sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

As barbas voltam a crescer no Médio Oriente jihadista

 


27 de Dezembro de 2024 Robert Bibeau

Por Roland HUREAUX.

Os acontecimentos na Síria trouxeram à luz do dia um segredo até agora conhecido apenas pelos especialistas: a aliança histórica entre o Ocidente (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Israel) e os islamitas mais radicais. Uma aliança que remonta a quase um século, desde a formação da Irmandade Muçulmana no Egipto, em 1935, sob a égide dos Estados Unidos. Ainda há ingénuos que acreditam no “choque de civilizações”!


O novo homem forte da Síria, produto da Al-Qaeda (que se tornou Al-Nosra e depois Hayat Tahrir al-Sham), que se chamava Abu Mohammed Al Golani (como em Golan) no maquis, retomou o seu nome de nascimento: Ahmed al-Charaa (como na Sharia). Encurtou a barba para se apresentar com um ar civilizado, mas a barba voltou a crescer.

Os israelitas queriam o derrube de Assad, apesar de este nunca ter retaliado contra os bombardeamentos quase diários que efectuava na Síria e nunca ter tentado nada contra Israel ou contra os Montes Golã, uma parte da Síria anexada por Israel.

Damasco fica apenas a 150 km de Jerusalém em linha reta. Os israelitas estão a correr um risco ao instalar um governo islamista tão perto de casa.

Pode dizer-se que sabem o que estão a fazer. Tal como fizeram quando ajudaram o Hamas a suplantar a OLP ouquando os americanos ajudaram os xiitas a suplantar os sunitas no Iraque em 2003, criando o temido arco xiita que não teria existido sem eles!  Nesta região reina a lei do mais forte, mas os poderosos sabem como dar um tiro no próprio pé.

Também não sabemos como é que os novos senhores da Síria vão governar. As duas minorias, alauíta e cristã, que Assad protegia, não serão vítimas de represálias? Em suma, não há nada que diga que o fácil derrube de Assad fará desaparecer subitamente os problemas da Síria e da região.

O povo sírio ficará temporariamente aliviado, uma vez que as sanções ocidentais não atingem os islamistas fundamentalistas - jihadistas, apenas aqueles que os combatem. Após quinze anos de sofrimento, devido a uma guerra totalmente importada (2011-1018) e a sanções particularmente desumanas, tem direito a um certo alívio. Será que o vão ter?  Não há garantias. Em particular, é de temer que as mulheres, algumas das mais livres do Médio Oriente, não se entusiasmem com os homens barbudos.

Roland HUREAUX

 

Fonte: https://les7duquebec.net/archives/296745?jetpack_skip_subscription_popup

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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