25 de Setembro
de 2023 Olivier
Cabanel
OLIVIER CABANEL — Como todos sabemos, não é possível
datar pedras, mesmo com carbono 14.
Mas o mistério de Stonehenge está a ser resolvido.
Durante quase meio século, não foi concedida qualquer autorização de escavação neste sítio, uma das maravilhas do mundo.
A recente autorização e as novas técnicas de investigação levantaram uma ponta do véu sobre os megálitos de Stonehenge.
A última descoberta foi feita por dois especialistas na área, Timothy Darvill, arqueólogo da Universidade de Bournemouth, e Geoff Wainwright, presidente da Sociedade de Arqueólogos de Londres.
O resultado do seu
trabalho foi oferecido aos telespectadores de Arte em 9 de Maio de
2009.
Estas escavações decorreram entre 31 de
Março e 11 de Abril de 2008.
A descoberta mais importante diz
respeito às pedras mais pequenas, chamadas "pedras azuis".
Um poço de 3 metros de comprimento e um
metro de profundidade havia sido cavado.
Uma datação precisa poderia ser feita,
em comparação com os materiais encontrados (incluindo um grão de trigo!)
provando que a erecção das pedras azuis foi feita entre -2400 e -2200 aC.
Estas pedras foram transportadas de uma
pedreira localizada a 250 km de distância.
Especialistas teorizaram que as pessoas
acreditam que essas pedras azuis têm propriedades curativas, com base na tese
de um esqueleto descoberto na área.
Este homem, chamado de arqueiro de Amesbury, apelidado de Rei de
Stonhenge deu o seu nome a uma escola na aldeia.
Ele sofreu uma grave lesão no joelho, e
as investigações sobre ele provaram que ele veio dos Alpes.
Ele havia percorrido uma grande
distância até o local, na esperança de uma cura.
A descoberta de outros corpos que
morreram de doença, e em particular o de um jovem enterrado com fragmentos de
pedra azul, assassinado por flechas, confirmou a sua teoria.
Ele teria tentado roubar fragmentos de
pedra azul.
Deve ter havido guardas no local cuja
missão era impedir este tipo de roubo, e o jovem teria pago com a vida pela sua
tentativa.
As pedras podem curar?
Este é outro debate, mas há muitos que hoje praticam litoterapia, alegando que a ágata
combate o abuso de tabaco ou álcool, a ametista seria eficaz contra neuroses, o
cristal para curar problemas de digestão... etc. O facto de a litoterapia ser
usada desde a antiguidade não prova nada, claro.
Isso está muito longe das teorias
desenvolvidas até agora: com base na posição das pedras, o astrónomo britânico
Gerald Hawkins ficou convencido de que Stonhenge era uma espécie de
observatório astronómico.
Em 1963, registou as coordenadas de mais
de 200 marcadores: pedras, buracos e fendas, e mandou um computador (um velho
IBM 704) calcular as direcções determinadas por esses marcadores.
10 dessas direcções correspondiam a
azimutes solares, 14 a azimutes lunares e 24 a alinhamentos precisos que
indicavam que o Sol se erguia exatamente sobre a pedra guia no dia 21 de Junho.
Em seguida, raciocinou que, se fossem
colocados marcadores de pedra ou de madeira em determinados orifícios e se
deslocasse um orifício por ano, seria possível determinar o momento de um
eclipse solar ou lunar.
A sua teoria causou polémica, apesar de
ter sido apoiada por muitos cientistas, incluindo Fred Hoyle, um dos mais
famosos críticos da teoria do Big Bang, e Alexander Thom, um engenheiro escocês
e professor em Oxford.
Este último trabalhou durante 30 anos
nos alinhamentos em pedra, estando também convencido de que estes sítios eram
"calendários megalíticos".
Todos os anos, 20.000
pessoas visitam Stonehenge na altura do solstício de Verão, enquanto todos os
indícios sugerem que os nossos antepassados iam lá no solstício de Inverno.
Gerald Hawkins já não
poderá defender a sua teoria: morreu de ataque cardíaco aos 75 anos.
Antes deles, outras teorias surgiram,
como a de Merlin ter usado uma fórmula mágica para tornar as pedras leves...
Como vêem, as certezas de ontem estão na sanita,
porque como dizia um velho amigo africano:
"Uma zebra sem riscas é como um homem sem cultura"
Fonte: Ils ont fait parler les pierres – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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