sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira …mais do mesmo!

 


O comunismo representa o mais elevado estadio da sociedade humana. Acontece depois de destruído o modo de produção capitalista, caduco, que impede o desenvolvimento das forças produtivas e que, pelo seu modelo caótico de organização da produção e distribuição, baseado no lucro, na ganância e na corrupção, remete para a miséria, a fome, a morte e a guerra, biliões de seres humanos.

Neste novo quadro político e económico, como seria de esperar, o comunismo acaba, de uma vez por todas, com a sacrossanta propriedade privada e constrói uma sociedade baseada na prossecução do bem estar de TODOS, assente numa política de planificação da economia em função das necessidades de cada um.

 

É por isso que, para construir o colectivo se torna necessário privilegiar o indivíduo, premiando-o pela sua capacidade, pela sua inteligência, pela sua criatividade. Não existe qualquer antagonismo entre a procura do bem estar colectivo e o desenvolvimento político, social e cultural do individuo.

Realizam-se no próximo domingo, dia 24 de Setembro, eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira. O PCTP/MRPP não apresentou, pela primeira vez, uma lista de candidatos a este acto eleitoral. Mas, desiluda-se se pensar que não o fez porque a sua direcção revisionista decidiu, finalmente, adoptar uma posição marxista e não alinhar nos carnavais eleitorais burgueses, nem se candidatar a ser mais um daqueles lambe botas oportunistas, da falsa esquerda, que se prestam a servir o grande capital, ao dizer-lhe como deve gerir os interesses da burguesia, conferindo ao sistema capitalista um “rosto humano” e políticas que satisfaçam os interesses da classe operária e restantes escravos assalariados.

Pode esperar sentado para que tal “milagre” ocorra. Uma vez oportunistas, carreiristas e lambe-botas, para sempre o serão. Este será o destino do PCTP/MRPP, pelo menos enquanto estiver infectado pela corrente social-fascista, revisionista e contra-revolucionária que tomou o seu Comité Central de assalto.

Na época actual, do imperialismo, estadio supremo do capitalismo, todo e qualquer Estado – mesmo aqueles que se reclamam do socialismo e/ou do comunismo – serve os interesses da burguesia e do capital, são desses interesses uma decorrência.

Tal como Marx sempre o afirmou, uma superestrutura que deriva de uma infraestrutura económica da sociedade, e do modo e relações de produção que nela são, actualmente, dominantes. Modo e relações de produção que assentam num antagonismo insolúvel entre a natureza social do trabalho e a apropriação privada da riqueza por ele gerada.

Modo de produção e relações sociais de produção que opõem os detentores do capital e, subsequentemente, dos instrumentos de produção e da terra, àqueles que nada mais possuiem do que a sua força de trabalho, força que tudo produz e da qual resulta a mais-valia que assegura a acumulação do capital.

Tudo isto vem a propósito das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, que se realizam no próximo domingo, dia 24 de Setembro. A supracitada Assembleia, e o governo que resulta da relação de forças burguesas que nele se gera após cada eleição, são uma espécie de “correia de transmissão” do poder da burguesia. Visam assegurar que a “administração” central do poder capitalista e imperialista chegue a todos os cantos do território de um determinado espaço “nacional”.

Todo aquele partido ou individualidade que escamoteie esta génese da “organização” – regional, nacional ou autárquica - não faz mais, pois, do que defender que o estado burguês é aceitável para a classe operária e para os restantes escravos assalariados, e deve ser acolhido como sendo o “seu” estado, em qualquer “nível” administrativo do poder burguês.

O oportunismo e arrivismo político, chega ao ponto de considerar – como o fazem alguns galarós que se reclamam de marxistas e, até, de leninistas e maoístas – que, não concorrendo os comunistas às eleições burguesas, se devem, então, apoiar figuras de proa que – vá-se lá saber com base em que critérios –estes considerem como sendo honestas.

A decisão,  aqui, do ponto de vista marxista, não pode ser baseada numa questão “moral” – ser “honesto”, ser reconhecido como “impoluto” ou “incorruptível” pelas massas populares. A questão, aqui, como acima fica demonstrado, é saber qual a natureza de classe do órgão – seja ele qual for: Presidência  e Assembleia da República,  governo, autarquias, governos regionais, etc. E, manifestamente, todos eles são órgãos do poder do capital e do imperialismo. Sem sofismas!

É preciso estar-se consciente de que, em Portugal, todos os partidos que se reclamam da esquerda adoptaram, em relação aos interesses estratégicos e tácticos da classe operária e dos seus aliados, igualmente escravos assalariados, uma postura de traição miserável, vendendo a ilusão de que é possível utilizar um aparelho de estado que foi desenhado, construído e imposto para servir os interesses da burguesia e do grande capital, para servir outro dono, isto é, os interesses de quem trabalha e nada mais possui do que a sua força de trabalho.

Assim como devemos estar conscientes de que não existe, neste momento, uma direcção comunista, caldeada nas lutas de massas, com uma ligação íntima e umbilical à classe operária e às massas populares. A classe operária não tem, de momento, um partido onde se possa rever e identificar, uma vanguarda para os levantamentos populares que a conduzirão à revolução comunista e operária.

Claro que tal situação não resulta de um determinismo histórico. A classe operária necessita – e necessáriamente o construirá – de um verdadeiro Partido Comunista Operário, que seja o resultado e emirja das suas lutas. Aquilo que Marx afirmava ser “a classe operária em Partido”.

Foi esta a visão que o comunista Arnaldo Matos teve quando, magistralmente, elaborou as “Teses da Urgeiriça” (https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2016/11/o-coloquio-da-urgeirica.html ) e produziu o seu discurso do 1º de Maio Vermelho em 2018 (https://www.lutapopularonline.org/images/IntCArnMa1Maio2018-finalissima.pdf ). Discurso que esteve na base, e orientou, o Plano de Acção aprovado por unanimidade no I Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP, que se realizou entre 18 e 19 de Setembro de 2020.

 E no qual, de forma clara e resoluta, se afirmava que a estratégia dos comunistas e da classe operária é transformar a Guerra Mundial em curso, em Guerra  Cívil Revolucionária, que se integre na Revolução Comunista Mundial que levará à destruição do mais sanguinolento modo de produção que a humanidade conheceu – o modo de produção capitalista e imperialista, e a sua táctica é o estudo do marxismo.

Claro que para tornar efectiva esta estratégia e esta táctica será necessário um Partido Comunista e Operário que esteja intimamente ligado às massas de operários, camponeses e escravos assalariados, que dirija as suas principais lutas e os actos insurreccionais que começam a emergir e a consolidar-se. Que seja, enfim, reconhecido por elas como seu dirigente e sua vanguarda de luta e que não seja remetido, como sucede actualmente, para a total irrelevância ou ausência de reconhecimento.

Os comunistas não podem vir apenas afirmar que não participam nas eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira de 24 de Setembro. Têm de dizer, de indicar, claramente, que as mesmas devem ser activamente boicotadas, apelar à abstenção massiva ou, em alternativa, para que se inscreva nos diferentes tipos de boletim de voto a frase “Viva a Revolução Comunista”.

Por fim, remeto-vos para o link de um artigo recentemente  publicado no blogue “Que o Silêncio dos Justos Não Mate Inocentes”, sob o título Não se eleva a consciência de classe proletária nem se divulga o marxismo participando nas mascaradas eleitorais da burguesia!”:

 https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2021/07/nao-se-eleva-consciencia-de-classe.html


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