terça-feira, 19 de julho de 2022

Decifrar a intoxicação de Mike Pompeo no Irão 2/2

 


 19 de Julho de 2022  René 

RENÉ — Este texto é publicado em parceria com www.madaniya.info.

DSK e BHL, os principais jogadores em campo da estratégia israelita

Os primeiros a soar o hallali (toque de rendição – NdT) contra o Irão no espaço mediático francês foram os principais jogadores em campo da estratégia israelita na Europa, Dominique Strauss Khan na época do seu esplendor e Bernard Henry Lévy, antes do seu provável colapso intelectual, bem como do jornalista Yves Mamou. Uma função idêntica à anteriormente exercida pelo cineasta Romain Goupil e pela revista "The Best of the Worlds" sobre o Iraque.

Sobre o Irão, aqui está o texto de DSK:

"Podemos ver que os americanos apanharam o alvo errado: a ameaça não veio do Iraque, mas do seu vizinho persa." "A política que está a ser conduzida hoje no Irão sob a liderança de Ahmadinejad contém muitas expressões de totalitarismo que, como tal, devem ser combatidas."

"A este respeito, é para mim um erro grave ter afirmado, como fez Jacques Chirac e o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Philippe Douste-Blazy, que o Irão desempenhou "um papel estabilizador" na região. Isto leva a uma confusão sobre a verdadeira natureza do que é o actual regime iraniano. Isto equivale a enviar a mensagem errada a um país que utiliza extensivamente a sua capacidade de causar danos, como vemos no Líbano através do Hezbollah, no Iraque ou com a chantagem nuclear que procura exercer."

"Podemos ver que os americanos apanharam o alvo errado: a ameaça não veio do Iraque, mas do seu vizinho persa."

Nota do editor: Dominique Strauss Khan está neste ponto no mesmo comprimento de onda que Bernard Kouchner, o antigo ministro socialista dos Negócios Estrangeiros, o novo líder da diplomacia atlântica do governo francês Sarkozy, passou de "Médecins sans Frontières" a "Va-t-en guerre sans Frontières", no mesmo comprimento de onda que Nicolas Sarkozy, o digno sucessor de Tony Blair, o antigo "poodle britânico" do Presidente George Bush.

Quanto a Bernard Henry Lévy, a sua ênfase sobre "As origens nazis do termo Irão" é digna de uma descoberta por um filósofo do botulismo. BHL provavelmente nunca ouviu falar do Avesta ou das inscricções rochosas dos governantes agro-achaenóides, absorvidos como ele estava na sua leitura das obras do filósofo Botul.

Numa subtil divisão de papéis, Yves Mamou tinha como alvo o Hezbollah, o ponta de lança da luta anti-Israel no Líbano.

Mas na sua defesa desenfreada dos objectivos de guerra israelitas, este antigo jornalista do jornal Le Monde parecia ter-se esquecido das regras básicas da sua profissão, na medida em que a informação é importante pelo seu conteúdo, pela sua origem, ou seja, pela qualidade da sua proveniência, da sua inspiração ou de quem a ventila, bem como pela sua programação, por outras palavras, o seu timing.

O livro de Yves Mamou ("Hezbollah, último acto", Édition Plein Jour) não tinha escapado à regra e subscreveu totalmente a lei das três unidades específicas da dramaturgia: Unidade do lugar, Unidade do tempo, Unidade do Movimento. Um tema que foi resumido por uma única palavra de ordem: Coragem sobre o Hezbollah em todas os azimutes.

§  Para ir mais longe na prosa de DSK, veja este link: https://www.renenaba.com/dsk-dans-le-texte-piqure-de-rappel/

§  Sobre BHL e as origens nazis do termo Irão: https://www.les-crises.fr/l-origine-nazie-du-nom-de-liran-une-nouvelle-fake-news-de-bhl/

§  Yves Mamou e o fenómeno da serendipity: https://www.renenaba.com/yves-mamou-et-le-phenomene-de-serendipite/

§  Na revista "Admirável Mundo Novo": https://www.les-crises.fr/le-meilleur-des-mondes-revue-des-neoconservateurs-francais-2006-2008/

As falhas no raciocínio destes pseudo-intelectuais do pensamento.

A – Jihad

Uma cultura sumária produz um pensamento rudimentar. Nesse caso, o facto de obscurecer um facto primordial da geo-estratégia contemporânea mina a credibilidade desses pensadores: o negócio jihadista. Melhor, a instrumentalização do islamismo sunita para os propósitos estratégicos da primazia israelita-americana na ordem mundial.

Para que conste, a jihad assumiu uma dimensão planetária alinhada com a dimensão de uma economia mundializada, substituindo as petro-monarquias por patrões da droga no financiamento da contra-revolução mundial.

