http://mai68.org/spip2/spip.php?article16354
Mas de onde vem a fortuna de Elizabeth
Borne? Do sigilo comercial na Big Pharma, é claro
https://www.apar.tv/societe/mais-do...
25 de Setembro de 2023
Maria Josephson
Segundo as nossas informações, os pais
de Elisabeth Bornstein dirigiam o laboratório farmacêutico "Mr.
Borne", que fabricava o famoso Distilbene sob o nome de Stilboestrol-Borne
(actualmente propriedade da Sanofi, sucessora da Novartis). O destilbeno, um estrogénio
sintético, foi responsável por numerosos cancros vaginais nas mulheres e
malformações genitais nas crianças, levando à esterilidade total das vítimas.
Apesar dos avisos dos médicos no início dos anos 70, o destilbeno só foi
proibido para as mulheres grávidas em 1977. Calcula-se que o destilbeno tenha
sido receitado a cerca de 200 000 mulheres grávidas, com todas as consequências
que conhecemos. 30 anos depois, algumas vítimas continuam a pedir indemnização.
Os pais da primeira-ministra francesa Elisabeth Borne dirigiam a empresa farmacêutica "M. Borne" (nome da sua mãe Marguerite Borne), que distribuiu o destilbene em França até ao final dos anos 70, apesar dos efeitos secundários conhecidos e da proibição da substância nos Estados Unidos.
Os laboratórios M. Borne foram depois vendidos (incluindo a patente do destilbeno) à Novartis, condenada em 2012 e 2016 pelas consequências médicas da prescrição do destilbeno a mulheres grávidas, juntamente com a UCB-Pharma. É daqui que provém a fortuna de Elisabeth Borne.
Para saber mais sobre a Novartis, o complexo farmacêutico suíço e os "salteadores" da Nobreza por Sean Hross, aqui está um pequeno vídeo que diz tudo:
Leitor de vídeo:
O estabelecimento situava-se no 24, rue
des ursulines em Saint-Denis 93/ dos anos 50 ao início dos anos 70. Elisabeth
Borne tinha uma irmã, Anne-Marie, psicanalista, mas também farmacêutica, que
chegou a dirigir um dispensário em Paris.
Provavelmente nunca ouviu falar do Distilene. No entanto, em 1952, o grande matemático Alan Turing, preso por "indecência grosseira" (homossexualidade) em Inglaterra, declarou-se culpado e concordou em ser quimicamente castrado através de uma injecção de distilbene (conhecido como Stilboestrol) para reduzir a sua libido.
O tratamento tornou Alan Turing
impotente e induziu a formação de tecido mamário, cumprindo literalmente a
previsão de Turing de que "sem dúvida que sairei um homem diferente, mas
um homem que ainda não descobri".
Não há dúvida de que estes efeitos
secundários foram notados por alguns como não sendo tão incómodos. A molécula
Distilbene era mais do que frequentemente desviada da sua prescrição oficial
(propriedades anti-aborto) e era traficada no seio da comunidade transexual
desde, pelo menos, a década de 1960.
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Tudo de bom para vós,
do
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Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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