8 de Julho de 2022 Robert Bibeau
Desde 2013, a superpotência chinesa, que em breve será a principal potência económica do mundo (veja-se https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/07/a-ascensao-da-china-ao-posto-de-uma.html ) tem vindo a prosseguir um ambicioso programa de investimentos em infraestruturas de transportes. O "Plano Marshall" da China chama-se "As Novas Rotas da Seda". Este programa de investimento mundialista tem um bilião de dólares em fundos e tem como objectivo construir estradas, viadutos, pontes e túneis, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos, oleodutos e pipelines, em suma, tudo o que a expansão do comércio mundial da China exige para o resto do mundo e em particular para a Ásia – África – e para a Europa. Mais de 64 países já beneficiaram do investimento chinês (Para mais informações sobre este programa de investimento mundialista: Resultados da investigação para "novas rotas da seda" – Le 7 du Quebec) Aqui estão as potências ocidentais agrupadas no G7 – BLOCO ATLÂNTICO EUA-NATO – estão a tentar responder a esta iniciativa chinesa através da criação de um programa semelhante para países emergentes. A história não diz de onde virá o dinheiro (600 mil milhões de dólares) para apoiar estes investimentos, enquanto todos os países do G7 estejam quase falidos no início desta recessão mundial cataclísmica (Para completar a sua informação sobre a recessão iminente... Resultados da pesquisa para "recessão" – Le 7 du Quebec). Na sequência do artigo, oferecemos-lhe uma reflexão do BCE sobre os riscos de recessão. Robert Bibeau.
Os líderes do G7 comprometeram-se no domingo a
angariar 600 mil milhões de dólares em fundos privados e públicos ao longo de
cinco anos para financiar infra-estruturas nos países em desenvolvimento. O
objectivo subjacente é competir com a China, que investiu fortemente em muitos
países em desenvolvimento para construir infra-estruturas ou para garantir o
acesso a determinadas matérias-primas.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, participaram na cimeira do G7 na Alemanha. (Créditos: Reuters) Fonte: La Tribune.
etiquetas.
Demarcar-se da China a todo o custo e
manter uma grande influência no mundo. Este é o objectivo do Ocidente, e sobretudo
dos Estados Unidos. Na sua cimeira anual nos Alpes bávaros, os líderes do G7
criaram um programa abrangente de investimento para os países em
desenvolvimento, apelidado de Parceria Mundial de Infra-estruturas e Investimento. Por iniciativa dos
Estados Unidos, comprometeram-se a angariar 600 mil milhões ao longo de cinco
anos para financiar infra-estruturas nesses países.
Deste envelope, só os
Estados Unidos prometem "mobilizar" cerca de "200 mil milhões de dólares" em cinco anos.
Mas "mobilização" não significa
que os próprios Estados contribuam com estas enormes somas. Washington chega a
um total de 200 mil milhões de dólares através da combinação de empréstimos,
financiamento público – em parte já existente – e financiamento privado incentivado
pelo executivo norte-americano.
« Quero que fique claro. Não se trata de ajuda ou
caridade. É um investimento que vai dar frutos para todos", disse o Presidente dos EUA, Joe Biden, acrescentando que o
plano permitiria aos países em causa "ver os benefícios concretos
da parceria com as democracias".
Biden destacou vários
projectos emblemáticos, incluindo um plano de desenvolvimento de energia solar no valor de dois
mil milhões de dólares em Angola, com o apoio do Departamento de Comércio, do
Banco norte-americano de exportação e importação, da empresa norte-americana
AfricaGlobal Schaffer e do construtor de projectos norte-americano Sun Africa.
Em colaboração com os membros do G7 e com a UE, Washington também fornecerá 3,3
milhões de dólares em assistência técnica ao Institut Pasteur em Dakar,
Senegal, como parte do desenvolvimento de uma fábrica multi-vacinas que poderá
eventualmente produzir soros contra o COVID-19 em particular. A Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) também vai
comprometer até 50 milhões de dólares ao longo de cinco anos para o Fundo Mundial
de Incentivo à Criança do Banco Mundial.
