8 de Novembro de
2022 Robert Bibeau
Por Jean Neige, pela FranceSoir.
Numa entrevista dada em 2019, Olexey Arestovich, futuro conselheiro do
Presidente Zelensky, explicou porque é que havia necessidade de uma guerra com
a Rússia, como e quando se desenrolaria.
Beliscamo-nos para ter a certeza que não estamos a sonhar. Como
é possível um líder ucraniano querer uma guerra aberta com um país tão poderoso
como a Rússia, mesmo que isso signifique que a Ucrânia fosse devastada? No
entanto, foi isso que Arestovich defendeu, numa entrevista dada a 18 de Fevereiro
de 2019, poucos meses antes de Zelensky ser eleito.
A entrevista completa
está disponível aqui.
Ver entrevista aqui: (8) Amir Nourdine Elbachir no Twitter: "🔴Écoutez Oleksiy Arestovytch le conseiller de Zelensky parler en 2019, avant même l'élection présidentielle. Tout se déroule donc comme ils l'avaient imaginé. 🟢Provoquer une puissance nucléaire à ses frontières. Prévoir des morts et des destructions à l'avance est démoniaque. https://t.co/864e31Z6wA" / Twitter
"O preço de aderir à NATO é um grande conflito com a Rússia"
De acordo com Arestovich, a Ucrânia era demasiado grande, demasiado
exposta, com muitos vizinhos com reivindicações no seu território, para poder
escolher o caminho da neutralidade. Por isso, tivemos de escolher entre a
Rússia e a NATO. Uma vez que a Ucrânia já tinha tentado a Rússia, a NATO teve
de ser considerada. Segundo ele, se a Ucrânia não aderir à NATO, estará sob o
controlo russo dentro de 10 a 12 anos. Porque o futuro conselheiro tinha a
certeza de que a Rússia queria reintegrar os países da antiga URSS na sua
esfera de influência.
No entanto, estava consciente de que uma Ucrânia na NATO era inaceitável
para a Rússia e que preferia travar uma guerra contra a Ucrânia do que deixar o
seu vizinho juntar-se à aliança militar ocidental considerada uma ameaça. Tinha
99% de certeza.
Foi exatamente isso que aconteceu.
Quando o entrevistador pergunta a Arestovich o que é melhor para a Ucrânia,
responde sem hesitar "guerra".
Muitos comentadores no Youtube admiram o talento de previsão do futuro conselheiro. Mas estas são menos previsões, e mais sobre descrever um plano de acção. Para ele, esta guerra começaria entre 2020 e 2022. E, para que este plano corresse como planeado, apelou a uma votação para Zelensky.
Arestovich também estava convencido de que a NATO não aceitaria a Ucrânia
até que se tivesse realizado uma guerra russo-ucraniana, uma guerra da qual a
Ucrânia tinha de sair vitoriosa, mesmo que fosse devastada por ela. Por outras
palavras, a Ucrânia tinha de estar disposta a fazer um grande sacrifício e, em
seguida, assegurar-se de que estava completamente separada da Rússia.
"Neste conflito, seremos apoiados activamente pelo Ocidente – com
armas, equipamento, assistência, novas sanções contra a Rússia, e até
possivelmente a introdução de um contingente da NATO, uma zona de exclusão
aérea, etc. Não vamos perder, e isso é bom." Quase tudo o que diz
tornou-se realidade. A certeza e confiança que exibe sugerem que já havia recebido
garantias dos ocidentais para tudo o que afirmou. Será que o próximo passo é a
entrada oficial da NATO na guerra, por exemplo, com a 101ª Divisão
Aerotransportada dos EUA, já implantada na Roménia, para além dos contingentes
franceses e outros?
Reler o passado recente
À luz desta entrevista, podemos rever tudo o que aconteceu desde essa
altura, até hoje, a uma nova luz. Temos agora a confirmação virtual de que tudo
foi feito pela Ucrânia para provocar uma guerra com a Rússia.
Em outubro de 2019, o Presidente Zelensky anunciou orgulhosamente que a
Ucrânia estava pronta para retomar o Donbass à força. Se queriam provocar a
Rússia, este seria o lugar para começar.
Deixar a Rússia atacar primeiro foi a melhor estratégia para depois poder
assumir o papel da vítima e implorar o apoio de todo o mundo contra a agressão
do ogre russo. Note-se também que, na sua comunicação, os anglo-saxões insistem
no facto de a agressão russa não ter sido absolutamente "provocada".
Como dirá um internauta, se insistem tanto nisso, é porque a agressão foi
provocada.
Apostemos que a tentativa de reanimar os acordos de Minsk, com a reunião em
formato Normandia a 9 de Dezembro de 2019, em Paris, terá atrasado um pouco o
confronto desejado. Os ucranianos prestar-se-ão ao exercício imposto, à
superfície, mas, como de costume, não respeitarão nenhum dos compromissos
assumidos, excepto a troca de prisioneiros.
Assim que Biden tomou posse no final de Janeiro de 2021, as provocações
contra os interesses russos recomeçaram com vigor renovado, com a perseguição
judicial lançada contra Victor Medvetchuk, o líder da oposição a favor dos
Acordos de Minsk e uma política de boa vizinhança com a Rússia. O encerramento
dos canais de televisão da oposição em 2 de Fevereiro foi na mesma direcção, tal
como o decreto assinado em 24 de Março que autorizava a recaptura da Crimeia à
força. Em menos de dois meses, Zelensky tinha tentado o seu melhor para
provocar a Rússia. Mas esta última ainda não atacara.
Posteriormente, os
Estados Unidos e a Ucrânia continuaram a falar sobre a adesão da Ucrânia à
NATO. Em 01 de Setembro de 2021, os Estados Unidos e a Ucrânia emitiram
uma declaração conjunta
de parceria estratégica que colocava grande ênfase na dimensão da segurança. Este
trabalho conduziu, em 10 de Novembro, à actualização de uma carta comum
inicialmente assinada em 2008. Do ponto de vista russo, a pressão estava a
aumentar. Quanto mais tempo passava, mais o apoio americano à Ucrânia crescia.
Quando seriam lançados bombardeiros estratégicos e mísseis estratégicos dos EUA
no território da Ucrânia?
No mesmo período, no Outono,
os russos sondaram uma última vez a vontade dos franceses e alemães de exercer
pressão sobre os ucranianos, actuando de forma a que estes últimos negociassem
finalmente com os separatistas no âmbito dos Acordos de Minsk. Perante a recusa
franco-alemã, os russos exasperados acabaram por publicar trocas diplomáticas
com Paris e Berlim a 18 de Novembro. Ao mesmo
tempo, começaram a reunir tropas nas fronteiras da Ucrânia para exercer pressão.
As reuniões realizaram-se em Janeiro e Fevereiro de 2022, mas enfrentaram os
mesmos obstáculos. Nem Paris nem Berlim quiseram exercer pressão sobre Kiev,
como de costume. Foi aí que os russos conseguiram finalmente concluir que os
Acordos de Minsk estavam mortos, devido à falta de vontade política por parte
dos outros três signatários.
Sabemos agora que quando Zelensky fingiu não acreditar na invasão, em Fevereiro
de 2022, estava a mentir. Era apenas necessário evitar um êxodo de potenciais
combatentes cuja mobilização já tinha sido planeada.
Onde Arestovich mostra grande inteligência táctica na sua entrevista de
2019 está na descricção de todos os objectivos militares e modus operandi que
serão implementados pela Rússia. Tudo vai nesse sentido. Desde a tentativa de
cerco de Kiev à destruição de infraestruturas. É ainda mais fácil compreender
porque é que os russos não tiveram a tarefa facilitada, uma vez que os
ucranianos, e os seus aliados anglo-saxónicos, tinham planeado todos os seus
movimentos.
Saber como a Ucrânia planeou e provocou a agressão da Rússia – com o apoio
do aliado americano (ver – relatório da Rand Corporation para desestabilizar a
Rússia) – é mais uma razão para parar toda a ajuda militar a este país descabido
que deliberadamente brincou com o fogo. Se ao menos ainda fôssemos os mestres
soberanos da nossa política externa...
Fonte: Les aveux du conseiller du nazi Zelensky sur la guerre avec la Russie – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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