No contexto
da necessidade de os proletários revolucionários e internacionalistas se
baterem para reconstruir a INTERNACIONAL COMUNISTA – a V Internacional - , pouco antes de nos deixar, o saudoso camarada
Arnaldo Matos fazia estas considerações políticas:
“...Uma nova INTERNACIONAL...
(I) existem maoístas
em todo o mundo, maoístas como eu era. (bem, o maoísmo,
agora, mete-me
vómitos, porque os gajos estão a defender os bombardeamentos do
imperialismo francês,
etc., na Síria, no Irão, em todo o Médio Oriente, no Afeganistão,
etc…, sobretudo os franceses, que são os mais à direita de todos.)
(I’) Depois, existem
ainda os chineses da teoria dos três mundos, que já são poucos,
mas existem.
(I’’) E existe ainda,
desde o Hua Guofeng – agora acertei no nome – e
existe também uma
terceira via chinesa, muito poucos, mas existem. Estão no poder
no Nepal, – que deu
aquela bronca que vocês vêem, isto é, deu a bronca, porque os
gajos mataram o rei e
quase metade deles acabaram por ser mortos; mas, ainda estão
em certas áreas do Nepal, como tudo indica. Bom, isto só para falar dos chineses.
(II) Mas dos russos,
então, existem em toda a parte, mas têm uma vantagem: é que
os russos já não falam
de Marxismo. Os nossos também não falam, o Jerónimo de
Sousa não fala do
Marxismo, o Marxismo acabou para esses gajos. Esses gajos, sim,
na ideia de ganhar um
lugar no Parlamento, não querem mais nada do Marxismo, não
falam mais no
Marxismo.
Portanto, existem estes.
(III) E ainda existe
uma linha mais ou
menos incorrecta de
Marxismo que vem de
Cuba, dos cubanos, do Partido Comunista Cubano, sobretudo
na América Latina.
Portanto, há, hoje, isto!
Como é que se vai resolver isto? A isto
chega-se começando pela crítica ao Lenine. Nós
vamos publicar agora, em breve… eu estou doente, não posso perder tanto
tempo com o Partido
como tenho perdido até agora, vocês têm que tomar a defesa do
Partido nas vossas
mãos e têm que aumentá-lo e aprender tudo na verdade, para
que se façam outras coisas.
Tem que se escrever
coisas. Tem que se fazer uma crítica
ao Lenine acerca dos livros que ele
escreveu, senão não se chega a
lado nenhum.
Já tenho um deles preparado, é só tirar apontamentos e publicá-lo e é por aí que
eu
tenho que avançar e
pôr esses livros a circular para ver como é que eles (a nível internacional)
discutem connosco. E propondo uma
nova Internacional.”
Pois bem! A dupla social-fascista e
revisionista que tomou de assalto a direcção do PCTP/MRPP, para além de
analfabetos do marxismo, traiem as expectativas dos comunistas revolucionários
que, eventualmente, ainda estejam organizados no seio do Partido mas, traiem,
sobretudo, as expectativas do movimento comunista e internacionalista. Sabem
que a crítica, de um ponto de vista marxista, a Lenine, será determinante para
a constituição da V Internacional
Comunista.
Isto porque, “a crítica ao Lenine” e aos “livros que ele escreveu”, que o saudoso camarada Arnaldo Matos anuncia ter preparado – e pronto a ser publicado – no texto acima enunciado, permitiria ao movimento comunista internacionalista, e a um Partido Comunista Operário sério, encetar um debate sério.
Um debate que teria o condão de, num primeiro momento, clarificar os desvios que emergiram da aplicação de algumas das teses e propostas de Lenine – e não só -, mas, e sobretudo, permitiriam que a matriz ideológica do marxismo fosse reposta de forma a ser um guia para a acção, eficaz e resoluto, para a classe operária em todo o mundo, na sua tarefa histórica de promover e levar a cabo a Revolução Comunista, enterrar de vez o Modo de Produção Capitalista e a exploração do homem pelo homem que este alimenta.
Que se levantem, com firmeza e resolução revolucionária, aqueles camaradas que pautam a sua vida pela defesa do marxismo como estratégia e a transformação da Guerra Imperialista em Guerra Cívil Revolucionária como sua táctica, exigindo a publicação imediata dos textos sobre Lenine a que o saudoso camarada Arnaldo Matos aqui faz referência.
Viva a Revolução Comunista!
Viva o Internacionalismo Proletário!
Por uma nova Internacional Comunista
Luis
Júdice
15 de Janeiro de 2024
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