segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Covid - A taxa de vacinação não tem qualquer incidência sobre a circulação do vírus, de acordo com um estudo relatado por uma revista epidemiológica

 


 18 de outubro de 2021  Robert Bibeau  

O European Journal of Epidemiology publicou um estudo que destaca a ausência de correlacção entre as taxas de vacinação e o número de casos detectados num determinado país. Os autores recomendam a alteração da estratégia para combater a epidemia.

Didier Raoult: "O European Journal of Epidemiology, do qual sou editor, é o jornal mais confiável do mundo em epidemiologia. Aqui, ele relata a falta de correlacção entre a política da vacina e o número de casos", escreveu o professor Didier Raoult na sua conta do Twitter, partilhando o estudo na revista científica citada, publicado a 30 de Setembro.

 ver link - (4) Didier Raoult no Twitter: "L'European Journal of Epidemiology, dont je suis éditeur, est le journal le plus côté au monde en épidémiologie. Ici, il rapporte l'absence de corrélation entre politique vaccinale et nombre de cas. https://t.co/p0K3p0lP9Y" / Twitter

Aprendemos que "não parece haver uma relação perceptível entre a percentagem da população totalmente vacinada e os novos casos de Covid-19". Ainda mais surpreendente, segundo este texto, "os países com uma percentagem mais elevada de população totalmente vacinada têm casos mais elevados de Covid-19 por milhão de pessoas". Os autores citam Israel que, "com mais de 60% da sua população totalmente vacinada, registou os casos mais elevados de Covid-19 por milhão de pessoas nos últimos sete dias". O mesmo acontece com a Islândia e Portugal:"Ambos os países têm mais de 75% da sua população totalmente vacinada e têm mais casos de Covid-19 por 1 milhão de habitantes do que países como o Vietname e a África do Sul que têm cerca de 10% da sua população totalmente vacinada."

"Uma mudança de rumo torna-se primordial com evidências científicas emergentes sobre a eficácia real das vacinas"

Por conseguinte, o estudo recomenda a revisão da estratégia focada exclusivamente na vacinação para reduzir o impacto da epidemia. "A exclusiva dependência da vacinação como a principal estratégia para mitigar o Covid-19 e as suas consequências adversas precisam de ser reexaminadas, especialmente dada a variante Delta e a probabilidade de futuras variantes",escrevem os autores.

« Outras intervenções farmacológicas e não farmacológicas podem ter de ser implementadas em paralelo com o aumento das taxas de vacinação ", recomendam. "Esta mudança de rumo, especialmente no que diz respeito ao discurso político, torna-se primordial com a evidência científica emergente sobre a eficácia real das vacinas", acrescentam.

Em resumo, conclui o estudo, "mesmo que devam ser feitos esforços para encorajar as populações a serem vacinadas, tal deve ser feito com humildade e respeito. Estigmatizar as pessoas pode fazer mais mal do que bem. 

Para a OMS, uma elevada taxa de vacinação continua a ser essencial

Em 10 de Setembro, o director da OMS na Europa já se tinha mostrado um pouco pessimista quanto à capacidade de uma elevada taxa de vacinação para travar a pandemia Covid-19 por si só, devido a variantes que reduziram a perspectiva de imunidade vacinal colectiva. Com uma probabilidade acrescida de que a doença permaneça endémica sem ser erradicada, Hans Kluge tinha apelado em conferência de imprensa para "antecipar a adaptação das nossas estratégias de vacinação", especialmente sobre a questão das doses adicionais.

Em Maio, o responsável da saúde da ONU disse que "a pandemia terminará quando atingirmos uma cobertura mínima de vacinação de 70%" da população mundial. Questionado sobre se este objetivo se mantinha válido ou se deveria ser levantado, Hans Kluge respondeu em Setembro que as novas variantes, mais contagiosas, principalmente a Delta (sic), tinham alterado a situação.

Na altura, apesar de a variante inicialmente detectada na Índia já ser galopante, "não havia tal emergência das variantes mais transmissíveis e virais", argumentou. "Por isso, penso que nos leva ao ponto em que o principal objectivo da vacinação é, acima de tudo, prevenir formas graves da doença e da mortalidade", disse. Um nível muito elevado de vacinação também continua a ser essencial "para reduzir a pressão sobre os nossos sistemas de saúde que precisam desesperadamente de tratar doenças que não covid", acrescentou.

 

Fonte: Covid–Le taux de vaccination n’a aucune incidence sur la circulation du virus, selon une étude rapportée par un journal épidémiologique – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




 


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