Que o Silêncio dos Justos não Mate Inocentes: A ascensão da China ao posto de uma superpotência económica mundial

quarta-feira, 6 de julho de 2022

A ascensão da China ao posto de uma superpotência económica mundial

6 de Julho de 2022 Robert Bibeau

Embora o mundo ainda esteja a lidar com problemas da cadeia de abastecimento (em parte) causados pela política sanitária "zero Covid" e pelos confinamentos na China, infelizmente tornou-se claro quão vulnerável é a economia mundial às perturbações regionais, especialmente se ocorrerem na China, o maior fornecedor de bens do mundo.

Nas últimas duas décadas, a China tornou-se um centro de produção e o maior exportador mundial de bens, passando da economia emergente para a superpotência económica. De acordo com as últimas estimativas económicas do FMI, o país representará este ano 18,8% do PIB mundial na paridade do poder de compra (PPP). Este número representa um aumento superior a 10 pontos percentuais em relação ao início dos anos 2000, quando os Estados Unidos e a União Europeia ainda estavam muito à frente em termos de produção económica.

Ao longo das últimas duas décadas, os Estados Unidos e as principais economias europeias viram a sua superioridade ser contestada pela emergência de novas potências, como a China, a Índia e outros países. Enquanto os Estados Unidos viram a sua quota do PIB mundial descer de 19,8% para 15,8% entre 2002 e 2022, a da União Europeia caiu de 19,9% para 14,8% no mesmo período (tendo em conta que a saída do Reino Unido da UE também contribuiu para este declínio).

O fosso entre a China, os EUA e a UE deverá aumentar nos próximos anos, uma vez que as perspectivas são bastante sombrias para as duas últimas economias mencionadas, que estão em risco de entrar em recessão, enquanto a economia chinesa deverá poder continuar a registar taxas de crescimento de um dígito (perto de 5%). Veja o gráfico abaixo...

Tristan Gaudiaut. Data Journalist. tristan.gaudiaut@statista.com