6 de Janeiro de 2024 Robert Bibeau
Por Robert Bibeau
Os analistas, peritos,
economistas e escritores comparam as forças militares e os orçamentos de guerra
da Aliança Atlântica (EUA-NATO) com os orçamentos de guerra e as forças
militares convencionais (divisões blindadas, porta-aviões, navios de guerra e
forças aéreas) da Aliança do Pacífico (China-Rússia-Irão, etc.) e constatam o
fosso que separa o eixo dos países desenvolvidos do eixo dos países
"emergentes" neste domínio - como noutros. Este é um erro comum
cometido por estes pseudo-especialistas. O Partido Nacional Socialista (NAZI) -
a Itália fascista e os militaristas japoneses cometeram o mesmo erro em
1939-1945. Não é o orçamento de guerra, o número de bases militares criadas ou
as forças armadas regulares de um país beligerante ou de uma aliança que
determinam o seu poder de destruição. Em 1941, por exemplo, a URSS, invadida
pelas hordas nazis, dispunha de uma infraestrutura industrial tão poderosa como
a da Alemanha. A extensão estratégica do território russo e a dimensão da
população russa, que era mais numerosa do que os alemães, fizeram o resto.
Do mesmo modo, o imenso poder industrial, tecnológico e científico dos Estados Unidos, combinado com a sua grande população espalhada por um imenso e rico território, permitiu ao país lutar na frente europeia, derrotar o Japão e construir a bomba atómica, que constituiu, por si só, um gigantesco esforço tecnológico e científico.
O mesmo se passa actualmente. Um observador astuto não deve limitar-se a
avaliar o número de bases militares de um país ou o seu orçamento de
"defesa" a crédito. Os Estados Unidos gastam tantos dólares
desvalorizados no seu orçamento agressivo de "defesa" como todos os
outros países juntos. No entanto, as forças armadas americanas perderam todas
as guerras desde a sua derrota no Vietname em 1975. Os americanos foram
expulsos do Médio Oriente, incluindo o Afeganistão, a Síria, o Líbano e o
Iraque, de África, do Sudeste Asiático e da América Latina. O seu porta-aviões
inafundável, Israel, é incapaz de exterminar o povo palestiniano (cerca de 7
milhões de habitantes) que persegue sem tréguas há 75 anos.
Assim, não é na frente da prox israelita, nem na frente da proxy ucraniana,
nem na frente da proxy taiwanesa que a história da 3ª Guerra Mundial está a ser
escrita, preparada e organizada. É na frente das "pandemias" e das
doenças bacteriológicas mundializadas; na frente da guerra comercial (os
Houthis fizeram melhor do que os países árabes ao bloquear o acesso ao Canal do
Suez); na frente da guerra industrial e tecnológica...
Há alguns dias, a silenciosa superpotência chinesa tomou uma decisão à
escala mundial que muito poucos especialistas em patentes compreenderam
plenamente que terá um impacto importante no desenvolvimento económico,
industrial e comercial do mundo.
"A China está a
perturbar a indústria mundial ao proibir a exportação de tecnologias de terras
raras, invocando a segurança nacional. Esta decisão pode mesmo ter
consequências importantes para o desenvolvimento de sectores-chave". A
China monopoliza 80% do processamento de terras raras, essenciais para a
produção de microprocessadores, carros eléctricos, smartphones e equipamento
militar supersónico, em que a sua aliada Rússia já se destaca....
Em suma, uma decisão silenciosa (mediaticamente) mais importante do que parar o financiamento de guerras por procuração já em curso e exageradas (ver Os Estados Unidos têm uma nova estratégia para a Ucrânia (msn.com)
China proíbe exportação de tecnologias de mineração de terras raras, um
desastre para a indústria mundial
A China está a abalar a indústria mundial ao proibir a exportação de
tecnologias de terras raras, alegando a segurança nacional. Esta decisão poderá
mesmo ter consequências importantes para o desenvolvimento de sectores-chave.
Um duro golpe para a
indústria mundial
A China anunciou recentemente planos para proibir a exportação de tecnologias associadas à extração e separação
de terras raras, levantando preocupações sobre a sua influência na
indústria mundial. Embora Pequim cite a preservação da segurança nacional como
o seu principal motivo, esta medida pode complicar o progresso de sectores
estratégicos noutras nações que dependem fortemente das exportações chinesas.
A China reforça o seu controlo
Num contexto de rivalidade crescente
com os Estados Unidos, a China parece querer reforçar o seu controlo sobre
as questões de independência tecnológica, privando os seus parceiros comerciais
de materiais essenciais.
Ao tomar esta medida radical, a segunda maior economia do mundo está a
consolidar o seu controlo sobre cerca de
três quartos da produção mundial de terras raras, reforçando assim a sua
posição dominante.
Terras raras, recursos essenciais
As terras raras,
compostas por 17 elementos, são essenciais para o desenvolvimento de
tecnologias avançadas, como baterias
eléctricas, chips electrónicos, smartphones, ecrãs LCD, turbinas eólicas e
equipamento militar. Como salienta a Agência Internacional da Energia
(AIEA), a procura mundial poderá multiplicar-se por sete até 2040, aumentando
os desafios geopolíticos e de segurança que se colocam aos países ocidentais,
incluindo os Estados Unidos e a União Europeia.
Em 2022, a China
extraiu 58% da produção mundial de
terras raras e refinou 89% destes metais cruciais.
Perante a transicção
energética mundial e a procura crescente de tecnologias com baixas emissões de
carbono, os países ocidentais estão agora a considerar o fornecimento de terras
raras como uma questão de segurança
nacional.
A União Europeia está a considerar a possibilidade de tomar medidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto os Estados Unidos estão a lançar uma investigação sobre a forma como as suas empresas se abastecem de semicondutores fabricados na China:
(Esta investigação)
servirá de base à política dos EUA destinada a reforçar a cadeia de
abastecimento de semicondutores, a promover condições de concorrência
equitativas para a produção tradicional de circuitos integrados e a reduzir os
riscos para a segurança nacional colocados pela China.
A Secretária do Comércio, Gina Raimondo, também justificou esta decisão no comunicado de imprensa, referindo-se a um relatório publicado em 12 de Dezembro por uma comissão parlamentar dos EUA.
O relatório apela a um reinício das relações económicas entre os Estados Unidos e a China:
Nos últimos anos, temos assistido a potenciais sinais de práticas preocupantes por parte da China, destinadas a aumentar a produção de semicondutores pelas suas empresas e a dificultar a concorrência das empresas americanas.
Um ponto de viragem nas relações comerciais mundiais
Ao restringir a exportação de tecnologias de terras raras, a China está a marcar um ponto de viragem nas relações comerciais mundiais.
Esta decisão terá um impacto significativo na indústria mundial, suscitando um debate sobre a segurança nacional, a dependência tecnológica e a necessidade de os países ocidentais diversificarem as suas fontes de abastecimento de metais estratégicos.
Fonte: Comment apprécier la puissance guerrière d’une alliance impériale? – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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