Na década de 1990-2000, como na década de 2010 para combater a Primavera Árabe.
Se a Guerra do Vietname (1955-1975), a contra-revolução na América Latina, em particular a repressão anti-Castro, bem como a guerra anti-soviética no Afeganistão (1980-1989) poderiam ser largamente financiadas pelo tráfico de droga, a irrupção dos islamistas na cena política argelina marcará a primeira concretização do financiamento petro-monárquico em grande escala nos países árabes.

Para ir mais longe neste tema, veja este link: Quando os jiadistas eram nossos amigos, por Denis Souchon (Le Monde diplomatique, Fevereiro de 2016)
Símbolo da cooperação saudita-americana na esfera árabe-muçulmana no auge da Guerra Fria Soviético-Americana, o movimento de Osama bin Laden destinava-se a uma dimensão planetária, à escala do Islão, proporcional às capacidades financeiras do Reino da Arábia.
Como resultado, a palvra de ordem da solidariedade islâmica foi substituída por essa mobilização da unidade árabe, bem como pelo desvio da causa árabe, em particular a questão palestiniana, para batalhas periféricas (guerra no Afeganistão, guerra dos contras da Nicarágua contra os sandinistas), a milhares de quilómetros da Palestina.
Danos colaterais destas relações de poder, a Argélia pagará o preço em que este país revolucionário, aliado do Irão e da Síria, o núcleo central da frente de recusa árabe, evoluiu para um electrão livre da diplomacia árabe devido à neutralização do Egipto pelo seu tratado de paz com Israel e à fixação da Síria na guerra do Líbano.

B – O posicionamento geo-estratégico da implantação demográfica da minoria xiita certamente, mas com uma implantação altamente estratégica nas zonas petrolíferas árabes.

Os xiitas representam quase 15% de toda a população muçulmana, ou seja, quase 200 milhões de pessoas, quase tantas como a Indonésia, espalhadas por catorze países, quatro dos quais na sua maioria: Irão (90% religião do Estado), Azerbaijão (85%), Iraque (64%), Bahrein (75%) e dez países em que os xiitas são uma minoria: Iémen (45%), Turquia (20%), Síria (15%), Kuwait (20%), Emirados Árabes Unidos (13%), Afeganistão (20%), Qatar (5%), Egito (1%), Arábia Saudita (5%), Paquistão (20%).

Minoria, certamente, mas devido à sua implantação geográfica e demográfica, constitui uma minoria estratégica que explica o foco israelo-americano. O xiita controla, de facto, pelo Irão a totalidade de uma das duas margens do Golfo Árabe-Pérsa, a veia jugular do sistema energético internacional. Devido à sua implantação demográfica, o ramo rival sunita está presente em todas as zonas petrolíferas do Médio Oriente: na região oriental do Reino Saudita (Dhahran), no sul do Iraque (Basra) e norte do Kuwait.

Por último, mas não menos importante: os xiitas também estão massivamente implantados no sul do Líbano, a última área de confronto com Israel, com o enclave palestiniano de Gaza, bem como na África Ocidental.

3 – BHL, o "Donald Trump da filosofia".

A- O complexo de Vichy e a tétano do debate público

Se DSK experimentou o castigo das suas extravagâncias, BHL, pelo menos no espaço mediático francês, continua a gozar de uma impunidade escandalosamente culpada, enquanto este filósofo de camisa branca não tem mãos imaculadas.

Porqu tal impunidade? Simplesmente porque, em França, o complexo de Vichy sufoca o debate público e a acusação de antis-semitismo é a arma de dissuasão contra qualquer crítica a Israel e aos seus aliados, fortemente orquestrada pelo CRIF, promovida na circunstância como árbitro da elegância francesa.

Ah! Vichy e a sua ignomínia, que sufoca qualquer debate público em França, saneando-o de qualquer crítica a Israel, equiparando-o com uma forma disfarçada de anti-semitismo, ao ponto de o ultra-belicismo do Estado judaico, os seus repetitivos banhos de sangue, de Deir Yassine, em 1948, a Dawaniya, (1949), a Qibya (1953 por Ariel Sharon, a Kafr Qassem, em 1956, a Bahr al Baqqar, (1970) a Sabra Shatila (1982), serem apresentados como actos de auto-defesa da "sentinela avançada do Mundo Livre face à barbárie árabe-muçulmana", justificada "em nome da "pureza das armas" do "exército mais moral do mundo".... Embora a "única democracia no Médio Oriente" tenha sido aliada do regime sul-africano do apartheid e das ditaduras da América Latina, nomeadamente o governante pró-nazi do Paraguai.

§  https://www.renenaba.com/de-laccusation-dantisemitisme-comme-arme-de-dissuasion/

Um hype orquestrado pelo CRIF

§  https://www.madaniya.info/2019/03/05/le-crif-chef-dorchestre-du-tapage-mediatique-2-3/

§  https://orientxxi.info/magazine/l-histoire-oubliee-de-l-alliance-entre-israel-et-les-dictatures-latino,4156

B – BHL, o filósofo com a camisa branca, mas com as mãos de forma alguma imaculadas.

