O comunismo
representa o mais elevado estadio da sociedade humana. Acontece depois de
destruído o modo de produção capitalista, caduco, que impede o desenvolvimento
das forças produtivas e que, pelo seu modelo caótico de organização da
produção e distribuição, baseado no lucro, na ganância e na corrupção, remete
para a miséria, a fome, a morte e a guerra, biliões de seres humanos.
Neste novo
quadro político e económico, como seria de esperar, o comunismo acaba, de uma
vez por todas, com a sacrossanta propriedade privada e constrói uma sociedade
baseada na prossecução do bem estar de TODOS, assente numa política de
planificação da economia em função das necessidades de cada um.
É por isso
que, para construir o colectivo se torna necessário privilegiar o indivíduo,
premiando-o pela sua capacidade, pela sua inteligência, pela sua criatividade.
Não existe qualquer antagonismo entre a procura do bem estar colectivo e o
desenvolvimento político, social e cultural do individuo.
Realizam-se
no próximo domingo, dia 24 de Setembro, eleições para a Assembleia Legislativa da Região
Autónoma da Madeira. O PCTP/MRPP não apresentou, pela primeira vez, uma lista de candidatos a este
acto eleitoral. Mas, desiluda-se se pensar que não o fez porque a sua direcção
revisionista decidiu, finalmente, adoptar uma posição marxista e não alinhar
nos carnavais eleitorais burgueses, nem se candidatar a ser mais um daqueles
lambe botas oportunistas, da falsa esquerda, que se prestam a servir o grande
capital, ao dizer-lhe como deve gerir os interesses da burguesia, conferindo ao
sistema capitalista um “rosto humano” e políticas que satisfaçam os interesses
da classe operária e restantes escravos assalariados.
Pode esperar sentado para que tal “milagre” ocorra.
Uma vez oportunistas, carreiristas e lambe-botas, para sempre o serão. Este
será o destino do PCTP/MRPP, pelo menos enquanto estiver infectado pela
corrente social-fascista, revisionista e contra-revolucionária que tomou o seu
Comité Central de assalto.
Na época actual, do imperialismo, estadio supremo do
capitalismo, todo e qualquer Estado – mesmo aqueles que se reclamam do
socialismo e/ou do comunismo – serve os interesses da burguesia e do capital, são
desses interesses uma decorrência.
Tal como Marx sempre o afirmou, uma superestrutura
que deriva de uma infraestrutura económica da sociedade, e do modo e relações
de produção que nela são, actualmente, dominantes. Modo e relações de produção
que assentam num antagonismo insolúvel entre a natureza social do trabalho e a
apropriação privada da riqueza por ele gerada.
Modo de produção e relações sociais de produção que
opõem os detentores do capital e, subsequentemente, dos instrumentos de
produção e da terra, àqueles que nada mais possuiem do que a sua força de
trabalho, força que tudo produz e da qual resulta a mais-valia que assegura a
acumulação do capital.
Tudo isto vem a propósito das eleições para a Assembleia Legislativa da Região
Autónoma da Madeira, que se realizam no próximo domingo, dia 24 de Setembro.
A supracitada Assembleia, e o governo que resulta da relação de forças
burguesas que nele se gera após cada eleição, são uma espécie de “correia de
transmissão” do poder da burguesia. Visam assegurar que a “administração”
central do poder capitalista e imperialista chegue a todos os cantos do
território de um determinado espaço “nacional”.
Todo aquele partido ou individualidade que
escamoteie esta génese da “organização” – regional, nacional ou autárquica - não
faz mais, pois, do que defender que o estado burguês é aceitável para a classe
operária e para os restantes escravos assalariados, e deve ser acolhido como
sendo o “seu” estado, em qualquer “nível” administrativo do poder burguês.
O oportunismo e arrivismo político, chega ao ponto
de considerar – como o fazem alguns galarós que se reclamam de marxistas e,
até, de leninistas e maoístas – que, não concorrendo os comunistas às eleições burguesas,
se devem, então, apoiar figuras de proa que – vá-se lá saber com base em que
critérios –estes considerem como sendo honestas.
