8 de Maio de 2022 Robert Bibeau
As contradições
grassam dentro das forças militares dos aliados da OTAN. Depois da França e dos Estados Unidos, agora os generais
italianos estão a ripostar.
O General Leonardo Tricarico, ex-Chefe
do Estado-Maior da Força Aérea Italiana, é uma daquelas vozes que se
levantam para denunciar os militaristas incendiários e apelar à paz...
Obviamente, pensamos aqui nas declarações do
oportunista Bruno
Lemaire ou Macron que despeja sem consultar o povo meios
consideráveis (armas, dinheiro, homens...) no campo de batalha ucraniano,
demonstrando demonstrando assim que ele é tudo menos um agente da paz.
Que francês, da Bretanha, Auvergne ou Córsega, tem um problema pessoal com
os russos ao ponto de querer que a França entre em guerra nuclear contra este
país nuclearisado?
Pacifistas de todas as
esferas da vida precisam de se dar bem e não esperar passivamente como coelhos
presos pelos faróis de um carro.
A Rússia é um Estado
soberano e, acima de tudo, uma potência nuclear: esta guerra não é nossa.
Resumo das posições de três oradores no
debate:
O General Leonardo Tricarico (na foto), ex-Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Italiana e actual presidente da Fundação Icsa, fala do conflito ucraniano:
« A neutralidade?
Concordo plenamente. E penso
que, antes de levarmos a cabo ameaças de ambas as partes para escalar o
conflito na NATO, temos
de assegurar que este conflito acabe. E, deste ponto de vista, não
vejo o compromisso de ninguém, vejo pelo contrário uma série de incendiários
que fazem exactamente o contrário."
E acrescenta: "Em primeiro lugar, o nosso país
deve fazer tudo, e eu não o vejo a fazê-lo, para acabar com o conflito. Quando
digo para fazerem tudo, refiro-me a concordar com os outros países
europeus, em particular a França e a Alemanha, numa posição comum face aos países
belicistas liderados pelos Estados Unidos, para que parem, para
que promovam tréguas e negociações, mesmo correndo o risco de perturbar as
relações com os Estados Unidos.
General Marco Bertolini
"Este é um conflito do qual devemos
tentar manter-nos afastados o máximo possível", diz Marco
Bertolini, um general reformado do exército italiano e agora chefe do
departamento de defesa do Fratelli d'Italia:
A guerra começou com a intervenção da Rússia,
que não pertence à NATO, na Ucrânia, que não pertence à NATO: é um
confronto entre dois países europeus que nada tem a ver com a NATO e nada tem a
ver com a Itália. Acho que não podemos discutir a neutralidade ou qualquer
outra coisa. »
O Professor Alessandro Orsini (ridicularizado por questionar as responsabilidades da NATO na crise ucraniana).
Alessandro Orsini, director do
Observatório de Segurança Internacional da Universidade Luiss, diz que a
Itália deve permanecer neutra a menos que a Rússia atinja um país da
NATO.
O General Tricarico continua:
"E quando o artigo 5.º do Tratado Atlântico for desencadeado, segundo o qual a solidariedade atlântica é activada, então será possível discutir a adesão aos conceitos fundadores da NATO, que estipulam que tudo é voluntário, e nessa altura a Itália poderá dizer se quer estar solidária ou ficar longe" – conclui a General Trica – e ela poderá fazê-lo após um amplo debate ao nível da opinião pública e institucional. Esta não é uma decisão fácil de tomar instintivamente.
"Mas", acrescenta o general
reformado, "até
agora, a Rússia não se reuniu com nenhum país da NATO, porque a Ucrânia não é
membro da aliança, e mesmo o indício de tal possibilidade só piora as
mentes e reduz as hipóteses de reconciliação, o que considero
essencial. Repito: indispensável."
Quanto à questão de saber se a guerra em
curso nos últimos meses é uma guerra justa ou injusta, o raciocínio do General
Bertolini é claro:
"Na esfera católica, sempre houve
um debate sobre se a guerra é justa ou não. Muitos teólogos discutiram isso,
Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, dizendo quais são os critérios para uma
guerra justa ou injusta. – recorda o general que comandou as forças especiais.
– Acredito que para uma guerra ser considerada justa, primeiro deve ser
a "nossa" guerra. E esta não é."
De acordo com o Vox
Fonte: Resistência Republicana
Fonte: La révolte de généraux italiens: «ce n’est pas notre guerre, disons NON aux USA» – les 7 du quebec
Este artigo
foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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