De Cabul, de Argel, de Darfur, de Ucrânia, de Benghazi, do Curdistão, o novo investigador Bernard Henry Lévy não é um homem do seu tempo, mas sim um homem da NATO, mais precisamente o líder da estratégia mediática de Israel no teatro europeu. Como muitos intelectuais franceses.

Sobre este tema BHL homem do seu tempo ou homem da NATO, veja este link: http://www.renenaba.com/bhl-l-homme-des-ides-de-mars/

A boa consciência crónica de uma má consciência, que permite esconder a questão palestiniana, - Darfur em substituição de Gaza - cada notabilidade tem mesmo a sua minoria protegida, recrutada no Islão periférico, se possível, numa estratégia destinada a balcanizar o mundo árabe: o filósofo André Glucksmann, dos chechenos, mesmo que o seu novo amigo Presidente Nicolas Sarkozy, se tenha tornado o melhor amigo ocidental do Presidente russo Vladimir Putin;

Bernard Henry Lévy, do Comandante Massoud Shah, seu amigo holograma, cujo relato imaginará o seu próprio encontro com o líder militar afegão, bem como com o Darfur, embora o seu negócio familiar seja mencionado na desflorestação da floresta africana; Finalmente Bernard Kouchner, dos curdos, os auxiliares dos americanos na invasão americana do Iraque, que propôs ser o "segundo Israel" na frente oriental do mundo árabe.

C – BHL- Abu Hamza Al Masry (Al Qaeda): Mesma luta

Bernard Henry vai mesmo destacar-se da multidão com o seu encontro com Abu Hamza Al Misry, um dos ideólogos da Al-Qaeda.

Do seu nome verdadeiro Mustafa Kamel Mustafa, Abu Hamza era particularmente famoso pela sua gordura, autorizando os actos terroristas cometidos pelo GIA na Argélia e que disse ter recebido das monarquias do Golfo. Juntamente com Abu Qa'tada, expulso da Inglaterra para o seu país, a Jordânia, constituiu a ideologia do jiadismo no Ocidente.

Abu Hamza é há muito um refugiado na Grã-Bretanha que serve legalmente como imã, antes de ser extraditado em 2014 para os Estados Unidos, onde foi preso por incitamento à violência e formando uma organização terrorista.

Mais claramente dito, um interlocutor da Al-Qaeda, embora a organização terrorista tenha sido culpada de vários ataques sangrentos em França a opinião de um dos seus arrependidos, o próprio mensageiro de Ben, pseudónimo Ramzi, embora BHL, sem medo da contradição, estigmatizou o terrorismo islâmico na Argélia.

§  Para ir mais longe neste tema, consulte este link: https://www.madaniya.info/2014/11/26/al-qaida-derriere-les-attentats-paris-en-1995-selon-l-ancien-messager-ben-laden/

 


Bernard Henry Lévy na companhia de Abu Hamza Al Misry, cujo nome verdadeiro é Mustafa Kamel Mustafa, era particularmente famoso pela sua gordura autorizando actos terroristas cometidos pelo GIA na Argélia e que disse ter recebido das monarquias do Golfo. Juntamente com Abu Qa'tada, expulso da Inglaterra para o seu país, a Jordânia, constituiu a ideologia do jiadismo no Ocidente. Abu Hamza é há muito um refugiado na Grã-Bretanha que serve legalmente como imã, antes de ser extraditado em 2014 para os Estados Unidos, onde foi preso por incitamento à violência e formando uma organização terrorista.

4 – BHL: O "Donald Trump da filosofia".

A imprensa anglo-saxónica há muito que desmascarou BHL ao ponto de um colunista astuto o ter chamado de "Donald Trump da filosofia". ... Um qualificativo para pesar para sempre num homem que terá poluído o espaço francês com os seus engasgos nauseantes. Além disso, sem ser acusado de anti-semitismo.

Para ir mais longe neste tema, veja este link: por Mitchell Abidor Discutido neste ensaio: O Génio do Judaísmo de Bernard-Henri Lévy. Random House, 2017, 256 páginas.
Quando BERNARD-HENRI Lévy explodiu na cena filosófica no final da década de 1970 como a voz principal de jovens esquerdistas arrependidos conhecidos como os Novos Filósofos, o fenómeno era algo de um mistério aqui nos EUA https://archive.jewishcurrents.org/the-donald-trump-of-philosophy/

A sentença de Correntes Judaicas é um pouco semelhante à do sociólogo Raymond Aron na afectação intelectual de BHL.  https://www.lexpress.fr/culture/livre/provocation_487366.html

"A afectação do estilo, a pretensão de cortar os méritos e deméritos dos vivos e dos mortos, a ambição de lembrar um povo amnésico da parte afundada do seu passado, as citações separadas do seu contexto e interpretadas arbitrariamente. Pior ainda, a dúvida permanece no final da leitura: a violência do tom, mantida de uma ponta à outra do panfleto, revela uma autêntica indignação ou o gosto pelo escândalo e pela divulgação em massa?", lamenta Raymond Aron.
Aquele gosto exasperado deste ser narcisista para a sua auto-celebração.

