13 de Janeiro de 2024 Robert Bibeau
Por Robert Bibeau.
Pode-se argumentar que
a Ordem Mundial Ocidental
unipolar – a subir ou a descer, não importa – e a Nova Ordem Mundial Oriental multipolar são movidas por
um instinto de potência, dominação, poder, espoliação, pilhagem de recursos,
destruição da moral e da natureza??? Esta é a hipótese básica que orienta o
escritor Emmanuel
Todd no seu mais recente livro intitulado "A Derrota do Ocidente", a publicar em
meados de Janeiro de 2024. Como todos os intelectuais burgueses, Todd adopta
uma abordagem idealista e moralista (religiosa) da história e da economia
política a que ele chama "geopolítica activa". Acreditamos que um
ponto de vista materialista dialéctico e histórico nos permite compreender
melhor (explicados e articulados) os motivos – as forças – que governam o mundo
tanto no Ocidente como no Oriente, de um hemisfério para outro.
Toda a humanidade é
movida por uma única força – um único desejo dominante – um único instinto hegemónico – para se reproduzir. Ao longo da
história, para se reproduzir, a espécie humana organizou-se numa sociedade (em agrupamento
colaborativo), ela própria estruturada em classes sociais. A função destes
agrupamentos sociais – foram – e serão – permitir que os seres humanos explorem
os recursos da natureza (o planeta) para garantir a sua reprodução.
Através desse processo
económico (modo
de produção), diferentes sociedades humanas colaborativas entraram em contradição – em
conflito – é o processo histórico social, político, militar e moral que Marx
categorizou em quatro movimentos (primitivo, escravidão, feudalismo,
capitalismo). "Desejo"
de ser uma potência, dominação, poder, pilhagem, destruição e
construção, conservação, acumulação, partilha... etc são todas tácticas para a
implementação das contradições que
impulsionam o instinto reprodutivo da espécie. A
história da humanidade
é a história deste processo de reprodução sempre regenerador.
« A Derrota do Ocidente"... Do nosso ponto de vista, a primeira volta da
derrota e do colapso do modo de produção capitalista mundializado deve ser vista face ao Leste, como afirma o
senhor deputado Todd. Será a derrota de um eixo capitalista contra um eixo
capitalista concorrente (ocidental-oriental). Antes disso, porém, o mundo
inteiro terá de passar por um período de guerra mundializada entre
o Ocidente decadente e o Oriente emergente sob a bota do grande capital
mundial.
O caminho histórico será então aberto para dar lugar à
classe proletária internacionalista revolucionária, a única esperança da
humanidade. Então, pela primeira vez na história da espécie, as condições objectivas
e subjectivas da revolução proletária serão atendidas. Abaixo está uma
entrevista com o Sr. Todd sobre o seu recente volume
Emmanuel Todd: "Estamos nas vésperas de um mundo a
virar de cabeça para baixo"
ENTREVISTA EXCLUSIVA. O historiador que anunciou a queda da URSS bem antes
do seu tempo prevê agora "a derrota do Ocidente", título do seu novo
livro.
Entrevista por Saïd
Mahrane. Publicado em 07/01/2024.
Um livro que agita certezas, irrita com os
seus excessos e desafios com o seu trabalho antropológico é sempre um livro
susceptível de interessar Le Point. Especialmente quando o nome do
autor é Emmanuel Todd, demógrafo, historiador e sociólogo. Entre os seus feitos
editoriais de armas, o anúncio, em 1976, em A Queda Final, do deslocamento
da URSS vislumbrado no índice de mortalidade infantil. Quarenta e sete anos
depois, para aquele que diz ser o seu último livro ("o círculo está fechado"), prevê A Derrota
do Ocidente (Gallimard) no contexto do conflito na Ucrânia. A entrevista está
disponível abaixo.
Formato
Word: Emmanuel todd-2024-Turning the World
Formato PDF: Emmanuel
todd-2024-Viragem do mundo
Fonte: «On est à la veille d’un basculement du monde» (Emmanuel Todd) – les 7 du
quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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