domingo, 24 de outubro de 2021

A necessidade de refundar o Partido Comunista Operário em Portugal

 


Está consumado o assalto neo-revisionista ao Partido. Pela mão, como seria de esperar, da dupla revisionista, social-fascista, obreirista e burocrata, Cidália/Pinto.

Não dando uma para  a caixa e tendo vindo a demonstrar a sua demência política e ideológica, a sua inépcia para articular um texto sobre seja que tema for de interesse para a classe operária e restantes escravos assalariados, “encomendaram” um artigo a um notório neo-revisionista da nossa praça.

Que escreveu um artigo notoriamente anti-marxista – “Teatro Orçamental” -, desprovido de toda e qualquer análise com base no materialismo dialéctico, negando o princípio de que a luta de classes é o motor da história e desvalorizando a natureza de classe do poder e das medidas que adopta para salvaguardar a natureza de classe do seu Estado, isto é, a acumulação de capital e a forma de distribuir o sobre-valor (mais valia) excedentário entre a classe que representa para melhor servir os seus propósitos de acumulação e exploração.

Artigo assinado por um tal JC, um notório adepto do entrismo sui generis - a táctica política defendida pelo dirigente da Quarta Internacional Michel Pablo, e aprovada no Congresso Mundial de 1951-, uma táctica trotkista que se infiltrou recentemente no Partido, e que se insinuou, primeiro na Organização Sindical comunista – LUTA, UNIDADE, VITÓRIA – e agora, pelos vistos, na redacção do Órgão Central do PCTP/MRPP, o Luta Popular online. E, quem sabe, no próprio Comité Central.

Claro que o basbaque Pinto que, apesar de se apresentar como Director do jornal que seria suposto ser dos comunistas, não sabe articular uma frase e, muito menos, um conceito marxista, foi lesto a acolher de braços abertos esta luminária do neo-revisionismo. Claro que, a social fascista Cidália Guerreiro, outra analfabeta do marxismo, secundou este acolhimento.

É preciso que os militantes e simpatizantes do PCTP/MRPP saibam quem é este João Castro (JC). É um personagem que, a propósito do camarada Arnaldo Matos e das suas “Teses da Urgeiriça” manifestou sérias reservas e, mesmo, posições de antagonismo. É um lídimo defensor da política frentista que o sector pseudo esquerdista da pequena burguesia continua a patrocinar.

Um neo-revisionista chapado que nega as directivas e teses do Plano de Acção aprovado por unanimidade no I Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP, realizado nos dias 18 e 19 de Setembro de 2020, teses da autoria do camarada Arnaldo Matos, teses em que o camarada explicava porque é que a estratégia dos comunistas tinha de ser, na época do imperialismo, estadio supremo do capitalismo, transformar a guerra imperialista em guerra cívil revolucionária que criaria as condições para a Revolução Comunista a nível mundial e jamais aceitar que o proletariado servisse de carne para canhão da “sua” burguesia contra outro sector da burguesia igualmente rapace e exploradora.

Teses que, desde que correctamente compreendidas, indicam de forma cristalina porque é que a época das revoluções “patrióticas e populares” já fazem parte do passado e porque é que a Questão Nacional, tal como a defendia Lenine era um “não senso” (in “A Nossa Estratégia é o Marxismo”, de Arnaldo Matos).

A par de uma cegueira política e ideológica que não lhe permite compreender que a classe operária não tem nação – aliás, odeia-a, porque a considera como uma resposta aos interesses da burguesia e do grande capital e contra os interesses do proletariado que, exactamente por isso, é internacionalista, e daí a consigna de Marx, no seu “Manifesto do Partido Comunista” – PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS! . Aliás, o neo-revisionista em questão considera esta obra como fazendo parte da fase “juvenil” e “empírica” de Marx, assim como defende que a classe operária não terá qualquer papel na Revolução!!!

Tal não surpreende, vindo da parte de quem defende, com unhas e dentes, as teses do pai do neo-revisionismo caseiro – Francisco Martins Rodrigues – fundador, na fase final da ditadura de Salazar e Caetano, primeiro, de um grupelho reaccionário que dava pelo nome de P”C”P (m-l), que posteriormente se veio a coligar e a fundir no PPD/PSD logo a seguir ao golpe de estado de 25 de Abril de 1974 e, depois,  a participar na fundação da UDP, essa organização que assassinou o militante comunista Alexandrino Sousa.

Como não surpreende que, ao ser confrontado com o facto de Francisco Martins Rodrigues ter tido um comportamento absolutamente execrável e traidor perante os esbirros fascistas da PIDE, antes do 25 de Abril, ter desvalorizado, com um retumbante “a vida continua” tal comportamento. Como se, este tipo de comportamento traidor não definisse a natureza de classe do indivíduo que o praticou e não influenciasse todo e qualquer desenvolvimento teórico, organizativo e político do mesmo.

Comportamento que os marxistas, os comunistas, do então MRPP verberaram – veja-se a publicação que nessa época saíu, intitulada “Pensar, Agir e Viver como um revolucionário”, onde se indicava qual era a postura que os comunistas e os revolucionários deveriam ter perante a tortura na PIDE e a repressão policial em geral, numa época em que era recorrente a bufaria que integrava toda a sorte de partidos e grupelhos oportunistas, revisionistas, neo-revisionistas, trotkistas, à primeira bofetada a que eram sujeitos pelos criminosos fascistas da PIDE/DGS, que os impelia a vomitar tudo o que sabiam ... e o que não sabiam!

Este é um ataque sem precedentes ao Partido, à memória do seu fundador, o camarada Arnaldo Matos que foi, e será sempre, a ossatura ideológica do Partido dos Comunistas portugueses e uma voz influente no seio da corrente comunista internacional. Estamos perante mais do que um ataque sem precedentes da corrente liquidacionista. Estamos perante uma tentativa, pelos vistos bem sucedida, de descaracterização do PCTP/MRPP.

E é por isso que, perante a completa deserção da esquerda do Partido na luta que tem de obrigatoriamente travar para se ver livre, quer da corrente revisionista e social-fascista protagonizada pela dupla Cidália/Pinto, quer pelo seu aliado neo-revisionista, João Castro, e a não ser que em breve se dê uma reviravolta qualitativa no rumo dos acontecimentos, anuncio a minha total ruptura com aquele que, de Partido Comunista Operário, fazendo juz às leis da dialéctica, se está, a passos largos, a transformar no seu contrário, ou seja, em mais um partido burguês e reaccionário.

 

VIVA A REVOLUÇÃO COMUNISTA

 

VIVA O PARTIDO COMUNISTA OPERÁRIO!

 

Luis Júdice

 

24/10/2021

Sem comentários:

Enviar um comentário