A decisão,
aqui, do ponto de vista marxista, não pode ser baseada numa questão
“moral” – ser “honesto”, ser reconhecido como “impoluto” ou “incorruptível”
pelas massas populares. A questão, aqui, como acima fica demonstrado, é saber
qual a natureza de classe do órgão – seja ele qual for: Presidência e Assembleia da República, governo, autarquias, governos regionais, etc.
E, manifestamente, todos eles são órgãos do poder do capital e do imperialismo.
Sem sofismas!
É preciso estar-se consciente de que, em Portugal,
todos os partidos que se reclamam da esquerda adoptaram, em relação aos
interesses estratégicos e tácticos da classe operária e dos seus aliados,
igualmente escravos assalariados, uma postura de traição miserável, vendendo a
ilusão de que é possível utilizar um aparelho de estado que foi desenhado,
construído e imposto para servir os interesses da burguesia e do grande
capital, para servir outro dono, isto é, os interesses de quem trabalha e nada
mais possui do que a sua força de trabalho.
Assim como devemos estar conscientes de que não
existe, neste momento, uma direcção comunista, caldeada nas lutas de massas,
com uma ligação íntima e umbilical à classe operária e às massas populares. A
classe operária não tem, de momento, um partido onde se possa rever e
identificar, uma vanguarda para os levantamentos populares que a conduzirão à
revolução comunista e operária.
Claro que tal situação não resulta de um
determinismo histórico. A classe operária necessita – e necessáriamente o
construirá – de um verdadeiro Partido Comunista Operário, que seja o resultado
e emirja das suas lutas. Aquilo que Marx afirmava ser “a classe operária em
Partido”.
Foi esta a visão que o comunista Arnaldo Matos teve
quando, magistralmente, elaborou as “Teses da Urgeiriça” (https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2016/11/o-coloquio-da-urgeirica.html
) e produziu o seu discurso do 1º de Maio Vermelho em 2018 (https://www.lutapopularonline.org/images/IntCArnMa1Maio2018-finalissima.pdf
). Discurso que esteve na base, e orientou, o Plano de Acção aprovado por
unanimidade no I Congresso
Extraordinário do PCTP/MRPP, que se realizou entre 18 e 19 de Setembro de
2020.
E no qual, de
forma clara e resoluta, se afirmava que a estratégia
dos comunistas e da classe operária é transformar a Guerra Mundial em curso, em
Guerra Cívil Revolucionária, que se
integre na Revolução Comunista Mundial que levará à destruição do mais
sanguinolento modo de produção que a humanidade conheceu – o modo de produção
capitalista e imperialista, e a sua táctica
é o estudo do marxismo.
Claro que para tornar efectiva esta estratégia e
esta táctica será necessário um Partido Comunista e Operário que esteja
intimamente ligado às massas de operários, camponeses e escravos assalariados,
que dirija as suas principais lutas e os actos insurreccionais que começam a
emergir e a consolidar-se. Que seja, enfim, reconhecido por elas como seu
dirigente e sua vanguarda de luta e que não seja remetido, como sucede
actualmente, para a total irrelevância ou ausência de reconhecimento.
Os comunistas não podem vir apenas afirmar que não
participam nas eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira de 24 de Setembro.
Têm de dizer, de indicar, claramente, que as mesmas devem ser activamente
boicotadas, apelar à abstenção massiva ou, em alternativa, para que se inscreva
nos diferentes tipos de boletim de voto a frase “Viva a Revolução Comunista”.
Por
fim, remeto-vos para o link de um
artigo recentemente publicado no
blogue “Que o Silêncio dos Justos Não Mate Inocentes”, sob o título “Não se eleva a consciência de classe proletária nem se divulga o marxismo
participando nas mascaradas eleitorais da burguesia!”:
Sem comentários:
Enviar um comentário