segunda-feira, 2 de maio de 2022

PCTP/MRPP: Como um partido operário revolucionário se pode transformar no seu contrário, uma organização burguesa, revisionista e social-fascista!

 



O que tenho vindo a assinalar quanto ao percurso que a direcção oportunista, revisionista e neo-revisionista, social-fascista, que tomou de assalto o PCTP/MRPP, está a levar a cabo, é a falta de uma linha operária, comunista e revolucionária.

Agora que, apesar de não ter sido anunciado nem justificado oficialmente, vemos borregar a promessa da realização de um II Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP – supostamente a realizar no dia 1º de Maio, dia dos Trabalhadores -  vem-me à memória a luta sem quartel que eu e outros, poucos, camaradas, tivemos de travar para vencer as hesitações da dupla revisionista Cidália/Pinto que também hesitou em convocar – e quase o conseguiu – o I Congresso Extraordinário do Partido, como o nosso saudoso camarada Arnaldo Matos tinha deixado indicado antes de falecer.

Na altura, as tarefas identificadas e distribuídas pelos diferentes elementos do Comité Central, ficaram comprometidas – assim como o I Congresso Extraordinário – porque alguns dos elementos do CC se recusaram, ou mesmo sabotaram, a sua realização. É legítimo, pois, concluir que tais comportamentos se agravaram e estiveram na génese do não cumprimento da realização do II Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP, que devia tar ocorrido no 1º de Maio. De novo, foi a deriva, a traição, a ausência total de uma linha revolucionária de esquerda que provocou este desfecho. Que está a ter, como resultado, e para já, as seguintes consequências:

  1. Um sindicato que vai contra tudo o que estava descrito nas orientações que o camarada Arnaldo Matos nos tinha ensinado sobre este tipo de organização, alcance e bandeiras de luta; 
  2. - um sindicato que abandonou uma genial bandeira de luta proposta por Arnaldo Matos - a luta pela semana das 35 horas -, que ainda hoje assegura a unidade automática de toda a classe operária e restantes escravos assalariados, 
  3. - substituindo-a por uma aberrante reclamação pequeno-burguesa, oportunista, revisionista e neo-revisionista, isto é,  pela indexação mensal (???) dos salários à inflacção (ademais quando já estamos à beira da estagflação), que divide a classe, já que os rendimentos dos operários e trabalhadores são de uma amplitude por vezes considerável nas suas diferenças
  4. - valor das quotizações em saldo
  5. - promessa de assistência jurídica enganosa
  6. Ou seja, um sindicato tipicamente neo-revisionista, cujo "coordenador" (designação muito popular entre bloquistas), é um pseudo-intelectualóide neo-revisionista que não acredita, nem tão pouco defende, a classe operária (é sua a afirmação de que na TAP, onde se diz operário, mas não exercendo qualquer actividade profissional, "não existe classe operária"). Um arrogante de merda que tem o desplante de dizer que é marxista -o que não é -, mas não "arnaldista" - o que nunca teria a possibilidade de vir a ser.
  7. Um Órgão Central - o Luta Popular online, completamente desaparecido "em combate" E que, quando esporadicamente aparece, mais valia não o ter feito, dada a falta de qualidade teórica, da autêntica traição aos princípios marxistas dos textos que propõem. Um Órgão cada vez mais divorciado da realidade das lutas operárias e populares - nacionais e internacionais -, a revelar um profundo analfabetismo quanto ao marxismo
  8. Um Partido que, devido aos seus métodos de direcção revisionistas e neo-revisionistas, social-fascistas, em vez de crescer ... MIRRA! Todos os dias! Um partido cada vez mais desligado das massas operárias e populares e dos seus anseios, expectativas e lutas, e por isso, cada vez mais irrelevante para elas.
  9. Uma direcção completamente analfabeta, que se recusa a estudar o marxismo - estudo que foi considerado pelo camarada Arnaldo Matos e plasmado no Plano de Acção aprovado por unanimidade no I Congresso Extraordinário do Partido, ocorrido nos dias 18 e 19 de Setembro de 2020, como a táctica a observar por um verdadeiro Partido Comunista Operário.
  10. Um partido que nem os seus heróis sabe respeitar ou fazer respeitar., não levando a cabo uma denúncia politicamente vigorosa contra aqueles que se utilizam do nome de Ribeiro Santos para "romantizar" a sua luta denodada e coerente contra os inimigos da classe operária - quer a burguesia, o grande capital e o imperialismo, quer a coorte de pequeno-bugueses que os servem, mormente esvaziando de conteúdo a luta que Ribeiro Santos se empenhou em travar e, por isso, foi assassinado pela PIDE e pelos revisionistas do P"C"P.

A história não será complacente com estes traidores da classe operária e das massas populares. A Revolução Comunista reservar-lhes-á o peso da justiça operária!

A classe operária reclama o seu Partido Comunista Operário, que seja a expressão e o garante da sua consciência de classe. Urge refundá-lo!


 Luis Júdice

02 de Maio de 2022

 

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