23 de Maio de
2022 Olivier Cabanel
OLIVIER CABANEL - Sim, nós, os franceses, somos os campeões!, podemos aí
chegar pelo nosso cocorico! Havia futebol, mas isso é do passado, vamos pensar
um pouco no presente...
Com efeito, somos campeões mundiais no consumo de medicamentos, no consumo
de medicamentos psicotrópicos (três vezes mais do que os nossos vizinhos
europeus), no consumo de antibióticos (a quantidade de antibióticos consumidos
na Europa atingiu 10 493 toneladas em 1997 e, em dez anos, provavelmente demos
um grande salto em frente).
A este respeito, gostaria de recordar aos nossos amigos da caça que os
faisões de criação, que matarão na próxima abertura da caça, estão tão cheios
de antibióticos que devem ser banidos do consumo.
Somos também campeões mundiais no consumo de doentes com enxaqueca, no
número de cesarianas, na contaminação por transfusão (57% dos transfundidos em
França, contra 3,3% em Inglaterra), na importação de amianto, no número de
incineradores (193), e devemos lembrar que, mesmo que estejam à altura do
padrão, a saúde não se preocupa com as normas, uma vez que as quantidades de
dioxinas libertadas somam-se no nosso organismo.
Somos também campeões mundiais no número de centrais nucleares: 19 centrais
nucleares, com 58 reactores e, consequentemente, produzindo tantos resíduos
perigosos: 136 estações de resíduos radioactivos, espalhadas por praticamente
todos os departamentos franceses.
Para mais detalhes, pode consultar o "relatório do Observatório
Nacional da ANDRA cujo título é: Onde estão os resíduos radioactivos em
França?". é um trabalho completo e muito edificante (www.andra.fr).
Causa e efeito, somos também campeões mundiais no consumo de
tranquilizantes (cinco vezes mais do que nos Estados Unidos).
Para terminar em grande estilo, campeão mundial de suicídios juvenis.
Há também os lugares de segundo, igualmente honrosos, uma vez que logo
atrás dos Estados Unidos, somos o país onde há mais obesos: 1 americano em 3 e,
em França, 1 em 4 (com a Alemanha)!
Esta obesidade deve-se, em parte, aos 2,7 kg de aditivos que consumimos
todos os anos e que se encontram em doces e bebidas artificiais. Então, o que
esperam os nossos campeões de bebidas espumantes para aumentar um pouco as
doses para nos permitir destronar os americanos?
Ainda assim, há um recorde de que nos podemos orgulhar. É claro que se
trata apenas de um recorde europeu, mas não é o mínimo.
Somos os campeões da Europa, na categoria "patrões mais bem
pagos".
É uma revista americana que o revela: fortuna para não lhe dar
nomes.
Descobriu que éramos campeões europeus entre os vinte líderes empresariais
europeus mais bem pagos de 2006.
Na liderança, Carlos Goshn chefe da Renault com $45 milhões, depois
Jean-Paul Agon, chefe da L'Oréal com $19 milhões, na sétima posição encontramos
Thierry Demarest, chefe da Total, e Daniel Bouton, inspector-geral honorário
das finanças, presidente e CEO da Société Générale. Lidera também o grupo de
"crescimento" em Médef e é director da Total e Veolia.
Vê que não devemos desesperar.
Viva a França que ganha, como diz o nosso presidente que tem um gosto por
férias bem merecidas, e certamente celebra todos estes títulos invejáveis.
Mas faço uma pergunta: porque é que ninguém foi procurar as Taças do Mundo
destes recordes?
Atrevo-me a esperar que não tenhamos vergonha de tê-los vencido e que seja
apenas um descuido estúpido.
Fonte: Nous, Français, sommes champions! – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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