Conclusão

A acusação de Mike Pompeo constitui fake news por excelência e merece ser ensinada nas escolas de jornalismo como um exemplo perfeito de desinformação, na medida em que é comparável na sua credibilidade ao tubo de ensaio contendo pó de perlin pinpin brandido na época pelo Secretário de Estado Colin Powell perante o Conselho de Segurança da ONU, a 5 de Fevereiro de 2003, preludindo a invasão americana do Iraque...... em conformidade com o processo de despacho ems (1) ou o incidente do Golfo de Tonkin (2).

Em análise, parece ser o último cartucho de uma presidência trumpista em declínio forçada a ordenar a retirada das tropas americanas do Afeganistão e do Iraque, vinte anos após a invasão americana destes dois países por George Bush Jr., na sequência do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos liderados por 15 sauditas, os nacionais de um reino protegido pela América.

Uma estratégia catatónica impulsionada nos dois pontos de percussão da cooperação saudita-subterrânea americana no auge da Guerra Fria, Afeganistão e Iraque e que se volta contra os seus criadores.

Para além de Donald Trump e dos danos incomensuráveis infligidos tanto à imagem dos Estados Unidos como à ordem regional no Médio Oriente,
três ex-presidentes – Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama – que iniciaram uma serenata conjunta, num programa em horário nobre, para celebrar a vitória da democracia com a chegada ao poder de Joe Biden, ter, no entanto, entre eles, arruinado a ordem mundial pós-soviética.

Bill Clinton perdeu a Rússia, George Bush Jr perdeu o Iraque, Barack Obama perdeu a Líbia e a Síria. Donald Trump e Joe Biden, o Afeganistão. A oportunidade de uma vida para estabilizar, desmilitarizar e desarmar foi sacrificada face ao excepcionalismo americano.

Tendo em conta este registo, seria preciso mais para a América ganhar o favor dos povos árabes e convencê-los das virtudes da democracia de estilo ocidental.

Mike Pompeo e a garrafa de uísque de $5.800.

De acordo com o New York Times, o governo dos EUA está a tentar saber o que aconteceu a uma garrafa de uísque de 5.800 dólares oferecida pelo Japão ao ex-secretário de Estado Mike Pompeo.

Os funcionários do governo dos EUA têm o direito de manter presentes no valor inferior a $390, mas devem comprar qualquer coisa acima desse valor.

Um advogado do Sr. Pompeo disse que o ex-secretário de Estado, que também serviu como chefe da CIA, não tinha conhecimento do destino da preciosa garrafa de uísque. O jornal acrescenta que é incomum o Departamento de Estado declarar publicamente que o paradeiro de um objecto é desconhecido.

A questão é se Mike Pompeo fez as suas acusações contra o Irão, num estado de sobriedade ou embriaguez. Uma garrafa de uísque de $5.800, é verdade, pode criar uma forma de embriaguez descontrolada.

Neste link, o caso da garrafa de Whisky a 5.800 dólares: https://www.rtl.fr/actu/international/etats-unis-une-bouteille-de-whisky-offerte-a-mike-pompeo-activement-recherchee-7900059389

NOTAS

1.      O despacho de Ems é um imbróglio diplomático, que serviu de pretexto para iniciar a guerra franco-alemã de 1870: trata-se principalmente de um telegrama oficial enviado a 13 de Julho de 1870 pelo Chanceler Otto von Bismarck a todas as embaixadas, inspirado num artigo publicado no dia anterior pela Deutsche Allgem Alleine Zeitung sobre um diálogo muito curto entre o Rei da Prússia William I e o embaixador de França.

2.      O incidente do Golfo de Tonkin: um ataque imaginário a um navio de guerra americano permite ao Presidente Lyndon Johnson ordenar bombardeamentos maciços no Vietname do Norte. O caso estará na origem do verdadeiro surto da Guerra do Vietname, que terminará dez anos depois, em 1975, pela derrota dos Estados Unidos. Os americanos fabricaram este ataque a uma das suas naves para usar este falso incidente para intensificar a guerra contra o Vietname do Norte. Esta mentira do estado há muito que permanece enterrada nos arquivos da agência de inteligência, a NSA.

 

Fonte: Décryptage de l’intoxication de Mike Pompeo sur l’Iran 2/2 – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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