18 de Julho de
2022 Robert Bibeau
Por Khider Mesloub.
Através das sanções económicas impostas à Rússia pelos Estados Unidos,
aprovadas servilmente pela União Europeia, Washington ergue um novo Muro de
Berlim, levando a um bloqueio das trocas comerciais entre o Oriente e o
Ocidente. Estas sanções (que constituem uma declaração de guerra) têm, de
facto, dois objectivos. Ou melhor, visa dois blocos de países: directamente a
Rússia e indirectamente a Europa.
Para a Rússia, as medidas de sanções impostas pelos Estados Unidos visam
provocar a desintegração da economia russa e, consequentemente, o
empobrecimento absoluto dos russos, forçando este último, segundo as esperanças
de Washington, à revolta para exigir uma mudança de regime subserviente ao
Ocidente.
E como fazer os russos sangrarem, se não derramando o sangue dos ucranianos
cujos corpos são usados para esgotar as reservas russas de balas e bombas. Em
todo o caso, os gangsters da Casa Branca estão determinados a travar uma guerra
de desgaste na Ucrânia, na esperança de transformá-la num "novo Afeganistão"
para a Rússia, ou seja, um túmulo do poder militar russo.
Para a Europa, as sanções financeiras e comerciais visam isolá-la e
bloqueá-la na dependência económica e militar dos Estados Unidos. Para torná-la
a reserva dos Estados Unidos.
É evidente que as carências económicas criadas na Europa beneficiam
principalmente os Estados Unidos, que lucram substancialmente com a venda dos
seus produtos petrolíferos e agrícolas a preços proibitivos. Sem mencionar,
para repor as reservas de armas fornecidas à Ucrânia, a venda de novos
equipamentos militares em benefício do complexo militar-industrial americano
cujos lucros explodem à taxa da explosão dos corpos ucranianos e russos, estes
perus da farsa, vítimas do jogo americano dos tolos.
Com efeito, a ajuda militar concedida pelo Ocidente à Ucrânia é um embuste.
Em termos de ajuda, trata-se de um despejo de armas obsoletas, ou seja, uma
operação para reciclar armas obsoletas. Com efeito, os países da NATO, na sua
maioria europeus, apenas desactivaram as suas reservas de armas obsoletas,
transmitindo-as à Ucrânia, um país de carne para canhão, para justificar a
recomposição das suas existências através da compra de novas armas americanas
modernas, adquiridas do complexo militar-industrial dos EUA. Para perpetuar o
conflito, não se trata de fornecer armamento pesado e sofisticado à Ucrânia,
muito menos enviar tropas da NATO para território ucraniano capaz de
neutralizar o exército russo, enviando-o de volta para trás das suas
fronteiras. O objectivo é permitir que a Rússia ocupe o Donbass para justificar
a continuação da guerra defensiva da Ucrânia, possibilitando acelerar, através
do impasse do conflito, o enfraquecimento militar da Rússia.
Mas também para justificar a manutenção das sanções comerciais e financeiras
decretadas pelos Estados Unidos, a fim de reforçar de forma sustentável a sua
aderência económica à Europa, reduzida a viver agora atrás da Cortina de Ferro
no novo inferno social. Por uma inversão da história, os países europeus do
Ocidente, com o novo Muro de Berlim construído voluntariamente, estão em vias
de entrar no caminho da vida dos antigos países do Leste, cuja economia se
baseava na escassez, na miséria, na pobreza. Poderíamos dizer que a Europa
Ocidental é a mundialização da Europa Oriental (como designamos certos países
que são a terceiro-mundistas).
Como prova da determinação belicista dos países atlânticos em travar uma
guerra de desgaste excessivo, na cimeira do G7 de 26 de Junho de 2022 em Elmau
(Alemanha), os líderes ocidentais declararam estar prontos para a guerra de
atritos contra Vladimir Putin. Para tal, as potências imperialistas ocidentais
anunciaram novas sanções auto-destrutivas, "para sufocar a máquina de
guerra russa", como tinha martelado Charles Michel, o presidente do Conselho
Europeu.
Uma coisa é certa, enquanto os americanos exigem que os europeus partilhem
da sua política de sanções económicas impostas à Rússia, por outro lado,
abstêm-se de partilhar os seus lucros com as carências irracionais causadas na
Europa, quanto mais investir os seus lucros na Europa.
De facto, os Estados Unidos estão a eutanasiar economicamente a Europa,
este cãozinho do Tio Sam. Mundialmente, as sanções dos EUA são dirigidas contra
a Europa, a principal vítima desta nova guerra económica dos EUA pela energia mundialista,
alimentar e de domínio financeiro.
Agora, nesta conjuntura da economia de guerra e da militarização da
sociedade, os Estados europeus são abertamente governados pela NATO, a ala
armada dos Estados Unidos. Do mesmo modo, os parlamentos nacionais europeus são
governados pela NATO, cuja agenda está traçada por Washington.
No final, nesta guerra por procuração,
os únicos vencedores são os Estados Unidos. O alvo final de Washington continua
a ser a China, aliada da Rússia. Além disso, através do enfraquecimento
económico e da aniquilação militar da Rússia, os Estados Unidos pretendem
conter o apoio militar e as matérias-primas da Rússia à China, a fim de poderem
travar livremente a sua guerra contra Pequim, sem qualquer obstáculo. Esta
guerra contra a China será travada por tropas militares provenientes
principalmente da Europa Ocidental, cuja população maciçamente empobrecida e
literalmente surpreendida pelo despotismo actualmente erguido por regimes
militaristas no processo de fascização, servirá de carne para canhão para os
Estados Unidos. Com efeito, uma vez que os ucranianos serviram de carne para
canhão na actual guerra da NATO contra a Rússia, os europeus, uma vez
economicamente empobrecidos e politicamente enfraquecidos, servirão de "gado
soldadesco" na iminente guerra de Washington contra a China.
Khider MESLOUB
Fonte: Le nouveau mur de Berlin économique hissé par les États-Unis – les 7 du quebec
Este artigo
foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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