Por seu lado, a Europa mobilizará 300 mil milhões de
euros ao abrigo do plano durante o mesmo período para construir uma alternativa
sustentável ao chamado programa chinês designado por "Cintura e Rota da Seda " que o Presidente
chinês, Xi Jinping, lançou em 2013, disse o presidente da Comissão
Europeia. Ursula von der Leyen. Os líderes da Itália, do Canadá e do Japão
também discutiram os seus próprios planos, alguns dos quais já foram
anunciados. Embora o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro
britânico, Boris Johnson, não estivessem presentes, os seus países também
participam na iniciativa.
"Valores
compartilhados", "melhores opções"
Sem pronunciar o nome
da China, mas fazendo alusões óbvias, o presidente norte-americano assegurou
que este programa se baseou em "valores partilhados" como "transparência", mas também no
respeito pelos direitos dos trabalhadores, pelo ambiente, pela igualdade de
género. "Oferecemos
melhores opções", disse, num cenário de picos nos Alpes bávaros. A presidente da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse ainda que os países parceiros
ocidentais "têm
uma escolha" – implícita: ir às democracias e não a Pequim – desenvolver as suas
redes de electricidade ou infra-estruturas médicas.
Pequim é acusada de
realizar os seus projectos através de empréstimos inconclusivos, opacos e até
francamente perigosos, o que agravaria os problemas de dívida de países já
vulneráveis. A Parceria para as Infra-estruturas Mundiais é "uma melhor oferta para investimento em
infra-estruturas", disse o chanceler alemão Olaf Scholz.
Com
estes grandes números ainda incertos e estas boas intenções, os ocidentais
podem inverter a tendência contra a China? Os Estados Unidos querem acreditar
que sim. A ofensiva chinesa "existe há anos", disse domingo um alto
funcionário da Casa Branca, "mas não é muito tarde".
« Muitos países que receberam fundos ou investimentos do
programa BRI (Belt and Road Initiative) percebem agora, anos
depois, que estão mais endividados, que o seu PIB não cresceu
significativamente", disse a mesma fonte, que não quis ser
nomeada.
« A África Sub-sariana será claramente uma
grande prioridade " da parceria lançada pelo G7,
disse o alto funcionário. Em média, os países do G7 gastam apenas 0,32% do seu
rendimento nacional bruto, menos de metade dos prometidos 0,7%, em ajuda ao
desenvolvimento.
(Com AFP e Reuters)
Mais informações
BCE alerta bancos sobre dividendos face ao risco de
recessão
O pagamento de dividendos aos accionistas é uma alavanca, entre outras, para controlar os montantes de capital no balanço, que os bancos devem manter em quantidade suficiente para absorver eventuais choques. WOLFGANG RATTAY / REUTERS
O Banco Central Europeu pretende pedir aos principais bancos que
reconsiderem os seus planos de distribuição de dividendos face ao risco de
recessão em caso de fim do fornecimento de gás russo, disse na quinta-feira o
presidente do supervisor bancário, Andrea Enria.
LEIA TAMBÉM: O
euro estável face ao dólar, o mercado virou-se para o BCE
VEJA TAMBÉM – Face à inflação
"indesejável", o BCE inicia uma subida histórica das taxas
Embora os bancos da zona euro tenham amortecedores de capital bastante
fortes graças às reformas feitas após a grande crise financeira de 2008, o BCE
quer garantir que estas instituições sejam credíveis na previsão dos seus
pagamentos de dividendos ou de outras medidas de impacto de capital. O
pagamento de dividendos aos accionistas é uma alavanca, entre outras, para
controlar os montantes de capital no balanço, que os bancos devem manter em
quantidade suficiente para absorver eventuais choques.
LEIA TAMBÉM: O
BCE irá "o mais longe" possível contra a inflacção
O assunto será discutido na próxima semana numa reunião do conselho de
supervisão do supervisor bancário no BCE, adiantou Andrea Enria. O BCE já impôs
em Março de 2020 a proibição geral de pagamentos de dividendos aos accionistas
na altura da primeira vaga da pandemia Covid-19, e depois simplesmente impôs um
limite a esses pagamentos em Dezembro do mesmo ano. O regime não foi prorrogado
para além de Setembro passado.
Fonte: Pays en développement: les Occidentaux veulent contrer la Chine (Routes de
la soie) en investissant massivement dans les infrastructures – les 7 du quebec (existem 2 momentos de audio que poderão
ser ouvidos no artigo fonte)
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário