21 de Outubro de 2021
Fiquei muito afectado com a morte de Serge Bouchard, esse grande cientista, amigo da humanidade. O suficiente para pegar no seu mais recente livro, Um CAFÉ COM MARY.
Eis alguns trechos muito interessantes:
O absurdo é deixar a Inteligência Artificial cuidar do futuro do mundo!
Temos a inteligência natural das realidades da vida humana, das sensibilidades.
A máquina continua sendo uma máquina. E o humano continua sofrendo, tornando-se
psicologicamente instável.
Ficamos fingindo ser livres, como o cão numa cerca. A sua liberdade é uma
abstracção, uma distracção bem enquadrada. Eu tinha um cão e ele estava livre
no quintal sem coleira. Mas, à noite, íamos dar uma longa caminhada e o cão,
todo contente, ía buscar a sua coleira.
Os progressos técnicos, económicos e científicos são-nos apresentados como
uma libertação do tedioso e difícil. Conforto e suavização são armadilhas, que
restringem a criatividade livre.
Somos prisioneiros das nossas gaiolas, presos na rede das nossas
tecnologias, das nossas finanças e dos nossos brinquedos. A menos que estejamos
acorrentados, estamos sempre livres para partir. Mas acontece que estamos
unidos, retidos por tantos elos que nos impedem de decolar, a mais não ser para
fugir do inverno, uma semana por ano.
Esta pandemia é capaz de nos convencer do bem que a coleira nos faz.
Talvez seja da nossa natureza amarrarmo-nos, aceitar obedientemente o
confinamento? Ao contrário do lobo que sabe como assumir a sua liberdade.
Aqui está um poema que escrevi em 2012 que está no meu livro OCCUPY
MONTREAL
TERMINADO
Terminou
o conforto
Esta
zona confusa Esta
armadilha que esconde
uma realidade avassaladora
que
viver a mentira
Que
tudo está bem
Então,
não temos mais nada para fazer
a
não ser esperar pela morte
pacificamente
sentado...
Na
sua cadeira de balanço
John Mallette,
o poeta proletário
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