.000 proletários estão convocados para uma greve por aumentos salariais a partir de amanhã, 7 de Novembro.

O apelo é feito por toda uma coorte de sindicatos de ofício e outros que fazem parte da Frente Comum após uma votação legal. 95% dos eleitores aprovaram o princípio de uma "greve por tempo indeterminado" em Outubro.

Para militantes, proletários e para os leitores não norte-americanos, deixámos claro desde o início que a "greve ilimitada" significa, na verdade, a organização pelos sindicatos de greves rotativas que não afectam sequer todo um sector, ou mesmo um ramo, ou mesmo um local de trabalho ao mesmo tempo. As regulamentações de trabalho canadenses e do Quebec são semelhantes às dos Estados Unidos, que se baseiam em grande parte no sistema de "loja fechada", com o sindicato a gerir indirectamente, ou mesmo directamente, em alguns casos, a contratação de trabalhadores.


Mas, acima de tudo, este "direito sindical" proíbe de facto qualquer extensão e unificação da luta proletária para além dos sectores e corporações. Só são permitidas greves...
Ineficaz. E se necessário, se o processo legal de negociação da gestão sindical não for suficiente, o Estado proibirá greves como foi o caso nos Estados Unidos nas ferrovias em 2022;
Ou como os estivadores na costa oeste do Canadá estavam ameaçados
(1).

(Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/09/sobre-recente-greve-dos-estivadores-da.html )Etiquetas:
O movimento, que começa amanhã e deverá crescer nos dias 21, 22 e 23 de Novembro, é desde o início saudado e sabotado pelos sindicatos. A 
Frente Comum é formada pelas principais centrais sindicais.
Respondendo à sua convocação, zeladores e professores de escolas e funcionários de hospitais entrarão em greve, amanhã, por algumas horas. Eles retomarão o trabalho às 10h30. Aqui está a “greve ilimitada” com o molho sindical. Nos dias 8 e 9 de Novembro, os enfermeiros responderão ao apelo do FIC, sindicato dos enfermeiros que não faz parte da Frente Comum, e estarão em greve durante dois dias. E os professores da FAE começarão a sua greve no dia 23 de Novembro, devendo haver mais de 500 mil trabalhadores em greve neste momento. Então greves rotativas e soltas, sindicatos “divididos”, sem apelar ao sector privado e assembleias controladas pelos sindicatos alguns deles que aderiram às manifestações nacionalistas e pacifistas promovidas Palestina.

O quadro imposto pelos sindicatos e pelo Estado sugere que este movimento já está totalmente sob controlo e que será "ineficaz" do ponto de vista de classe. No entanto, expressa uma certa combatividade do proletariado e uma batalha de classes diante da qual os comunistas não podem permanecer inactivos e indiferentes.

O folheto que republicamos abaixo é distribuído em manifestações e locais de trabalho. É
um desdobramento do No War 
But Class War Committee de Montreal. Foi redigido em Agosto passado e já alertava os trabalhadores contra a sabotagem sindical destinada a sufocar e sabotar qualquer resposta "eficaz"contra os ataques, especialmente aos cortes salariais provocados pela inflação. Para além das orientações de luta apresentadas, o mérito deste folheto é sublinhar o significado histórico das lutas de resistência dos trabalhadores na actualidade:

"Esta luta por aumentos salariais contribui objectivamente para abrandar a marcha para a guerra generalizada." A fórmula pode parecer rápida e mecânica. Talvez tivesse merecido um argumento mais substancial. Mas não é menos verdade que a luta dos trabalhadores de hoje já não é determinada apenas pela crise – a defesa do capital nacional contra rivais no plano económico –, mas também pelas necessidades, mais ou menos directas consoante o País, dos impulsos para a guerra generalizada; em particular, a necessidade de desenvolver economias de guerra (ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/11/a-economia-de-guerra-militarista.html ).

Nesta situação, cada luta dos trabalhadores representa objectivamente, qualquer que seja a consciência dos proletários em luta, uma dinâmica de oposição à crise e à marcha para a guerra do seu próprio capital nacional. E isto tanto no plano económico como no plano ideológico, tendendo, e apenas tendendo, a romper com o quadro da defesa do capital nacional e da unidade nacional com a sua própria burguesia. (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/11/o-militarismo-esta-em-alta-em-todo-o.html )

Quanto às orientações apresentadas pelo folheto, mantêm-se válidas em geral, mesmo que hoje, esta segunda-feira, primeiro dia da greve e da mobilização, fiquem aquém das necessidades do movimento. Já não se trata tanto de convocar a formação de comités de luta ou outros comités para preparar e incentivar uma greve verdadeiramente "ilimitada e unida" e a sua extensão para além do sector público. Hoje, nos primórdios do movimento, trata-se de:

– apelar directamente a todos os profissionais e empresas do sector público para que entrem em greve ao mesmoctempo e em conjunto;
– exortá-los a alargar a greve para além do sector público ao sector privado;
– apelar a todos os proletários do Quebec, públicos e privados, para que entrem em greve imediata e indefinida, rompendo com a unidade nacional e a proibição de verdadeiras greves.
E se há comités de luta, cabe-lhes centrar toda a sua intervenção nestas palavras de ordem.

 (1) Ver RG #25, Sobre a recente greve dos estivadores da Colúmbia Britânica, http://www.igcl.org/Sur-la-recente-greve-desdockers

IGCL, 6 de Novembro de 2023

 

Fonte: Communiqué sur la grève du secteur public au Québec (Canada). Ne pas rester derrière les mots d’ordre de division des syndicats! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




Sem comentários:

Enviar um comentário