Não sejamos ingénuos: não é Putin que vai consertar as nossas falsidades!

 

 12 de Julho de 2022  Robert Bibeau  

Por Brigitte Bouzonnie.

 

1°)-Não sejamos ingénuos: não é Putin que vai consertar as nossas falsidades!

Claro que todos nós explodimos de alegria: o exército russo e Putin ganham a guerra na Ucrânia. Com as belas vitórias de Mariupol, Severodonetz, Lisichansk libertando a República Popular de Luhansk (ver artigo escrito por Erwan Castel, publicado ontem em carta política independente. Enquanto o povo libertado de Lisichansk chora de alegria (veja fotos da minha amiga Monika Karbowska).

Claro que nos rimos quando lemos que Zelensky está pronto para desistir de uma grande parte da Ucrânia. Cortada ao meio. Dar toda a parte noroeste da Ucrânia aos russos. Em troca de uma pequena peça localizada no nordeste, que se juntaria à União Europeia (ver foto acima). Ele tem mesmo de estar no fim da corda, para aceitar tal humilhação. Que caminho desde Canossa.

Claro que concordamos com Putin, quando ele diz essencialmente: a nova ordem mundial não recuperará o seu antigo poder. Nunca mais será o que era antes da guerra declarada em 24 de Fevereiro de 2022.

2°)- Com as vitórias de Putin e do exército russo (Mariupol, Severodonetz, Lisitchansk), surge uma nova esperança entre os activistas que lutam contra o capitalismo mundializado, rompendo com o silêncio e a desmobilização do ano de 2021!

É claro que as vitórias de Mariupol, Severodonetz, Lisichansk dão esperança ao povo consciente e profundamente anti-Macron que somos. A vitória em Mariupol lembra-me a vitória em Estalinegrado em 1942. O uso que foi feito dele pelos resistentes. Assim, o pai do filósofo Alain Badiou, Raymond Badiou, resistente, futuro prefeito de Toulouse, colocou pinos num mapa da Europa, mostrando o avanço dos soviéticos para o seu filho, Alain, que tinha então cinco anos. Dizendo-lhe: "Quando nós queremos, nós podemos!" (sic). Li muitos testemunhos sobre a Segunda Guerra Mundial. Numerosos são os conhecidos, os desconhecidos, a seguir secretamente num mapa, mapa mundial, o progresso do exército soviético. Um pouco de esperança nestes anos ultra-escuros da Ocupação! A vitória de Estalinegrado foi muito mais do que a libertação da cidade de Estalinegrado! (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/06/operacao-barbarrossa-mitos-e-realidade.html ).

Para nós, a guerra na Ucrânia, as vitórias de Mariupol, Severodonetz e Lisychayansk, são a mesma coisa. Isto é muito mais do que a libertação de Marîoupol, Severodonetz e Lisitchansk. Funcionam como a vitória de Estalinegrado. Uma nova rede de esperança neste mundo de rufias procurada pela nova ordem mundial: despovoamento severo, tornada possível em particular graças às vacinas covid + assassinas. "4 biliões de bocas inúteis para alimentar" (sic), como o horrível Nazi Schwab delicadamente disse. Supressão de propriedade privada e todos os nossos escassos bens. Escravatura total e brutal dos povos ocidentais.

Percorremos um longo caminho: 2021 foi um ano particularmente difícil. Ingrato. Difícil (sobreviver). Durante o período de 21 de Janeiro de 2021, desde a triste saída de Donald Trump da Casa Branca, até 24 de Fevereiro de 2022, data da declaração de Vladimir Putin de guerra na Ucrânia, passamos por blocos de silêncio. A solidão.

O site Qactus pró Donald Trump, que fez um excelente trabalho de contra-informação, portanto de esperança, desapareceu das telas. Mas isso não é tudo. Os chamados denunciantes licenciados, BAC + 150 graduados em conspiração, que supostamente sabiam mais que Deus sobre nossas vidas e futuro modesto (helo! Cossette, helo! Bercoff!), em vez de nos esclarecer um pouco, têm andado a bisbilhotar, ao longo de 2021. Falaram sobre temas “macroncompatíveis” de 25ª importância. 

É por isso que digo sempre coisas boas sobre Robert Kennedy Jr., que, apesar da sua fama, ao longo de 2021, se manteve fiel às suas ideias. Fiel no convés. Escrevendo um grande livro, onde denuncia todo o mal de um Gates. O Fauci. A Grande Pharma. Primeiro nas vendas na Amazon, e isso é justo.

Resultado: durante o ano de 2021, não fomos numerosas, numerosos, o equivalente aos dedos da mão de Django Reinhart, para dizer que houve uma guerra secreta entre, por um lado, o campo mundialista: Biden, Macron, Merkel, Johnson, Clinton (Sr. e Sra.).  Obama.  Rothschild.  Soros. Os Gates. Fauci. Por outro lado, o campo nacionalista liderado por Donald Trump, o exército norte-americano e 22 exércitos mundiais, incluindo o exército francês. E que esta guerra secreta, Donald Trump estava prestes a ganhar....: 2% para partir tudo.

Mas a partir de 24 de Fevereiro de 2022, com a declaração pública de guerra na Ucrânia, por Vladimir Putin, as regras do jogo mudaram.. Todos os internautas foram capazes de seguir a guerra aberta e exibida pelo exército russo contra o campo mundialista. A juntar à guerra secreta travada por Donald Trump. Cada internauta foi capaz de seguir as derrotas do campo ocidental / Mariupol, Severodonetz, Lisitchansk. Assim como o pai de Alain Badiou "seguiu" a Batalha de Estalinegrado em 1942, graças a informações contrabandeadas pela Resistência.

Muda tudo. Está a emergir uma nova esperança para todos os activistas anti-mundialistas e anti-Macron. Esperança que não existia em 2021, quando tudo era secreto.

3°)- Mas não devemos contar ingenuamente com Putin para consertar as falsidades!

Até agora, estamos de acordo. Mas há uma ingenuidade em não pensar. Não se comprometa. Não é Putin que vai libertar Paris de Macron. Enquanto nós, num grande slide automático, só teríamos que acompanhar os eventos. Só teria que zieuter, uma maneira vizinha de aterrar olhando pela janela, de uma forma jubilante, um casal na rua discutindo. O rabo atrás do microfone.

Ah, claro, no feed de notícias do Facebook, li ligações de coletes amarelos nesse sentido, pedindo a Putin para libertar a França. Mas, sem falsas alegrias, isso não vai acontecer. Putin cria as condições de possibilidade, que facilitam a libertação da França pelo povo francês. Mas, na realidade, a França será libertada de Macron, apenas se os franceses se mobilizarem, tomarem as ruas. E isso é tudo. E isso é tudo. Se o povo francês não fizer nada, nada acontecerá.

(Caro amiga, não é de Macron que o povo francês deve imperiavelmente libertar-se completamente... é do modo de produção capitalista decadente e obsoleto que todos temos de nos libertar:  https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/07/imperialismo-fase-final-do-capitalismo.html  NDÉ).

Como se dizia nos anos 70:

TEMOS RAZÃO EM NOS REVOLTAR!

SÓ UMA SOLUÇÃO,  A REVOLUÇÃO!

 

Fonte: Pas de naïveté : ce n’est pas Poutine qui va nous arranger nos bidons! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice