3 de Novembro
de 2023 Robert Bibeau
O primeiro-ministro israelita tem sido abandonado
por alguns dos seus apoiantes, à medida que aumentam as críticas contra ele
após a revelação de um documento que descreve com precisão o cenário do
ataque de 7 de Outubro.
Artigo escrito por Agathe Mahuet – com Jérémy Tuil,
editado por Théo Uhart
Rádio France. Publicado em
31/10/2023
Binyamin Netanyahu em 28 de Outubro de
2023 durante uma conferência de imprensa. (ABIR SULTAN / PISCINA / AFP)
Ele "sabia", e a controvérsia começa a aumentar em Israel. Já fortemente criticado
pelas famílias dos reféns pela intensificação dos bombardeamentos na Faixa de Gaza enquanto mais de 200 pessoas continuam
detidas pelo Hamas, Benjamin Netanyahu está agora no centro da
polémica por não ter antecipado o ataque de 7 de Outubro, apesar de um documento secreto da
defesa, revelado na segunda-feira, 30 de Outubro, a alertá-lo
para o risco de ataque.
É disso que o ex-ministro da Defesa
Avigdor Liberman, que assinou ele próprio o memorando e que diz ter entregue
pessoalmente a Netanyahu, que já era primeiro-ministro na altura, o acusa.
Nele, Avigdor Liberman descreve em detalhe o cenário do ataque de 7 de Outubro
com a ofensiva contra aldeias israelitas, o risco de tomada de reféns e os limites da cerca de segurança. "Estou a dizer
que o Hamas está a armar-se e a ganhar força", disse ele numa
entrevista na noite de sábado, de acordo com o The Times of Israel.
O chefe do Governo israelita, que tem
sido contestado por estas acusações, viu a sua popularidade enfraquecer na
opinião pública, que tem sido cada vez mais crítica desde 7 de Outubro. "A sociedade
israelita continua unida, por enquanto. Mas quando a guerra acabar, haverá
muitas perguntas", disse Pavel, que conhecemos numa rua de
Jerusalém. E muitos deles pensam assim. "Benjamin Netanyahu é um político
talentoso, mas tem poucas hipóteses de se manter no poder, que detém há 20
anos", disse o russo, que disse saber do que estava a falar.
Alguns, como este pai, apoiaram até
agora o primeiro-ministro, mas podem muito bem mudar de ideias. "O tempo
dirá", disse, "os próximos dias serão decisivos". E se a eleição
fosse realizada amanhã, ele votaria em Netanyahu novamente? "Provavelmente
não, neste momento", responde.
No entanto, ainda há alguns que estão profundamente convencidos: "Eu amo-o, ele é o
melhor", diz Menachen, um ultraortodoxo, como Yuda, que lamenta
que "o mundo inteiro esteja a cair sobre ele. A sua tarefa não é
fácil, mas confio nele! »
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário